Lembranças

3.1K 345 51
                                    

Denver
Uma semana depois

             Haviam se passada uma semana desde que Teresa havia aparecido;

              Depois de Mary dizer que o sangue de Amanda era uma cura, Teresa e ela passaram dois dias tentando descobrir uma forma de produzir uma vacina que acabasse com o Fulgor, mas não obteram sucesso; "É tudo questão de tempo", era o que Mary dizia.

          Teresa havia sido mandada, junto com os outros imunes, para outra Base do Braço Direito. Amanda torcia para que tivessem chegado bem, e que a CRUEL não os tivesse pego no caminho;

             Gally e Amanda ficaram encarregados de encontrar outros Imunes que pudessem ajudar. Até então, não tiveram nenhum sinal de Brenda, Jorge, Thomas, Minho e Newt. Era como se eles tivessem sumido do mapa.

                Em uma tarde, Amanda e Gally iam sair para ir atrás e ver se era verdade que um grupo de imunes havia chegado em Denver, quando Vince a chamou de lado e disse que precisaria dela ali na Base. Amanda, por mais irritada que tivesse ficado, cedeu, e Gally foi sozinho.

                 Amanda ficou a tarde junto com Mary, analisando mais e mais amostras, fazendo mais e mais testes, e não chegando a lugar nenhum.

-Desisto.- diz a garota batendo na mesa e saltando da cadeira.

             Mary suspira e se vira para olhar a garota, que andava de um lado para o outro, impaciente.

-Voceprecisa ter calma, Amanda. Essas coisas não saem assim tão rápido.- diz Mary. Amanda bufa, frustrada.

-E se você se enganou? E se meu sangue é igual ao dos outros Imunes? Talvez meu cérebro funcione como o dos outros. Capaz somente de impedir que o vírus tenha efeito, mas não capaz de destrui-lo.- diz ela, sentindo a tristeza tomar conta de seu corpo.

-Amanda, eu conferi os resultados várias vezes. Várias. Eu tenho certeza do que falei para você. Você é especial. Você e Thomas são diferentes.- diz Mary se levantando e indo até a garota. Ela põem a mão no braço de Amanda, e a garota suspira.

-Eu não sei se acredito nisso, Mary. - ela diz num sussurro.

-Por favor, tenha fé em mim. Eu vou achar uma cura, e você vai poder salvar o Newt. Você só precisa acreditar nisso tanto quanto eu acredito. Eu preciso do seu apoio, Amanda.- diz a Doutora.

-Eu acredito, Mary. Sei que vai achar. Só espero que ache uma cura a tempo de salvar Newt.- diz ela, seus olhos cheios de lágrimas.

-E eu vou. -Mary diz, e as duas se calam.

           Mary volta a se sentar, fazendo mais alguns testes. Amanda se senta novamente, mas não consegue se concentrar nos testes; estava pensando em Newt.

            Será que ele estava bem? Ou será que o Fulgor já havia atacado o seu cérebro e ele havia enlouquecido? Amanda não queria pensar nessa possibilidade; doia cada vez em que pensava nisso. Queria acreditar que estava tudo bem. Que ele estava bem.

            Ela fecha os olhos, e deixa que sua mente a leve para outro lugar. Outro dia. Outro ano.

            Ela estava na CRUEL novamente, e agora, tinha quinze anos, e não dezoito. Estava usando aquelas roupas brancas que ela tanto odiava, e estava sentada no refeitório, em silêncio.

           Todos na mesa estavam em silêncio; ninguém queria comentar sobre o que tinha acontecido com Minho, e Minho fingia que nada havia acontecido. Amanda fervia de ódio por dentro; pela CRUEL ter torturado seu melhor amigo. Tudo o que ela mais queria agora, era matar todos eles. Um por um, até não restar mais nenhum deles.

              O clima estava tenso, e tudo o que escutavam, era a respiração um do outro e o barulho dos talhres batendo nos pratos.

-Então...- tenta Thomas, mas ninguém diz nada. -Eu acho que vou, hum, ao banheiro, é.

            Quando Thomas se levanta para sair, prende seu pé no banco e vai de encontro com o chão, fazendo com que todos o olhassem.

-Ai meu Deus, Tom, você está bem?- Amanda se lembra de ouvir Teresa dizer antes de se levantar e ir ver o garoto.

-Ótimo.-murmura ele se levantando, com um pequeno filete de sangue em seu lábio. Ele olha para os amigos, e logo todos estavam rindo da queda desajeitada de Thomas.

            Amanda sorri com a lembrança. Sentia falta dos momentos em que estavam todos juntos e bem. Mas no fundo ela sabia, que mesmo nessa época, eles não eram adolescentes normais e felizes. Nunca foram. E nunca seriam.

           O sorriso morre em seu rosto; Amanda se levanta, e Mary a olha, confusa.

-Não aguento mais isso, Mary.- diz Amanda. -Eu apoio Vince em tudo, você sabe melhor do que ninguém o quanto eu me dedico a causa do Braço Direito. Mas não posso mais continuar fazendo isso. Eu preciso encontrar eles, Mary. Preciso encontrar meus amigos.

-Amanda...- diz a mulher se levantando cautelosamente.

-Não aguento mais. Eu vou acabar enlouquecendo se não os encontrar. Eu preciso ir atrás deles.

-Não precisa não.- diz uma voz atrás de Amanda. Ela se vira, e se depara com Gally, seu rosto sério.

-O que? Do que está falando? - diz Amanda confusa. Gally suspira.

-Amanda, precisamos conversar.- diz Gally, tenso.

-O que está me escondendo, Gally?- diz ela cruzando os braços. Conhecia o garoto bem o suficiente para saber quando ele estava a escondendo coisas. E, definitivamente, Gally andava fazendo muito isso.

-Há alguns dias tivemos notícias que um grupo de Imunes havia chegado aqui em Denver. Logo fomos ver quem eram. E mandamos que os entregassem um aviso meu, para que me encontrassem hoje no apartamento. Vince não queria que você fosse, por que sabia que você ia acabar se descontrolando, na hora errada. Eu encontrei com eles hoje, Amanda. Brenda, Jorge, Minho e Thomas. Eles estão bem. Estão atrás do Hans.- diz Gally. O corpo de Amanda trava. Eles estavam em Denver; o que ela esperou tanto para acontecer, estava enfim acontecendo. Mas então, sua ficha cai.

-Espera.- diz ela, sentindo o ar faltando em seus pulmões. -Você disse, Brenda, Jorge, Minho e Thomas?- diz ela e Gally faz que sim. -E o Newt?

-Amanda...- começa Gally, mas ela logo o corta.

-Cadê o Newt, Gally?- ela grita.

-Eu não sei! - diz ele e ela prende a respiração por um segundo. -Não estava com eles. Ele está contaminado, Amanda. Não pode entrar em Denver.

            Amanda respira fundo; solta a respiração. Olha pra Gally.

-Eu vou atrás deles.

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora