Liberdade?

12.9K 1.1K 104
                                    

16 de julho de 2017
19:15hrs

Daisy

Ouvi-lo dizer isso, tão sério e verdadeiramente sincero, faz meu coração acelerar e a certeza do meu amor por ele se concretizar. Seus olhos brilham e eu queria muito beijá-lo agora, tocar seu corpo e deixar ele tocar o meu. Ele volta a prestar atenção à estrada mas ainda segurando minha mão junto ao seu peito.

Me sinto também arrependida por ter o ignorado durante todo o dia. É seu aniversário...e ele não me disse nada. Não fiz seu café da manhã com boas intenções mas ele acredita que sim e ainda disse que foi muito importante. Nossa, como me sinto mal por ter agido assim.

Aperto sua mão e penso em algo que eu possa fazer para me redimir. Eu não tenho como lhe comprar um presente, não sei o que vou fazer.

_Chegamos.

Acordo de meu devaneio ao ouvir sua voz. Eu amo sua voz.

_É bom saber disso.

A merda! Eu verbalizei isso? Help God! Dê-me um filtro, Jesus! Dante ri tirando o cinto. Faço o mesmo ainda constrangida, me preparo para abrir a porta mais sou interrompida.

_Fica, vou abrir a porta pra você.

Coro. Ele dá a volta no carro e abre minha porta. Uau, que cavalheiro. Ponho uma perna para fora segurando em sua mão, o vestido sobe até quase aparecer minha calcinha. Droga, me arrependi de usar esse vestido no momento em que o pus. Nunca usei algo assim, eu quase nunca uso vestido ou saltos. E agora sei exatamente porque. Dante rosna me puxando.

_Mas que inferno de vestido.

Concordo mas agora não tem jeito. Me equilibro nos saltos segurando nos braços musculosos desse homem raivoso.

_Você nunca mais vai usar isso, nunca mais.

O ignoro e olho para onde estamos. Nossa, é lindo aqui. Árvores projetadas e bem alinhadas fazem um caminho largo até a entrada de um restaurante muito requintado porém com um aspecto reconfortante. Em letras douradas caprichadas lê-se: Alaim Eélo. Analiso tudo e concluo que seja bem intimista mesmo. Luzes de papel iluminam charmosamente a lugar todo. Não há muitos carros nem se ouve barulhos que não o das árvores agitadas pelo vento gélido. Sou abraçada e um sussurro me faz arrepiar.

_Você gostou?

Suspiro confirmando. Me lembro que queria abraçá-lo então o faço. Passo meus braços pela sua cintura e aperto pondo a cabeça em seu peito. Ouço o som frenético de seu coração e isso é o bastante para o meu próprio se acelerar.

_Parabéns, querido. Desejo muito que você seja feliz e que viva por muito, muito tempo. É de todo o coração, eu juro.--Beijo meu polegar e o pressiono em seus lábios macios. Dante me esmaga com seu abraço e dizima a distância entre nossas bocas.

_Obrigado. Mas eu ainda lembro que tinha um beijo nesse desejo, baby.--Sorrio encarando o aro verde metálico que se mistura ao castanho de suas íris. Encurto ainda mais a distância e o beijo lentamente. Sou guiada pela excitação do momento e passo minha língua em seu lábio inferior mas não fecho os olhos. Mas Dante está com os dele fechados e respirando irregularmente. Gosto de vê-lo assim, entregue a mim. Termino e espero ele me encarar. Pupilas dilatadas. Um olhar muito predatório e...e apaixonado? Não, Dante não é capaz disso.--Você é tão boa nisso.

_Nisso o quê?

_Me render.

Engulo em seco e não tenho coragem de encará-lo agora. Olho para a entrada do restaurante e digo.

Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora