Denver

3.2K 370 17
                                    

Denver.

           Ao chegarem na cidade, não tiveram grandes dificuldades para entrarem e se esconderem. Sabiam que o CRUEL não os procuraria ali, era óbvio demais.

            Amanda e Gally ajudam os demais a montarem os equipamento dentro da antiga base da CRUEL, que agora era abandonada e um ótimo lugar para se esconder. Ninguém os procuraria ali.

-Amanda, Gally.- Vince veio até eles. Seu olhar parou na mão de Amanda, que segurava as cartas como se fossem seu bem mais precioso. -Ainda não leu isso? Se fosse eu tinha lido no primeiro instante.

-Vince, me de um tempo, ok?- reclama ela e Vince levanta as mãos em sinal de rendição. -O que ia falar?

-Soube que tem um grupo de imunes que fugiram da CRUEL e vieram pra cá. Quero que os encontre. Podem ser os amigos de vocês.

           O coração de Amanda acelara. De repente ela quis desesperadamente que fossem eles.

-Tomem cuidado. Podem ser seus amigos, como também podem ser guardas da CRUEL.- alerta Vince.

-Vince, já arrancamos as porcarias de rastreadores e os implantes que controlam nosso cérebro. Hans fez questão de nos fazer este favor.- diz Amanda. -A CRUEL não vai nos controlar. Bom, pode nos matar, mas não nos controlar.

           Vince revira os olhos e bufa.

-Só tomem cuidado, ok? Se vistam e peguem suas armas.

               Amanda vê Vince se afastar e Gally olha para ela.

-Você precisa ler isso, Amanda.- ele diz indicando as cartas com a cabeça, enquanto colocava o colete a prova de balas.

-Não sei se consigo.- ela murmura olhando para o papel onde estava escrito "Amanda" na caligrafia perfeita de Brenda.

-Você quer que eu leia?- ele pergunta meio hesitante. Amanda olha pra ele.

-Quero.

           Ela coloca as cartas na mão de Gally, que deixa a arma de lado e rasga um pedaço do papel, tirando o bolo de folhas amassadas de dentro.

             Ela vê os olhos de Gally passando pela carta, e fica tensa. Estralava os dedos das mãos impaciente, e quase arrancou as cartas das mãos do garoto. Quase.
  
              Alguns minutos depois ( que pareceram horas ) Gally abaixa o papel, seu rosto mais branco do que a folha.

-Eu acho que você mesma precisa ler isso.-diz Gally, guaguejando.

               Amanda tira as cartas das mãos de Gally, tremula. E a medida que ia lendo as palavras de Brenda relatando o ocorrido no Deserto, sua cara ia se fechando.

             Foi então que ela leu aquilo que ela menos queria ler. Newt havia contraido o Fulgor. Ele estava enlouquecendo aos poucos.

             Ela sente as lágrimas descendo pela sua bochecha, e Gally tira a carta de suas mãos, a colocando de lado e puxando a garota para um abraço.

-Mary vai achar uma cura. Newt vai ficar bem.- diz Gally, mas Amanda havia perdido todas as suas esperanças.

{...}

              Amanda e Gally andavam pelas ruas de Denver, onde diversas pessoas usavam máscaras, na esperança daquilo impedir que pegassem o Fulgor. Mas todos sabiam que era questão de tempo até os não imunes ficarem doentes. E os "privilegiados", como chamavam os Imunes, começarem a ser caçados.

-Se eles realmente vieram pra cá, devem ter ido até o Hans, Gally.- diz Amanda enquanto olhava para os lados.

-Eu sei, mas você sabe tão bem quanto eu que é um saco encontrar aquele cara.-diz Gally e bufa.

-Mas nós precisamos encontra-los! - diz Amanda.

-Amanda, agora não é hora de nos desesperarmos. Em primeiro lugar, o Braço Direito e sua causa. Depois pensamos no resto.

-Mas, Gally...- ela começa, mas o olhar cortante do garoto faz com que ela se cale.

               Amanda queria xingar Gally de covarde, mas sabia que ele estava certo; Precisava colocar a causa deles em primeiro lugar, ou acabaria se matando. Ela bufa, e continua a andar.

-Vamos tentar a casa abandonada. É lá que Hans faz as operações pra tirar o rastreador.- diz Amanda e Gally concorda.

             Amanda olha pra trás mais uma vez, e o mesmo cara de minutos atras, continuava atrás deles. Ele os estava seguindo. Ele usava a touca de sua blusa, e seu rosto era incapaz de ser visto.

-Gally.- diz Amanda e se aproxima dele. Ela sussurra: -Aquele cara ali atrás está nos seguindo.

         Gally não olha para trás para conferir; acreditava em Amanda.

-Vamos entrar no beco ali e pegamos ele de suspresa.-diz Gally. Péssimo plano, cara de mertila! Pensa ela.

             Gally e Amanda entra no beco, e se escondem atrás de uma grande lata de lixo. O garoto os segue, e ao entrar ali, olha para os dois lados, procurando por eles.

           Gally sai de trás da lata de lixo, e puxa o garoto pela gola da camiseta, o prensando contra a parede. A touca da blusa cai pra trás, dando a visão de seus olhos arregalados e seu pele pálida.

-Por que está nos seguindo, Trolho?!- grita Gally, e aponta a arma para o garoto.

-Gally, abaixe a arma!- diz Amanda empurrando o amigo para que ele soltasse o garoto. Gally a encara confuso. -Eu conheço esse idiota.

-Amanda.- diz o garoto respirando ofegante e dando um sorriso fraco.

       Amanda cruza os braços antes de responder friamente e com um olhar cortante:

-Aris.

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora