CAPÍTULO: 45

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CAPÍTULO: 45
 

Chegaram até onde o carro dela estava estacionado. Allyson entrou e abriu a porta para Normani, que sentou ao lado dela, no luxuoso banco de couro vermelho. O BMW era novo, o modelo conversível mais moderno.

Allyson deu a partida e movimentou o volante hidráulico com habilidade, fazendo uma volta convergindo para a estrada. Em pouco tempo, o carro desenvolvia alta velocidade.

-- Vamos até Long Island? – Perguntou Allyson.

-- É um pouco longe. Que tal New Jersey?

-- Tudo bem.

Allyson imprimiu mais velocidade ao carro, cujos comandos eram quase todos eletrônicos. Normani olhava o belo painel, impressionada com o número de botões e luzes. Não pôde evitar a pergunta:

-- Esse carro é seu, ou de Antony?

Allyson riu, olhando-a rapidamente.

-- Meu. Comprado com o meu dinheiro. Não o venderia para ajudar meu marido, se quer saber.

-- Desculpe-me. . .

-- Está desculpada.

Allyson colocou um cd para tocar. A música encheu o espaço do carro, uma música linda.

Normani achou-a familiar. Prestou atenção. Aquela música. . .

A lembrança veio como uma pancada em seu coração. Era a música que ouvira com Anahi no restaurante italiano que haviam ido no primeiro dia que passaram juntas em New York. A saudade veio dolorosa e fechou os olhos. Parecia ver Dinah traduzindo a letra, sorrindo e olhando para ela.

Começou a sofrer como nos primeiros dias da morte dela. Era uma dor profunda, que fez lágrimas incontidas deslizarem pelas suas faces.

Allyson olhou para ela e viu-a chorando em silêncio.

-- Normani! – Chamou surpresa – Está chorando! O que foi?

Normani virou o rosto para a janela , para que ela não o visse. Não conseguia parar de chorar.

-- Normani! Fale! Está sentindo alguma coisa?

A voz de Allyson soou nervosa. Normani voltou o rosto para ela.

-- É essa música. . . – disse, com voz trêmula.

Allyson tirou o cd, olhando-a intrigada. Não podia parar, pois haviam pegado uma freeway e passavam pelo túnel sem acostamento.

-- Normani, nunca pensei que iria vê-la chorar por uma música! Parece ser tão forte! Por que chora ouvindo essa música? Ela lhe traz recordações tristes?

-- Sim, lembro de Dinah. . . – confessou, envergonhada – ela traduziu essa música para mim.

-- Oh! Entendo. . .

Allyson dirigiu um longo trecho em silêncio. Normani passou as mãos nos olhos, enxugando as lágrimas, com raiva de si mesma por haver demonstrado seu sentimento para Allyson.

-- Desculpe-me. . . – disse, finalmente – foi de extremo mau gosto eu chorar aqui com você. Foi uma recordação que passou.

Allyson sorriu, com uma ponta de ironia.

-- Não tem nada demais. Simplesmente, você ainda a ama.

Normani fitou-a. Allyson parecia aborrecida. Sacudiu a cabeça, continuando em voz neutra:

•N̸o̸r̸m̸i̸n̸a̸h̸• ✓ F̶A̶T̶A̶L̶  I̶N̶H̶E̶R̶I̶T̶A̶N̶C̶E̶Onde histórias criam vida. Descubra agora