Ela me ama...?

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17 de julho de 2017
18:56hrs

Dante

Olho puto da vida todo o circo que está estático em minha frente.

_Ficaram mudos, porra? Que merda é essa aqui?

Eles pulam de susto com meu grito furioso. Olho para Daisy enrolada em uma toalha, os cabelos pingando, olhos e nariz vermelhos, ela treme. Uma raiva homicida toma conta de mim enquanto minha mente voa em milhares de hipóteses.

Ora, o que eu deveria pensar ao ver minha mulher cercada de homens toda molhada e trêmula? E não era pra ela estar ali. Deveria estar me esperando dentro de casa como mandei. Mas não, chegou e vou procurar minha esposa, fico desesperado quando não a encontro em parte alguma da casa. Corro pra chamar os seguranças e os encontro todos juntos batendo papo. E lá está minha desobediente esposa, bem no centro do círculo.

Parecendo ler meus pensamentos Daisy arregala os olhos e dá um passo a frente. Começa a falar com a cabeça baixa.

_Dante, não é o que está pensando. Eu...eu...Você saiu e fiquei aqui mais um pouquinho, perdi a hora. Fiquei muito perto da beira e distraída escorreguei caindo dentro da piscina.

Deixo minha cabeça pender para o lado e estreito os olhos.

_Isso é sua explicação patética pra esse...essa reuniãozinha aqui? Responde!--Sou implacável. Ela pula se assustando e vejo Shem se mexer e abre a boca pra falar. Aponto o dedo.--Nem ouse se intrometer aqui, cala a porra da sua boca.

Volto a encarar Daisy que olha pra mim com mágoa e raiva. Ah, ótimo. Virei o vilão. Perfeito.

_Não sei se te passou pela cabeça que eu NÃO SEI NADAR!--Arregalo os olhos. O quê? Ela continua, tem lágrimas em seus olhos e a voz está embargada.--Eu quase morri, e se o Shem não tivesse a compaixão que teve ao pular na piscina e me salvar eu teria realmente morrido. Não estou culpando ninguém, sou a única responsável pelos meus atos mas sei que não teria utilidade pra você estando morta. Então agradeça ao Shem e nem se atreva a descontar sua frustração ou qualquer outro sentimento destrutivo nos meninos. Eles não tem culpa. Desconte em mim, por favor.

Dito isso ela corre pra casa chorando, mas antes se vira e olha pra meu segurança.

_Obrigada, Shem. Te devo minha vida. Nunca vou deixar de ser grata pelo que fez por mim. Vou superar. Obrigada.

E continua correndo nos deixando para trás. Sinto meu peito se apertar com a possibilidade dela ter se afogado e eu não estava aqui. Engulo o bolo que se formou em minha garganta e respiro fundo. Deus! Passo as mãos pelo rosto e cabelo.

_Ela está muito abalada ainda.

Caio, um dos meus seguranças beta diz. Expiro. Olho pra eles, noto que Shem está todo molhado, ele me observa carrancudo e diz.

_É assim que trata ela? Pensei que gostasse da garota.

Estreito os olhos já me irritando. Preciso saber o que aconteceu de fato.

_Não importa a forma como eu a trato, não é da sua conta. O que aconteceu? Quero todos os detalhes. Shem?

O debochado revira os olhos e começa.

_Estava passando perto da piscina quando ouvi ela gritar e um barulho de algo caindo na água, fui ver o que era e a vi se debatendo dentro da piscina tentando chegar a superfície. Demorei um pouco pra entender que ela não sabia nadar e quando pulei ela já tinha parado de se mexer. A tirei da água e ela começou a tossir pondo a água pra fora. Dizia o tempo todo que ia morrer, chamou por você. Eu disse que estava tudo bem mas ela já estava chorando e soluçando, a menina me abraçou e chorou mais. Achei que ela tinha se batido mas não, ela só estava apavorada. Disse umas vinte vezes que estava com medo. Tentei tranquilizá-la mas parecia não ter jeito. Se tremia toda e não me soltava. Olha, pra ver que não estou mentindo.--Ele me mostra mão toda arranhada. Enquanto ele narra eu me sinto horrível. Ele poderia ter morrido. Fecho os olhos.--A mandei parar mas ela começou a me agradecer freneticamente, disse que eu era seu salvador e ai eles aqui--Apontou para os outros.--chegaram já todos cheios de marra. Deram a entender de que eu tentei matar a menina. Eu não faria isso, chefe. Sei o que ela significa pra o senhor. Mas ela me defendeu veemente, e contou pra eles o que tinha acontecido. E aí você chegou e começou a berra com ela. Foi só um acidente. E tenho certeza que a traumatizou.

_Ela está muito mal. Deve estar se culpando.

Matthew diz olhando para a casa. Merda. Raciocino rápido. Eu quase a perdi. Shem realmente a salvou. Olho pra ele.

_Obrigado pelo que fez. Daisy é tudo pra mim. Considere suas dívidas comigo pagas. Está limpo. Vou manter seu emprego, mas fique sabendo que sua antipatia por ela iria te matar, eu iria te matar. Foi salvo quando a salvou.--Ele engole em seco com minha revelação. Encaro os outros.--E vocês voltem pro trabalho. Façam de Shem seu exemplo. Quando eu não estiver, por algum motivo, perto pra cuidar dela vocês é que faram isso. Se ela se arranha, cair ou se machucar eu vou descontar em vocês e não vai ser bom. Ela é a senhora desta casa agora, portanto o trabalho de vocês é fazer sua segurança mesmo que ela não queira, protejam-a com suas vidas. Ela é prioridade.

Eles assentem com firmeza. Caminho até a casa nervoso e ansioso para vê-la. Minha baby é tão teimosa...tão rebelde. E por um descuido eu poderia tê-la perdido pra sempre. Uma vontade opressora toma conta de mim.

Eu preciso ver, tocar e sentir ela pra saber que está tudo bem. Que ela está bem e viva. Corro pela casa a sua procura, meu coração bate acelerado no peito. A encontro no banheiro encostada na parede do box com as mãos no rosto, está nua e a água caindo. Ela não me nota está parada no cantinho. Tiro minhas roupas e vou até ela. Puxo seu corpo pra mim a fazendo se assustar, estava chorando.

_Shiii...calma. Desculpa ter gritado. Fui um idiota. Me perdoe. Está tudo bem agora, baby. Estou aqui com você.

Beijo seus cabelos e Daisy irrompe em soluços. Deus, isso é tortura. Odeio vê-la chorar.

_Fo-foi...cul...culpa-pa minha-a...eu...iiia mo-mo...rrer.

_Para, não fala uma coisa dessas. Por favor, para. Não faz isso com a gente.--A aperto muito em meu peito. Jesus, ela não vai morrer! Ela não pode morrer. Sinto um nó na garganta. Merda.

_E...e eu-eu ne-nem...di-disse qu...e te-e amo-o...

O quê?!
Acho que estou alucinando.
Deus, o que é isso?
Pego seu rosto nas mãos e a faço me encarar. Estudo seu rosto vermelho pelo choro.

_O que disse? O que você disse?

Estou tendo um colapso. Ela me ama? Por Deus! Meu coração bate feito louco, meu sangue gela junto com meu estômago. A ansiedade me corroendo por dentro. Daisy se estabiliza, sorri e pousa suas mãos macias em meu rosto.

_Disse...disse que te-e amo.

Congelo.
Porra!

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Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora