The Girl Who Wanted More • Maze Runner

Arrependimento

Denver.

              Amanda sempre imaginou o como seria descobrir que existia uma cura ao Fulgor; pensou que ficaria feliz, que finalmente poderia viver em paz, que finalmente ia poder ficar junto com Newt; mas em nenhum momento imaginou sentir o que havia sentido ao ouvir as palavras que sairam da boca de Mary.

                Claro, se sentia feliz por saber que Newt não morreria, que ela não iria ter que perde-lo outra vez; mas sentia algo entalado em sua garganta, e as lembranças dela apontando sua arma para a cabeça de Newt não paravam de girar em sua mente.

               Se sentia culpada; como teria sobrevivido se tivesse puxado o gatilho e tirado a vida dele? Como iria sobreviver sabendo que ela era a culpada por sua morte? Ela simplesmente não conseguia imaginar um destino pior.

             Amanda não conseguia ficar naquela sala, com os olhares de todos ali sobre ela; se sentia sufocada, pressionada. Só queria ir embora dali o mais rápido possível, se libertar. Então, ela se levanta sem dizer uma palavra, e sai.

-Amanda!- chama Mary, mas ela ignora, cotinuando a andar para longe dali, sentindo seus olhos arderem pelas lagrimas que começavam a se acumular ali.

             Amanda vai para o quarto que dormia, entra ali e fecha a porta, encostando suas costas nela e deslizando até o chão, sentindo as lágrimas quentes escorrendo pelas suas bochechas. Como foi capaz de fazer isso? Como? Quase havia matado o garoto que amava.

                Ela pode ouvir batidas na porta, e a pessoa não precisava falar nada para ela saber quem era: Minho.

-Amanda, abra essa porta.-disse o garoto tentando abrir a porta mais uma vez.

-Me deixa em paz.- ela diz tentando evitar um soluço que estava prestes a escapar, mas foi em vão.

-Por favor, Amanda. Me deixa entrar.- pede o garoto. Amanda se levanta e destranca a porta, logo em seguida indo para a cama e afundando seu rosto no travesseiro.

              Ela pode ouvir quando a porta foi aberta e fechada, e sentiu a cama afundar do seu lado.

-Amanda...- ele começa e ela se vira pra ele.

-Eu quase o matei, Minho. E-eu não conseguia ver ele daquele jeito.-ela diz chorando. Minho não diz nada, se senta ao lado dela a puxando para um abraço, e Amanda o abraça fortemente.

-Mas você não fez isso. E, agora, isso é tudo o que importa. Então, pare de chorar. Ele está bem, Amanda. Está vivo. E ele não te culpa pelo que aconteceu.

-E como você sabe?-pergunta ela encarando Minho.

-Por que eu sei!- retruca Minho revirando os olhos, fazendo ela dar um pequeno sorriso. Minho sorri. -É assim que gosto de te ver. Sorrindo.

            Amanda suspira e volta a abraçar o amigo. Não queria ter que encarar Newt depois do que fizera, mas sabia que hora ou outra teria que se encontrar com o loiro.

               Se sentia horrível; queria nunca ter feito aquela promessa. Queria nunca ter apontado a arma para ele. Queria poder apagar aquele dia de sua mente.

                 Minho se levanta, e Amanda o encara, confusa. Ele atravessa o quarto, pegando o violão que estava encostado na parede.

-Onde você arranjou isso?- pergunta ele olhando o violão. Amanda da de ombros.

-Achei um dia em que sai com Gally.

-Você sabia tocar.-murmura Minho. Amanda sorri.

-Você se lembra...- ela diz e Minho se aproxima com o violão na mão, se sentando ao lado dela.

-As memórias vem.. Não tenho todas, mas tenho o suficiente.-ele diz e sorri fraco. -Eu me lembro da nossa amizade. É bom saber que ela continuou a mesma mesmo depois que... Bem, você sabe.

          Amanda abraça Minho, sorrindo. Pelo menos algo bom. Minho se lembrava de tudo o que haviam passado juntos; agora as memórias não viviam somente em sua mente, mas na mente do garoto também. Minho estende o violão para Amanda, e ela o pega, colocando em seu colo.

-Qual era o nome daquela música que você vivia cantando? Aquela que até chegava a irritar de tanto que você cantava?-pergunta Minho e ela ri.

-If We Have Each Other.-ela diz começando a tocar o refrão da música no violão, fazendo o amigo rir.

The world's not perfect, but it's not that bad
If we got each other, and that's all we have
I will be your lover, and I'll hold your hand
You should know I'll be there for you
When the world's not perfect
When the world's not kind
If we have each other then we'll both be fine
I will be your lover, and I'll hold your hand
You should know I'll be there for you
You should know I'll be there for you

             Ela termina de tocar e se vira pra Minho.

-É. Essa música continua sendo irritante.-ele diz e Amanda ri, batendo na cabeça dele. Amanda suspira, colocando o violão de lado e apoindo a cabeça nas mãos.

-Eu não sei se consigo encara-lo depois do que eu fiz, Minho.- ela diz baixinho, sentindo seu coração apertar.

-Amanda, ele ama você. E você só queria tirar o sofrimento dele. Ele te implorou para você mata-lo, eu vi isso. Ele não te culpa, Amanda. A única que se culpa nessa história é você mesma. E se você for se afastar dele por conta do que aconteceu te garanto que estara machucando muito mais ele do que se tivesse metido uma bala em sua cabeça.- diz Minho e Amanda suspira.

               Ele encosta a cabeça no ombro do amigo e fecha os olhos; sabia que teria que encarar Newt, mas, enquanto não tinha que faze-lo, iria ficar ali, junto com Minho, sem dizer nada. As vezes o silêncio poderia ser melhor do que qualquer palavra.