CAPÍTULO: 43

242 12 0
                                    

ATUALIZANDO .....

CAPÍTULO: 43

 

No dia seguinte, quando estava trabalhando, teve uma surpresa. O telefone de linha direta do escritório tocou por volta de onze horas. Atendeu apressada, pensando ser Allyson. Mas foi uma voz masculina quem lhe falou com cordialidade:

-- Bom dia, senhorita Kordei.

-- Bom dia, com quem falo? – Respondeu Normani, franzindo o cenho.

-- Antony Hansen. Estou à par de sua resposta à minha reivindicação, mas não fiquei com raiva da recusa. Eu entendo a sua mágoa com a minha família. Sei que a tratamos mal e fomos até injustos em julgá-la. Mas é que estávamos cheios de prevenções, que não se confirmaram. Se Dinah gostava de você, tínhamos que entender isso e não nos meter na vida dela. Mas isso é passado. Reconheço que está fazendo uma boa gestão na Hansen Corporation e queria que nos visse como pessoas amigas, que querem consertar um julgamento precipitado. Afinal, temos uma empresa em comum.

Normani não acreditou em uma só palavra dele. Mas deixou-o falar. Ele estava lhe oferecendo uma chance e ia pegá-la.

-- Fico muito satisfeita que pense assim, Antony. Já esqueci o que houve e entendi a posição de vocês. Quanto ao empréstimo, podemos conversar sobre isso.

-- Esqueça isso, não quero mais tocar nesse assunto. Já consegui o dinheiro em um banco. Ouça: está convidada a passar um fim de semana comigo e minha mulher em Newport. Temos uma casa lá e será uma satisfação recebê-la. Pode ir nesse fim de semana?

Aquilo era demais. Tinha que pensar. E não se mostrar por demais ansiosa para fazer amizade com ele. Antony podia desconfiar de sua pronta aceitação. O peixe estava mordendo a isca, mas ainda não podia puxá-la.
 

-- Infelizmente, esse final de semana já tenho compromisso, Antony. Mas quando tiver um final de semana livre, falarei com você.

-- Oh, que pena... mas sei que não faltará oportunidade de  nos conhecermos melhor. Sabe o telefone de minha residência, não é? Ligue para Allyson, quando quiser marcar sua visita. É que eu não tenho parado muito em casa, resolvendo negócios.

-- Tudo bem, Antony. Ligarei para ela.

-- Ótimo! Tenha um bom dia de trabalho, Normani.

Ele desligou e Normani ficou pensativa. Antony não a enganava. Devia estar em um beco sem saída e estava  tentando essa cartada. Ótimo. Quanto  mais pressionado, mais rápido ele iria abrir o jogo.

O telefone tornou a tocar, quinze minutos depois. Normani o atendeu, saindo de suas cismas.

-- Alô.

-- Normani, é Allyson.

Normani sorriu, contente. Até que enfim, algo de bom naquele dia!

-- Allyson, que surpresa agradável!

Ela riu.

-- Gostou? Que bom! Pensei que ia interrompê-la em alguma coisa importante. Quer almoçar comigo?

-- Seria ótimo. Onde?

-- Conhece o JG Melon, na Amsterdam Avenue?

-- Sim. Dizem que a comida de lá é ótima, mas nunca fui. Só passei na porta, uma vez.

-- Ah, então vai provar o melhor filé com batatas grelhadas!

-- Tudo bem. A que horas?

-- São onze e vinte. Estou saindo. A primeira que chegar, espera.

-- Ok. Até logo.

Normani desligou e correu até o banheiro. Vistoriou sua roupa. Estava bem, de blazer e calça azul-marinho, com blusa branca de seda. O cabelo estava penteado, o batom permanecia. Saiu apressada.

June e Helen a olharam curiosas. Era a primeira vez que saia para almoçar. Comia sempre na empresa.

-- June, vou sair e talvez não volte hoje – avisou, saindo.

Normani pegou um táxi na calçada. Sabia como era difícil estacionar perto daquele restaurante e não queria perder tempo. Em vinte minutos estava diante do restaurante. Pagou ao motorista e entrou.

Era cedo e havia pouca gente. O maitre a levou até uma mesa no canto e Normani explicou que estava aguardando uma pessoa, para fazer os pedidos. Pediu um martini.

Estava nervosa e ansiosa. Seria sua carência falando mais alto que a lembrança de Dinah? Mas reconheceu que Allyson deixaria qualquer um assim, esperando-a. Era um mulherão, fina, belíssima. Afinal, ainda sabia apreciar uma bela mulher.

Estava na metade do martini quando a viu entrar. Allyson a viu e aproximou-se com um sorriso luminoso. Normani ficou imóvel, olhando-a.

Allyson vestia uma blusa decotada verde-água, com os dois lados transpassados na cintura fina, se abotoando por trás. Uma saia curta negra, de tecido maleável, deixava à mostra as coxas e pernas perfeitas e douradas, um tom raro em New York. Os cabelos soltos caíam em fios louríssimos, quase brancos, pelas espáduas bem delineadas. Ela era uma mulher linda e sabia disso, mostrando orgulho no queixo erguido e olhos claros.

Ela parou diante de Normani e a fitou nos olhos.

-- Não vai convidar-me para sentar?

Normani sorriu, fazendo um gesto com a mão.

-- Sente-se. Você aturdiu-me, com sua chegada – Disse, sem pensar.

Ela riu e sentou diante de Normani, olhando-a nos olhos.

-- Você é muito gentil, Normani. Acho que isso foi um elogio, não?

Normani procurou conter seu entusiasmo. Não queria assustá-la.

-- É, foi um elogio. É um prazer revê-la, Allyson. Gostaria de beber o quê?

-- Acompanho-a no martini.

Normani chamou o garçom. Pediu mais um martini. Olhou para Allyson. Ela a olhava atentamente, como que analisando-a.

-- E como foi ontem? – Perguntou Normani – Antony ficou muito aborrecido com a minha recusa ao empréstimo?

Ela sorriu, acendendo um cigarro.

-- Ficou furioso. Acho que ele vai insistir.

-- Já insistiu, não sabe? Telefonou-me hoje, pouco antes de  você. E convidou-me para passar o fim de semana com vocês em Newport.

Ela franziu o cenho, olhando-a surpresa.

-- Ele havia dito ontem, quando cheguei em casa e contei que você havia recusado o empréstimo, que você acabaria cedendo se eu me tornasse sua amiga. Achei até graça, mas não o levei à sério.
Meu Deus! Tony deve estar muito desesperado, para chegar ao ponto de telefonar para você e convidá-la para ir em nossa casa.

-- Ele não a consultou antes de fazer o convite que me fez?

-- Não. Tony sempre decide coisas sem consultar-me. E você aceitou o convite?

-- Dei uma desculpa. Não sei se devo aceitar um convite desses. Tenho que pensar – mentiu, sem arriscar-se a dizer as suas verdadeiras intenções.

•N̸o̸r̸m̸i̸n̸a̸h̸• ✓ F̶A̶T̶A̶L̶  I̶N̶H̶E̶R̶I̶T̶A̶N̶C̶E̶Onde histórias criam vida. Descubra agora