Braço Direito

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Base do Braço Direito.

              Depois que Amanda termina de colocar as últimas caixas dentro do pequeno caminhão, fecha a porta e a tranca.

             Gally estava logo atrás da garota, de braços cruzados, impaciente.

-Você é tão lerda que não sei como era uma corredora no labirinto.- diz o garoto fazendo Amanda revirar os olhos.

-Você é tao chato que me admira que eu ainda seja sua amiga.- ela diz e Gally ri.

-Vamos logo antes que Vince apareça e começa a gritar com a gente de novo por ainda não termos saido daqui.- diz Gally e Amanda bufa.

-As vezes eu tenho vontade de socar Vince.- ela murmura.

-Eu sei que você, no fundo, me adora.- diz a voz grossa de Vince logo atrás de Amanda, fazendo a garota corar.

-Foi mal.- ela diz e ele ri.

-O que ainda estão fazendo aqui?- ele diz logo ficando sério e cruzando os braços. -Faz mais de uma hora que mandei terminarem tudo e irem pra Denver!

-É meio complicado fazer isso quando se tem meio mundo de coisas para enfiar dentro desse caminhão.- reclama Amanda.

-Ainda mais pra Amanda, que deora trezentos anos para colocar uma caixa.-diz Gally e Amanda revira os olhos.

-Você revira tanto esses seus belos olhos, que me impressiona não terem caído. -diz Vince, fazendo Amanda revirar os olhos outra vez. Vince ri. -Vão logo!

-Esperem!- grita alguém atrás deles. Amanda se vira, dando de cara com Mary, que corria até eles com um papel em mãos.

-Eu não mandei você entrar no carro?- reclama Vince com ela, que o ignora, indo até Amanda.

-Isso chegou hoje por um dos infiltrados da CRUEL. É pra você, Amanda.- diz Mary estendendo um bolo de cartas todas endereçadas para Amanda.

            Amanda sente seu corpo estremecer, e pega as cartas, suas mãos trêmulas.

-Ok, ok, iisso tudo é muito comovente, mas entrem logo na merda do caminhão!- grita Vince irritado. Todos olham pra ele, e ele cora um pouco. -Desculpe. Só entrem logoe vamos embora, por favor.

            Ele sai dali junto com Mary, e Amanda e Gally entram no caminhão, Gally dando partida.

            Amanda e Gally ficaram em total silêncio durante meia hora, até Gally decidir falar.

-Então, não vai ler as cartas?- ele pergunta, desviando o olhar da "estrada" para olhar Amanda. Ela olha para o bolo de cartas, a maioria amassada, em suas mãos.

-Não sei.- ela diz e suspira, fechando os olhos.

-Você tem medo que as notícias não sejam boas?- pergunta Gally.

-Sinceramente? Sim. Eu tenho. Se passaram dois meses, Gally. Dois meses. - ela diz e estremece com a possibilidade de Newt ter morrido, que as cartas falem sobre isso.

-Você lembra do que me disse logo no primeiro dia em que chegamos na Base do Braço direito? Quando eu estava confuso, sem entender nada? Você me disse que a fase dois seria extensa. Não tanto quanto o labirinto, mas que ela ia ser longa. E que para eles conseguirem chegar até o Braço Direito, precisariam passar pela fase dois antes.- diz Gally e Amanda suspira. -Você também me disse para ser paciente, Amanda. Então tenha paciência. Eles estão com Branda e Jorge, e você me fez acreditar que eles eram boas pessoas e que protegeriam nossos amigos. Agora você quem está precisando acreditar nisso.

-Eu acredito, Gally.- ela diz. -Eu realmente acredito neles. - sua voz trava. -É que... Newt não é imune ao Fulgor, você sabe. E...

-Cada dia que passa é uma possibilidade dele contrair a doença.-termina Gally e suspira. -Amanda, você precisa acreditar que ele está bem. Por você.

-De que adianta? Se não encontrarmos a cura, uma hora ou outra ele vai enlouquecer.-ela diz, lágrimas brotando nos cantos de seus olhos. -Eu prometi pra mim mesma no dia em que o conheci que eu iria achar uma cura do jeito certo.

-Então, ache uma cura.

-Isso não é tão fácil quanto parece.- ela diz e bufa. -A CRUEL está a anos procurando a porcaria dessa cura, nos fez passar por milhões de testes, mandou para um labirinto cheio de verdugos, e de que adiantou? Nada!

-Eles estão procurando no lugar errado e da forma errada. E você sabe disso. Mary sabe disso. E Mary sabe onde procurar. Ela criou esse vírus, ela pode achar a cura. Você só precisa ter fé nela. E em você. - diz Gally e Amanda bufa.

            Amanda ia abrir a boca para retrucar, mas um Crank entra na frente do caminhão. Gally não conseguiu parar a tempo.

          O coração de Amanda acelera e se aperta quando o caminhão passa em cima do Crank, fazendo barulho de ossos se partindo. Gally bufa e abafa um grito.

-É nisso que Newt vai se transformar se não acharmos uma cura.-Amanda diz, quase num sussurro. -Um tipo de monstro sem consciência que quer destruir tudo o que vê.

-Amanda, por favor...- começa Gally.

-Desculpa. Isso é demais pra mim.- diz ela, sentindo uma lágrima escorrer pela sua bochecha.

-Eu sei, Amanda.- ele diz e aperta a mão da garota. -Eu sei.

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora