CAPÍTULO: 53

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CAPÍTULO: 53



-- Não estou autorizado a falar.
Mas você vai ver essa pessoa ainda hoje, quando sair daqui. Ela lhe dará todas as explicações que quiser.

-- Quanto mistério! Diga-me ao menos o que significa aquela mensagem. Não consegui descobrir.

Ele a fitou surpreso.

-- Não?! Era tão simples! Era uma mensagem de esperança! Você estava tão abatida com a morte de Dinah! Eu a seguia sem que percebesse. Quando foi ao apartamento de Dinah, ao banco, quando encontrou-se com April e foi até New Jersey, seus encontros com ela, até quando foi para Newport. Aí, fiquei apreensivo. Entrei em contato com policiais de New York para me auxiliarem. Eles já desconfiaram de Gary e Allyson, porque já tinham descoberto, em investigações, que os dois eram amantes e Gary Miller estava devendo uma fábula de dívidas em jogo. Ele tinha bons motivos para raptar Dinah e depois, matá-la.

-- Então, quem estava com dívidas de jogo era Gary Miller? E Allyson disse-me que era Antony!

-- Exato. Mas, deixe-me continuar o relato: a polícia de New York pediu ajuda à guarda costeira e ficamos vigiando a casa em um ponto estratégico, com binóculo. Sabíamos que poderia haver algo de grave quando você foi para a boca do lobo. E tudo que pensávamos se confirmou,
Quando vimos Gary Miller e Allyson carregando-a para o barco. Nós seguimos o barco e vimos quando Gary Miller começou a tentar virá-lo. Entendemos as intenções dele e nos aproximamos. Ainda bem que você resistiu até recolhermos você e Antony. Serão  as principais testemunhas de acusação dos dois patifes.

-- E eles, como reagiram, ao ver que eu e Antony fomos salvos?

-- Allyson, quando viu vocês serem recolhidos com vida, teve um ataque histérico e começou a gritar que estava tudo perdido. Os policiais os prenderam e levaram para interrogatório. Confessaram tudo. Gary disse que foi Allyson quem planejou tudo, desde o rapto de Dinah até a sua morte e de Antony. Ela aproximou-se de você com a intenção de matá-la, Normani.

Normani baixou a cabeça. Era duro saber que, uma mulher que tivera nos braços com tanta paixão, trocando tantos carinhos, planejava matá-la. Mais do que nunca valorizou o amor de Dinah. Ela a amara de verdade, era tão maravilhosa, tão íntegra e verdadeira. . . e agora nunca mais a teria. . .

Ergueu os olhos marejados de lágrimas, à essa idéia. Phil Scott a interpretou mal:

-- Está chorando por causa de Allyson? Ela não merece uma lágrima sequer, Normani! Precisava ver a frieza confessando seus crimes! Do próprio marido, falou com uma frieza revoltante, lamentando que ele não tinha morrido! Sabe, ele nem sabia que você ia passar o final de semana com eles. Foi lá com Allyson, e Gary apareceu depois, mentindo que a mãe dele estava do outro lado da praia passando mal. Ele saiu com Gary de barco para ir ver a mãe e Gary o atacou com uma coronhada na cabeça. Depois, voltou para pegar você. Ele confessou que foi ele quem ligou para você, convidando-a, fingindo ser Antony.

Normani ergueu-se da cama, enojada com essa descoberta. Quanta sordidez e mentira! Allyson era uma miserável assassina, uma mulher fria e calculista. Será que fingira até no prazer sexual que dizia sentir? Bem, ela se excitava mesmo. Isso era óbvio. A miserável só sentia mesmo de verdade prazer sexual, mesmo com sua vítima. Fizera questão de ser possuída lá na casa de praia, já sabendo que horas depois ela e Gary iriam matá-la! Era uma sádica, uma doente!

-- Scott, não quero mais saber dessas sujeiras de Allyson. Estou nauseada! Quero é sair daqui!

-- Quer ver Antony? Ele está dormindo, mas teve uns instantes de lucidez e soube o que aconteceu. Ele disse que está muito agradecido por você ter salvo a vida dele e vai falar com você, quando ficar bem. Vocês serão chamados para depor. São as principais testemunhas de acusação. Mas por hoje, estão liberados. Passaram maus momentos e precisam de um tempo para se recuperarem.

Ela o encarou.

-- Depois falarei com Antony, Scott. Agora, quero sair daqui.

-- Então, vou levá-la a um lugar para falar com a pessoa que pagou-me para protegê-la.

Normani o fitou aborrecida.

-- Por que esse mistério todo? Por que não diz logo quem é essa pessoa?

Ele sorriu , meneando a cabeça negativamente.

-- Não posso dizer. A pessoa me fez prometer.

Normani suspirou. Não tinha mesmo nada importante a fazer,  depois dos acontecimentos. Iria ver quem era essa pessoa misteriosa. Seria Helen?

-- Tudo bem – concordou – Vou com você por que estou curiosa. Onde está minha roupa?

-- Vou buscar. Um momento.

Ele saiu e Normani ficou esperando. Voltou com o médico e um policial, que a olharam com simpatia.

-- Está mesmo se sentindo bem? – Perguntou o médico – Quer sair agora, senhorita?

-- Sim, estou muito bem, doutor. . .

-- Doutor Pitman. Já que está bem, vou assinar sua alta. Boa sorte, senhorita.

O policial adiantou-se.

-- Senhorita Normani, terá de comparecer à delegacia do distrito para depor, assim que puder. Assine a notificação, por favor.

Normani assinou o papel, notando que o depoimento estava com data marcada para dentro de três dias. Assinou e devolveu o papel. O policial retirou-se e Phil Scott lhe entregou sua roupa, enxuta mas amarrotada.

-- Espere-me lá fora, Scott. Vou tomar vestir a roupa – Disse ela, sorrindo. Ele assentiu e saiu.

Normani foi ao banheiro anexo e vestiu as roupas e calçou o tênis ainda úmido. Saiu do quarto. Scott a esperava ao lado da porta e foi caminhando ao seu lado pelo corredor.

Ela olhou para ele, indagando:

-- Para onde vamos? Essa pessoa está em Newport?

•N̸o̸r̸m̸i̸n̸a̸h̸• ✓ F̶A̶T̶A̶L̶  I̶N̶H̶E̶R̶I̶T̶A̶N̶C̶E̶Onde histórias criam vida. Descubra agora