CAPÍTULO: 27

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CAPÍTULO: 27


Desceram as escadas. Normani ainda cambaleava, mas já conseguia andar sem as pernas dobrarem. Foi bem mais fácil trazê-la de volta. Ajudou-a sentar numa poltrona e foi à cozinha. A sopa já estava cozida. Passou-a no liquidificador. Dulce devia estar muito tempo sem comer nada sólido e o estômago não iria agüentar nada que não fosse cremoso. Colocou o creme em uma tigela e voltou à sala. A mulata cochilava com a cabeça no encosto da poltrona.

Helen puxou outra poltrona para perto de Normani e sentou com a tigela nas mãos.

-- Normani. . . – chamou.

Ela abriu os olhos, sonolenta.

-- Hummm. . .

-- Tome a sopa, Você está fraca e precisa alimentar-se.

-- Não quero nada. . . – resmungou, fechando os olhos.

-- Se não comer, vou levá-la para o hospital.

Ela abriu os olhos, com ar receoso.

-- Não. . . hospital, não. . .

-- Então , coma!

Levou a colher aos lábios dela, depois de soprar. Normani engoliu o creme, automaticamente. Helen repetiu a operação até o creme acabar. Sorriu, satisfeita. Ela conseguira comer!

Levou a tigela para a cozinha, lavou-a e voltou à sala. Normani voltara a cochilar.

Helen pegou um lençol e estendeu no sofá. Apanhou uma almofada macia forrada de tecido e colocou-a no canto do sofá. E foi até Normani, sacudindo-a levemente. Ela abriu os olhos, com expressão sonolenta.

-- Que é? . . .

-- Vá para o sofá dormir.

-- Não. . . está bom aqui. . .

-- Não, levante-se, Normani! Precisa estender o corpo!

Puxou-a pelos braços. A mulata ergueu-se trôpega e jogou-se no sofá. Fechou os olhos, adormecendo logo.

Helen cobriu-a com um cobertor e alisou os cabelos pretos e revoltos. Ficou um bom tempo olhando-a dormir, pensando como a amava. Depois, juntou duas poltronas, forrou-as com um lençol e deitou-se. Custou a dormir, mas o sono finalmente chegou.

Acordou bem cedo e tomou um banho, vestindo a mesma roupa, com exceção da calcinha, que havia trazido em quantidade suficiente. Desceu para a cozinha e vasculhou a despensa. Encontrou cereais diversos e enlatados, mas optou em fazer um mingau de aveia para Normani, suco de laranja e torradas. Voltou à sala com a bandeja e colocou-a sobre a mesinha de centro. Aproximou-se da morena e a sacudiu de leve.

Normani acordou sobressaltada, sentando-se e dando um grito. Helen a segurou pelos ombros, tentando acalmá-la.

-- Calma! Está tudo bem, Normani. . . – Disse, suavemente.

Normani a fitou confusa. Estava agora lúcida. O efeito da bebida havia passado e a sopa que havia tomado a fortalecera.

-- Helen! O que está fazendo aqui?!

Helen sorriu com um certo receio. No dia anterior ela parecia uma criança, mas agora estava em seu perfeito juízo. Nunca a tratara mais que com uma distante cortesia. Não a trataria com frieza e indignação, achando que invadira a privacidade dela?

-- O chefe de polícia, Phil Scott, telefonou para a Hansen Corporation e eu o atendi. Ele pediu que alguém viesse aqui para ajudá-la, pois havia vindo aqui duas vezes e percebeu que você precisava de ajuda. Como você... a senhorita não tem parentes que eu conheça, resolvi eu mesma vir. E aqui estou.

•N̸o̸r̸m̸i̸n̸a̸h̸• ✓ F̶A̶T̶A̶L̶  I̶N̶H̶E̶R̶I̶T̶A̶N̶C̶E̶Onde histórias criam vida. Descubra agora