Vinte e sete

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-O que você quer Hal?

-Eu vim te infernizar um pouco.

-Claro. —é sempre essa merda

-Fiquei sabendo que você está com um Jones agora, né?

-Minha vida não te interessa.

-Bom, então é verdade o que dizem de você por aí.

-O que dizem de mim?

-Que você foi pra cama com um tal de Sweet Pea, e no mesmo dia já estava com o Jones! Eu já sabia que você era uma puta, mas não sabia que era de tão baixo nível Elizabeth.

-O quão distorcida foi essa história até chegar a você?

-Até onde eu sei, nada.

-Bom, vou te contar a real história. Eu estava bebada porque você foi na minha casa, aí o Sweet Pea me levou para um quarto e tentou me estuprar, só que aí o Jughead chegou e me tirou de lá. Eu não transei com ninguém, e você deveria me perguntar as coisas antes de sair me acusando de alguma merda colossal como essa, seu vagabundo!  —as palavras saíram correndo de minha boca, e eu me sentia borbulhando de raiva.

(Telefone off)

Sinto alguma lágrimas escorrendo no meu rosto. Tanto por saber que essa história foi tao distorcida, que estou me passando de puta, e porque estava morrendo de raiva, e a culpa era do Hal. Como sempre.

-Você está bem?  —escuto a voz de Jughead ao meu lado.

Estava de cabeça baixa, em posição de derrota. Porque eu realmente estava derrotada. Eu não aguentava mais essa merda que o Hal faz.

Era pro meu dia ser maravilhoso.

Mas como sempre: você pode ter 23 horas e 59 minutos do seu dia bom, mas aquele 1 minuto, pode estraga-lo por inteiro.

E foi isso que o Hal fez, ele estragou todo o meu dia.

-Era o Hal.

-O que ele queria agora?  —ainda estava sem coragem de levantar minha cabeça, e o encarar.

Devo estar com os olhos pretos, por conta de estar chorando.

-O de sempre.

-O que ele disse Betty?

-Ele disse que eu sou puta. E que depois de eu supostamente transar com o Sweet Pea, eu fui pra cama com você.

-Nós dois sabemos que essa história não é real Elizabeth!

-É, nós sabemos!  —levanto minha cabeça e o encaro nos olhos.  -Mas o resto não. E eles só sabem essa história que o Hal sabe.

-Claro que não, eles viram tudo na festa!  —seus olhos ficaram mais escuros e seu maxilar estava serrado.

-Jughead, quando eu cheguei na escola no dia seguinte, todos estavam me olhando como se eu tivesse feito uma merda muito grande.

-Mas você não fez.

-Mas todos acham que sim!  —abaixo minha cabeça de novo e sinto mais lágrimas escorrerem.
Tampei meus olhos com as mãos e me apoiei em meus joelhos.

Não da mais pra aguentar essa merda, ele não me deixa em paz nem uma semana. A única vez que eu não penso nele é quando estou dormindo, é quando ele não pode me atingir. Talvez eu devesse dormir pra sempre, mas quem sabe dessa vez funcione.

-Elizabeth eu sinto muito, mas não tem mais o que fazermos. Você deveria parar de se importar com eles.  —ele põe a mão em minha coluna a esfregando de cima para baixo.

Eu cravei minhas unhas em minhas mãos até sentir sangrar, até sentir que um pouco daquela raiva, já tinha ido embora. E tinha.

Tudo aquilo sumiu. Todos sumiram. Estava tudo escuro. Eu não ouvia ninguém, nem nada.

O que aconteceu?

Senti meu corpo caindo e apaguei.

(Jughead on)

Eu estava arrastando minha mão para cima e para baixo nas costa de Elizabeth, quando ela começou a cair, do nada.

Eu a segurei e tentei lhe acordar mas ela não se mexia.

Comecei a me desesperar, não sabia o que tinha conhecido, e nem por que.

Seu corpo havia ficado mole e fiquei com medo de ter morrido. Não sei como, mas quem sabe né?!

Senti sua pulsação, e já me senti mais suave.

Chamei um táxi que estava passando, e sai correndo para o hospital com ela deitada em meu colo.

-Betty, acorda.  —balancei ela, mas nada

Ela ainda respirava, então estava tudo bem até agora.

Suas mãos caíram para o lado e vi umas manchas vermelhas em suas mãos. Tinham o formato de suas unhas, e pareciam sangrar. Talvez seja por isso que ela desmaiou.

Betty faz isso a muito tempo, ela se machuca para passar a dor. Ela me disse uma vez, disse que sempre passava, e talvez quando dormia.

Eu não a julgava, a vida dela já foi muito mais difícil do que é, hoje em dia.

Chegamos ao hospital e eu pedi uma cadeira de rodas.

-O que aconteceu com ela? —uma enfermeira me perguntou enquanto me entregava a cadeira.

-Eu não sei. Ela estava estrelada e do nada apagou. Eu não sei o por que.

-Ok ok. Eu vou levá-la pra dentro e você vai na recepção e registra ela.

-Ela vai ficar bem?

-Ao que tudo indica ela só desmaiou. Mas eu vou ver se algo a mais aconteceu.

-Ok

-Você é namorado dela? Irmão?

-Acho que namorado? —eu acho que seria hoje.

-Como assim acho? —ela começou a andar para dentro do hospital e eu fui à seguindo.

-Eu is lhe pedir em namoro hoje. Mas aí o pai dela ligou e estragou tudo.

-Enfim. Você namora ela. Vai lá fazer a fixa dela, que eu vou ver o que aconteceu.

-Tudo bem.

Ela entrou em um corredor e eu fui de encontro com a bancada da atendente.

-Oi. Eu vim registrar a menina que acabou de entrar com uma enfermeira.

-Uma loira que parecia morta?

-Credo. Mas sim, é ela.

-Ok, vou te dar esse papel... —ela se abaixa ainda na cadeira e pega um papel com perguntas. -Preenche isso é me entrega.

-Tá

Sai do balcão em me sento em uma das cadeiras na sala de espera.

(...)

Respondi todas as perguntas, e entreguei para a moça do balcão, ela me mandou sentar e esperar até a enfermeira me dar notícias.

É o que? História da Bughead [ACABADA] (em manutenção)Onde histórias criam vida. Descubra agora