O Verdugo

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A Clareira.

         Amanda havia passado o dia todo na Sede; ela não estava com cabeça para fala com Newt depois do dia anterior e certamente não queria ver Gally.

          Ela passa, então, o dia todo ao lado de Teresa, segurando sua mão. Ela esperava que a irmã acordasse logo, ela queria muito saber se Teresa... Bom, se ainda se lembrava dela.

-Você é tudo o que eu tenho.- murmura Amanda apertando mais a mão da irmã.- Então o que quer que tenha acontecido, não morra.

              Quando a noite caiu, Amanda decidiu deixar Teresa sozinha e ir dar uma volta; afinal, ela sabia que os socorristas cuidariam muito bem de sua irmã, e ela confia nos dois garotos.

              Logo que Amanda coloca seus pés fora da Sede, ela ve Chuck acompanhado de Thomas vindo em sua direção. Ela estranha, porém, não diz nada.

-Amanda!- diz Chuck alcançando ela e dando um sorriso.

-Hey, Chuck. -ela comprimenta dando um sorriso para o garoto. Logo seu olhar vai para Thomas, que estava bem desconfortável ali. -E ai, novato.

-Oi.- diz Thomas.

-O que posso fazer por você, pequeno Chuck?- diz ela esfregando as mãos uma nas outras e sorrindo. Chuck revira os olhos por conta do apelido.

-É verdade que Minho achou um verdugo morto no labirinto hoje?- diz ele. Amanda franze o cenho. Como assim Minho havia achado um verdugo morto no labirinto? -Você não sabia?

-Nos vemos depois, Chuck.- ela diz e se afasta, procurando por Minho na clareira.

            Era como se o garoto tivesse se escondendo dela; Amanda não conseguia acha-lo em lugar nenhum, isso por que a Clareira nem era tão grande.

             Depois de passar pela 4° vez por Caçarola e pelos outros Clareanos que comiam, o garoto a puxa de lado.

-Amanda, está tudo bem?- pergunta o cozinheiro. -Você já passou aqui 4 vezes, e está com um olhar estranho. Tem certeza que não quer sentar por um instante e comer?

-Eu preciso achar o Minho, Caçarola, você sabe onde ele está?- ela diz para ele, ainda olhando aos arredores a procura do garoto.

-A última vez que o vi ele estava falando com Newt la perto dos Jardins.- diz ele e da de ombros, voltando para sua cozinha.

         Ela vai até os Jardins apressada. Ali ela encontra Minho e Newt juntos, conversando. Ótimo.

          Ela caminha decisiva até Minho, e ao chegar no mesmo, o da um leve empurrão. Ele se vira para a garota, a fuzilando com o olhar.

-Quando ia me contar que achou um verdugo morto no labirinto?- ela diz cruzando os braços e levantando uma sobrancelha. -E aquele papo de "não escondemos nada um do outro"?

        Minho revira os olhos e bufa. Ele cruza seus braços e encara Amanda.

-Parece que a fofoca correu mais rapido do que eu imaginava.- ela diz. -Encontrei um verdugo morto no labirinto.

-Agora eu já sei disso, idiota!- ela diz dando um tapa ma parte de trás da cabeça do amigo.

            Newt observava os dois ali conversarem de canto, calado. Depois do que ele havia falado para Amanda, ele não conseguia sequer olhar em seus olhos. Naquele dia, o que ele mais queria dizer era eu amo você mas tudo o que conseguiu sair de sua boca foi gosto de você como amiga. O por que ele havia falado aquilo? Ele não sabia. Talvez Newt simplesmente tivesse medo; medo de deixar a garota entrar em seu coração; medo de que, ao fazer isso, ele iria assumir a si mesmo algo que estava tentando esconder desde o dia em que ele a vira pela primeira vez: ele tinha sentimentos por ela. E ele não sabia a origem desses sentimentos, mas algo o dizia que ele amava ela muito antes do labirinto, pois, desde o primeiro momento em que a viu sentiu um sentimento completamente diferente tomar conta de si, seu coração disparar, seu corpo travar... Ele queria a todo custo acreditar que não sentia nada por ela. Queria... Mas não era verdade.

            Ele ve quando Minho segura as duas mãos de Amanda, e ela tenta se soltar, rindo. E então, o garoto pega ela como um saco de batatas, colocando o corpo da garota sobre seu ombro e segurando as pernas dela, que ela agitava gritando para ele a soltar ou ela socaria suas costas.

              Newt sentiu pela primeira vez um sentimento estranho; tudo o que ele queria naquele momento era que Minho soltasse a garota, aliás, que nem falasse mais com ela. Ele balança a cabeça tirando esse pensamento de sua mente. Ciúmes. Era a palavra que vinha em sua mente, e que ele se negava a acreditar que sentia.

-Amanhã vou com Alby ver o verdugo.- diz Minho e Amanda o olha.

-Você sabe que eu vou junto, ne?- ela diz, e Minho sorri.

-É, eu sei.

[...]

          Quando Minho acordou de manha, Amanda já estava acordada; pela primeira vez desde que havia chegado na Clareira, Amanda havia se levantado sozinha e antes de Minho; aliás, ela mal havia conseguido dormir a noite.

            Ela sabia que algo estava errado; um verdugo não ia simplesmente aparecer morto assim, do nada. Ela precisava ir até lá, ver com seus próprios olhos e, ao menos, tentar descobrir o por que a CRUEL havia mandando aquela aberração para que Minho a encontrasse.

-Bom dia, fedelha.- diz Minho se sentando ao lado da Amanda. -Acordou cedo. Isso é tipo um milagre. Ou você não conseguiu dormir de preocupação.

-Para de me desvendar assim, desse jeito. -diz ela e ri.

-Vamos. Teremos um longo dia hoje.

[...]

          Amanda estava suando; cada músculo de seu corpo doia; tudo o que ela mais queria era parar, desistir. Mas ela não podia. Não era só a sua vida que estava em jogo ali.

-Estamos quase chegando na Clareira, Amanda.- diz Minho, preocupação em sua voz.

            Os dois tentavam carregar Alby de volta para a Clareira, mas estava sendo um desafio para os dois; Alby era pesado, e Amanda estava machucada, fazendo com que ela não tivesse no seu 100% para ajudar seu amigo a escapar do labirinto antes que as portas se fechassem.

            Quando eles enfim viraram o corredor, e encontraram a entrada para a Clareira onde todos os Clareanos esperavam, as portas começam a se mexer;

-Amanda, vá! - grita Minho.

-Não! -ela grita de volta. -Eu não vou deixar você!

-Você precisa! Sobreviva!

-Eu não vou deixar você, Minho!- ela grita de volta.

             Já era tarde; eles jamais iram conseguir chegar a tempo; mas, antes que as portas se fechem completamente, Amanda ve a ação mais estúpida que alguém poderia cometer; Thomas tinha entrado no labirinto. E agora ele iria morrer também.

             Amanda e Minho deixam Alby no chão, e a garota se senta enconstada na parede. Minho se apoia sobre seus joelhos, ofegante e olha para Thomas.

-Parabéns, trolho. Você acabou de se matar.

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora