Amanda e Newt

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Alguns Anos Atrás
Complexo CRUEL

Quando Emilly foi parar na CRUEL junto com sua irmã, ela achou que todos seus problemas haviam acabado. Agora elas não estavam mais sozinhas naquele mundo catastrófico, e não corriam mais tanto perigo. E afinal, agora Emilly poderia relaxar. Não teria que se preocupar tanto com sua irmã que era um anos mais nova que ela.

Mas isso era somente uma doce ilusão passando na cabeça de uma criança de 6 anos tendo que tomar conta de sua irmã de 5 após seus pais terem sido contaminados pelo Fulgor. Não foi uma experiência muito agradável para a garota. Mas, mais desagradável que isso era o que estava por vir ali, dentro do complexo da CRUEL.

Primeiro, eles a separaram de sua irmã. O que foi horrível. A garota nem sequer mais sabia se sua irmãzinha estava viva ou morta. Foram tempos difíceis para ela. Não comia, e ia enfraquecendo cada vez mais. Mas, o que veio a seguir foi pior. As torturas. Ou ela comia ou era torturada. E bem, comer passou a ser menos insuportável que aquela dor horrível.

Depois, decidiram mudar seu nome. Ela não era mais a Emilly, agora. Era Amanda Agnes. E acabou descobrindo que sua irmã se chamava Teresa.

Amanda não queria aceitar aquele nome que não fazia parte de quem ela era, porem, qualquer coisa era melhor do que passar por aquela tortura outra vez. Eles eram monstros, ah, eles eram. Capazes de qualquer coisa para descobrir a maldita cura.

E então, vieram os exames, os testes, as aulas. Amanda se sentia presa, sozinha, vazia. Sentia falta de Teresa todos os dias. Esperava que a irmã estivesse bem. Como eles eram capazes de separar duas pessoas desse jeito? É pela cura, dizia sempre o Doutor com cara de sapo que cuidava de Amanda, não somos maus. Só queremos que tudo volte a ser como era.

Mas Amanda não acreditava nesse monte de bobagem. Eles estavam mentindo para si mesmos dizendo que havia cura para o Fulgor. Que as pessoas podiam voltar a ser quem eram. Não devia simplesmente aproveitar enquanto podem? Ou eles preferem sentar diante de computadores, analisando milhões de testes e nunca encontrando resposta nenhuma? Por que, para Amanda, estava claro que eles não estavam chegando a lugar algum.

Ela não sabia quanto tempo havia se passado, mas ela chutava que uns 4 anos. Devia ter seus dez anos agora. Ela já havia perdido todas as esperanças de encontrar com alguém da sua idade. Poder conversar. Rir, talvez.

E foi ai que, durante mais um dia normal, o medico foi ate seu quarto.

-Bom dia, Amanda. -ele diz sorridente. Era a primeira vez que via o Doutor Cara de Sapo sorrindo. Amanda ficou tensa, de repente. -Hoje é um dia muito especial! Quer vir comigo, por favor?

-Não sei se quero.- ela murmura.

-Desculpe, querida, voce disse algo?- ele pergunta voltando seu olhar para a garota.

-Ah, nada não.

-Bem, - ele diz e começa a andar, Amanda logo o acompanhando.- Nós todos decidimos que você já está pronta para interagir com outros candidatos. Vamos iniciar você como Newt. Tudo bem pra você?

-Nem sei quem ele é, então acho que não tenho do que reclamar. - ela deixa escapar, logo se arrependendo. Mas o Doutor Cara de Sapo pareceu não se importar. Deu uma alta gargalhada, o que fez ela recuar um pouco.

-Você tem razão. Ele é um garoto esperto, é sim, você vera.- ele diz. Eles param diante de uma porta e o Doutor Cara de Sapo a abre. Lá dentro havia somente uma mesa e duas cadeiras, uma em frente a outra. Um garoto loiro estava sentado, olhando para as mãos e balançando a perna impaciente.

-Bem, Newt. - diz o Doutor ganhando a atenção do garoto - Esta é Amanda. Amanda, Newt. Divirtam-se.

E então ele saiu, fechando a porta atrás de si e deixando os dois completamente sozinhos.

Amanda atravessa a sala meio desconfortável, e se senta em frente ao garoto. Eles se encaram por um tempo. Nenhum dos dois abaixou o olhar.

-Bem, eu não sei bem começar uma conversa.- diz Newt. - Posso dizer que nunca tive muitos amigos. Ou nenhum- Amanda ri.

-É, nem eu. Eu ia dizer 'ei, meu nome é Amanda' mas acho que o Doutor Cara de Sapo já disse isso.- ela diz, e o garoto ri.

-Doutor Cara de Sapo?- ele pergunta pousando os braços sobre a mesa.

-Veja bem,- ela começa cruzando as pernas e puxando a cadeira para mais perto da mesa.- Ele realmente tem cara de sapo.

-Ah, eu já vi pessoas piores aqui. Eles andam sempre tão sérios, tão apressados. Nunca nos respondem nada. Não é como se o mundo estivesse acabando ou coisa do tipo.- diz Newt com ironia, sorrindo, o que fez a garota rir.

-Que piada pesada!- ela diz. Newt é alguém com quem que eu podia fazer amizade, pensa ela, ele até que é bem legal.

Os dois riem por um tempo, mas logo o silencio constrangedor volta a pairar no local.

-Então... Você é imune?- pergunta Newt e Amanda o olha confusa.

-Imune?

-É, você sabe, ao Fulgor.- responde ele um pouco desconfortável. Amanda franze o cenho. Todas as crianças ali não eram imunes? Não é por isso que estavam la?

-Sou, por que? Você não é?- ela pergunta temendo a resposta. Quando ela acha que começa a entender o que esta acontecendo, o que os caras da CRUEL querem...

-Bem... Não. - ele diz coçando a cabeça e Amanda fica surpresa, mas ao mesmo tempo chateada. Newt era uma boa pessoa, ela já havia reparado nisso. Era tão injusto que ele não fosse imune. O que o tornava merecedor de tudo aquilo que estava passando, se nem ao menos ele era imune?

Se eles não achassem a cura, Newt provavelmente morreria também. E isso era... Triste. Fazia o coração da garota se apertar e ficar tão pequeno quanto uma uva passa.

-É, mas de qualquer jeito, eles vão achar a cura.-ela diz e ele sorri triste.

-Bom, eu espero que sim. Caso o contrario... Bem, caso contrario eu morro. Ou pior. Me torno um deles.

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora