Labirinto

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O Labirinto.

            Amanda corria; ela precionava a mão em seu abdômen, tentando aliviar a dor, para que pudesse correr melhor. Ela corria, corria o mais rápido que podia, ouvindo o rasgo do rugido do verdugo ecoando logo atrás dela; ela já podia escutar o barulho das suas garras metalicas em contato com o chão se aproximando. Ela iria morrer...

Horas antes.

-Essa foi a coisa mais estúpida que alguém já fez.-dizia Minho para Thomas. Minho não sabia se xingava o garoto, tentava arranjar um jeito de se salvar, ou se socava a cara de Thomas.

-Minho, nesse momento, xingar o novato não vai adiantar de nada. Precisamos de um plano pra tentar sobreviver.- diz Amanda se levantando e indo até Alby deitado no chão, vendo se o mesmo ainda respirava.

-Você não entende, Amanda?- diz Minho virando para a amiga. -Ninguém sobrevive a uma noite aqui. Ninguém.

-Então, vamos ser uma exceção.- ela diz. Minho balança a cabeça negativamente. -Vamos. Temos que dar um jeito de salvar o Alby.

Agora.

            Amanda vira o corredor a esquerda, corre, vira a direita, corre, vira a direita outra vez e... Se depara com uma parede. Droga pensa ela droga, droga, droga. Ela se vira para correr dali, mas era tarde; o verdugo estava bem atrás dela, suas garras presas sobre a parede segurando seu corpo gordo e gosmento bem em cima de Amanda.

-Ah não...- ela murmura antes do verdugo pular em sua frente, soltando um rugido.

             Amanda analisa rápido sua situação; ou ficava parada esperando a morte; ou tentava subir o muro e morria, ou corria na direção do Verdugo e deslizava por baixo dele, escapando de sua morte; ela escolhe a ultima opção.

             Amanda corre o mais rápido que consegue em direção ao bicho, que corria em sua direção. Quando ele estava bem perto da garota, ela joga seu corpo no chão, o deixando deslizar por debaixo daquele gosma gorda que chamavam de Verdugos.
   
            Ela se levanta mais rápido que o Flash, seu coração batendo a mil, e volta a correr, escutando logo atras dela a criatura que a perseguia há meia hora. Será que esse bicho não cansa de me perseguir? Pensa ela dando uma bufada.

          Foi quando ela sentiu duas mãos a puxando para o lado esquerdo, e logo ela teve a visão do rosto de Thomas, que coloca o dedo sobre a boca em sinal de silêncio. Os dois se encostam mais no muro, se escondendo entre as heras da parede; o Verdugo passa reto, sem ver os dois ali.

-Vamos antes que ele volte. -diz Thomas antes de se virar e voltar a correr. Amanda da um sorrisinho fraco.

-Vai ser uma noite interessante.- ela diz para si mesma antes de começar a correr atrás do garoto.

Horas antes.

          Minho havia fugido; como um covarde. Havia fugido e largado Thomas sozinho. E sem se contentar em ser covarde sozinho, ele colocou Amanda sobre seu ombro e puxou a garoto para longe. Ela esperneou, socou as costas do garoto, mas ele não a soltou; disse que não ia deixar ela arriscar sua vida por conta de um fedelho estúpido que não devia nem estar no labirinto, para início de conversa.

          Quando estavam longe o suficiente de Thomas, Minho soltou a garota. Quando seus pés tocaram o chão e ela olhou para o rosto de Minho, ela deu um forte tapa no rosto do garoto, que nada disse, somente abaixou a cabeça.

-Se você queria ser covarde e fugir, isso era problema seu.- ela diz para ele, andando de um lado para o outro.-Mas não devia ter me trazido, não me dando uma escolha! Você acabou de deixar Alby e Thomas para morrer.

-Alby já estava morto, e Thomas morreu no momento que pisou neste labirinto.- diz Minho de cabeça baixa. -Ele só iria nos atrasar, e a gente ia morrer também. Agora, vamos. Não podemos ficar parados.

          Minho volta a correr, mas Amanda não. O garoto só percebe que ela não estava atrás dele tarde demais; Amanda já havia sumido pelo imenso labirinto que ela conhecia como a palma de sua mão.

Agora.
       
           O sangue de Amanda escorria por entre seus dedos que tentavam precionar a ferida em vão. Thomas gritava que eles não podiam parar, mas o ferimento que ela acabara de ganhar não a deixava correr; ela estava estacada, e o Verdugo estava logo atrás da garota.
       
             O estrago havia sido grande. Havia um corte que ia da sua barriga até sua coxa. Um corte gigante e profundo, que causava uma dor pior ainda. Ela estava perdendo sangue; não sobreviveria até o amanhecer. Ela mal conseguia se mexer...

            E foi quando ela consegue sentir seu corpo ser tirado do chão, e ela se vira para ver de quem eram os braços ao redor de seu corpo. Minho.

-Vamos!- ele grita para Thomas. -Eu conheço um caminho!

            E essa foi a última coisa que Amanda se lembra antes de tudo ficar preto.

[...]

               Minho não acreditava que existisse Deus; afinal, se existisse, ele tinha certeza que ja teriam saido daquele labirinto; que havia esperanças, mas isso era algo que o garoto havia perdido há muito tempo.

             Porém, ao ver Amanda sangrando em seus braços, o garoto se viu fazendo algo que jamais imaginou que iria fazer: rezar.

               Ele repetia para si mesmo várias e várias vezes que não podia perde-la; era verdade, afinal, Minho não teria forças para super a morte de sua melhor amiga. Por mais que ele nunca tivesse admitido para a garota, ela era o que lhe trazia esperanças.

               E foi quando ele viu os raios de sol começarem a aparecer, que sua motivação voltou; ele ia salvar Amanda. Ia salvar sua melhor amiga.

-Aguente mais um pouco.- ele murmura apertando mais a garota em seus braços. -Vamos te tirar daqui.

             Thomas carregava o corpo de Alby enquanto Minho levava Amanda;  ele podia ouvir o barulho das portas do labirinto se abrindo ali perto. Eles iriam conseguir.

Capítulo dedicado
a Halysson_

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora