Ele não vai me seduzir!

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16 de julho de 2017---
6:12hrs

Daisy

Me solto do seu abraço quente delicadamente para não acordá-lo, me ergo vestindo o roupão cinza enquanto o observo dormir. Assim, adormecido, ele parece tão frágil e vulnerável. Parece um anjo sem pecado, mas é apenas uma ilusão. Dante é o perigo personificado. E mortalmente lindo, confesso.

Sigo para a cozinha, contemplo as paredes frias dessa enorme casa branca, os móveis, tapetes e quadros. Daqui a três meses eu a deixarei para trás, só de pensar nisso a nostalgia me abate. Eu não deveria sentir isso, é errado querer viver nesse cativeiro?

_Sei que é, eu realmente desejo ser livre?

O que eu faria com a minha liberdade? Como seria minha vida sem a presença desejada dele? Sem seu autoritarismo?

_Por que estou sofrendo por antecipação? E ainda mais hoje, sendo que esse...esse idiota saiu ontem todo-todo pra se encontrar com alguém?!

Abro o pote de creme de chocolate como se fosse o pescoço dele. Me deito na bancada pensando no quanto eu deveria odiá-lo.

_Será que desenvolvi a síndrome de Estocolmo?

Ah, mas é claro que não. Eu sei exatamente que Dante é um criminoso inescrupuloso e assassino. Eu o vi matar pessoas sem nenhum remorso. Sei que não é de sua natureza ter compaixão quem dirá sentir amor. E se sentir é um amor deturpado e louco.

Como mais uma colherada de chocolate contrabandeado pela Joyce. Suspiro tentando me entender. Não sei o que eu quero realmente. Liberdade ou Cárcere? Estou dividida. E amar meu carcereiro dificulta ainda mais minha vida.

_Por que até em pensamentos ele me persegue?

Resolvo deixar isso para um outro momento, por hora irei me concentrar em descobrir onde o Sr.Fer Fax esteve ontem. Dormir de raiva dele, eu pretendia esperá-lo só pra saber se chegaria bêbado ou fedendo a perfume feminino mas me irritei e fui dormir no meu quarto. O que foi praticamente inútil já que acordei na cama dele com ele do lado.

Uma ideia mirabolante ronda minha mente e resolvo pô-la em prática. Levanto e vou preparar um lindo e delicioso café da manhã para Dante. Faço tudo que ele gosta e ponho em uma bandeja decorada. Corro para o banheiro do meu quarto, tomo um banho rápido, me visto e retorno para a cozinha. Antes de pegar a bandeja arrumo meu vestido longo no corpo e amarro os cabelos. Dou umas batidinhas nas bochechas e mordo os lábios para ficarem mais corados. Vou para o quarto.

Ao entrar deixo a bandeja na cabeceira e abro as cortinas deixando os primeiros raios solares entrarem no cômodo. Dante se mexe na cama e acorda sobressaltado.

_Bom dia.

Desejo com o sorriso mais gentil que possuo enquanto ponho a bandeja sobre suas pernas. Ele se situa e quando se dá conta do que está acontecendo seu olhar desconfiadíssimo pousa em mim. Sento ao seu lado o encarando felizmente. Sinto vontade de rir de sua expressão.

_Não vai comer?--Pergunto inocentemente. Ele desvia seu olhar para a bandeja e o volta pra mim.

_Pretende me envenenar? Seja sincera.--Arregalo os olhos. Atuo.

_Não! Que ideia. Eu só fiz pra você, pensei que ia gostar...mas se não quiser eu mesma como.--Sou impedida de retirar a bandeja por sua mão segurando meu pulso. Quente e forte. O encaro. Que olhar mais incisivo!

_ Sua intenção foi realmente essa? Me agradar?

_Sim.--Não!

Me concentro apenas em não verbalizar meus pensamentos. Dante perscruta meu rosto em busca de algo. O brilho incandescente de seus olhos castanho-esverdeados me prende.

_Está especialmente linda está manhã, baby...--Seu sedutor! Não lança esse feitiço em mim assim. Mudo de assunto.

_Não vai comer?

_Vou, mas se eu morrer saiba que darei um jeito de vir buscar você.--Me arrepio até a cabeça.

_Não tem veneno nenhum. Eu só quis me redimir. Ontem fui tão evasiva, não queria te aborrecer.--Me controlo para não perguntar a onde ele esteve. Me afasto um pouco, sento na beirada da cama. Dante continua me estudando, procurando em mim qualquer coisinha pertinente a sua desconfiança. Parece que desistiu já que se pôs a tomar seu café da manhã.

_Hum...está tudo muito bom. Obrigado. --Seu elogio me faz corar sem motivo. Contenho um sorriso bobo. Ele me olha.--Nós vamos sair hoje.--Estanco no lugar. Sair?!--Sim, sair.--Sério? Mas onde?--Um restaurante que gosto muito, não se preocupe.--Por essa eu, definitivamente, não esperava.--Eu sei, gosto de surpreender você.

Merda! Tenho que parar com isso. Está acabando com a minha dignidade e privacidade. Como se aprende a guardar seus próprios pensamentos? Deixo meu debate interno de lado e me concentro na novidade inesperada. Eu. Vou. Sair. Olho para ele ainda meio descrente, percebo como ele é elegante pra comer e o modo como seus cabelos caem sobre a testa...É tão bonito.

_...Daisy? Ei, Daisy!

_O-oi? O quê? O que disse?--Poxa, que bobeira. Me perdi nele que até fiquei fora do ar. Dante faz um gesto negativo como se pensasse: Daisy você é uma causa perdida, baby.

_Estava perguntando se precisa de alguma coisa. Tem tudo que precisa para estar pronta as sete da noite?--Assinto automaticamente. Ora, o que mais além de uma roupa e sapatos uma mulher precisa pra estar pronta? No meu caso, preciso de coragem.--Bom...vejo que acordou muito cedo e...--Ele deixa a bandeja de lado me puxando para seus braços.-- seu café da manhã foi chocolate.--Dante passa a ponta do dedo no canto esquerdo da minha boca e o leva a sua chupando-o. Sinto uma fisgada em meu baixo ventre. Minha temperatura começa a subir e subir...--E eu não me lembro de ter chocolate na minha geladeira. Diga-me baby, quem é o amotinado?--Droga, ele não pode nem sonhar que é a senhora Joyce. Desconverso.

_O que devo vestir? Algo chique ou apenas casual.--Suas mãos sobem pelas minhas coxas e param em meus quadris. Seus lábios encostam nos meus levemente enquanto sou refém do seu olhar de lobo mal.

_Como você achar melhor, só não vale usar roupão senão o único lugar para qual iremos será a cama.

Palavras carregadas de lascívia não vão me desestabilizar assim...eu sou forte... O ataco. O beijo descontroladamente, caímos na cama devido meu ataque surpresa. Gemo, amasso e sou amassada. Então me recordo de que ele estava com uma possível amante ontem e me solto imediatamente, recupero o fôlego sentindo-me brava e fraca.

_Você já acabou? Vou levar para a pia.

Não digo mais nada, apenas saio. Não sou dona do meu corpo quando ele está em contato com o de Dante.

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Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora