Vinte e quatro

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Ainda estava dentro do chuveiro com a água escorrendo e as lágrimas também. Ele estava do outro lado da porta esperando que eu falasse alguma coisa, então eu falei.

-você não precisa fazer isso só porque eu disse o que eu sentia —é verdade ele não precisava. E eu acho que nem queria.

-eu sei.  —ele bate fraco na porta de novo. -deixa eu entrar Betty, por favor.  —eu sentia a melancolia me sua voz, e aquilo só piorou tudo.

-não posso.  —não mesmo. Estou pelada, toda molhada, com os olhos cheios de lágrimas, e ainda por cima estava soluçando.

-betty... —ele solta o ar pesado. -por favor.

-não posso Jughead. Você não está fazendo isso porque me ama ou gosta de mim. Está fazendo só por pena e eu sei disso, não precisa se dar o trabalho de fazer isso. —eu não quero que ele se declare, mesmo sem querer.

E mesmo se ele quiser não vai dar certo, eu sou toda quebrada e problemática por dentro.

-betty eu estou falando a verdade. O que eu sinto! Por favor deixa eu conversar com você direito. —alguém entra no quarto e escuto um barulho de porta se fechando.

-Jughead a betty tá aí dentro? —escuto a voz de Veronica ressoar fora do banheiro.

Desligo a água e começo a me enxugar.

-ta. E ela não quer sair. —eles quase cochicham, mas eu ainda consigo ouvir.

-betty? —Veronica bate na porta. -posso falar com você? —ela coloca a cabeça para dentro do banheiro.

Faço um movimento com a cabeça indicando para que ela entre e a mesma obedece. Se senta em cima da privada e me encara com melancolia.

-amiga você tá péssima. Por que isso?

-eu não devia ter falado nada pra ele.  —viro meu rosto e me aperto mais na toalha.

-mas, o que aconteceu pra você ficar assim?  —ela me olha confusa.

-você não sabe?  —meu rosto vira rapidamente pra ela.

Ela balança a cabeça em negação, dou graças a Deus em minha cabeça por ela não saber. Se Veronica não saber? ninguém dabe.

-o jughead me chamou pra conversar e aí ele perguntou qual o motivo de eu fazer aquilo e eu disse. Eu tenho ciúmes dele com outra pessoa sem ser eu ou você...  —bobeio com minha respiração que falha no meio do caminho.  -eu nunca devia ter te dito, mas enfim... eu gosto do Jughead, e agora ele fica falando que gosta de mim, mesmo sem gostar.

-mas eu gosto de verdade de você Betty. Deixa eu entrar.  —ele fala de trás da porta, e sinto meu rosto molhado se novo.

-Jughead. Tem como você descolar da porta por um minutinho?  —Veronica coloca a cabeça pra fora e vejo seus olhos se encontrando com os meus.

-claro.  —ele se vira e sai pela porta do meu quarto.

-pronto. Agora deixa eu te contar uma coisa, ok?  —diz me encarando seria. -Betty ele te ama. E não, não é porque você está dizendo que gosta dele. Ele te ama desde que eu o conheço.

-é o que? Isso é impossível Veronica, não faz sentido. Ele nunca disse nada pra mim!

-você já tinha contado que gostava dele antes? Pra alguém? Não né. Nem pra mim!

-mas eu não quero falar com ele.

-por que não B, ele vai precisar falar com você. Não adianta.

-mas eu não!  —sim, eu minto o tempo todo sobre meus sentimentos. Mas na minha opinião, é uma maneira de me proteger.

-ta, vou falar pra ele ir embora.

-brigada Vee.  —lhe dou um abraço e um sorriso, fraca.

Ela sai do banheiro me deixando sozinha. Não acho que Jughead vá embora, ele nunca vai quando coisas como essa acontecem.

Seco as pontas de meu cabelo, já  que estava seco quase por completo, o penteio e saio do quarto. Me visto com uma calça de moletom e blusa cinza sem mangas.

Me deito na cama e sinto meus olhos se encherem de novo. Não aguentava mais chorar, mas não tinha o que fazer, não tinha como eu simplesmente engolir aquilo e parar, na minha opinião é melhor deixar sair do que deixar preso em seu peito, ainda mais se forem lágrimas.

Me encolho toda quando sinto as lágrimas escorrerem rapidamente em minhas bochechas quentes.

Sempre foi uma merda dormir chorando, e sempre vai ser, mas o que eu vou fazer? Nada. Eu nunca faço nada, e no final quem fica mal sou eu!

Estava chorando encolhida do lado direito e virada para a parede. Escuto o barulho da porta se fechando de vagar, mas ignoro até sentir o olhar dele me queimando.

-a Veronica não já te mandou ir embora?  —Jughead estava parado em minha frente me olhando, e vendo o quão vulnerável eu estava. Me sentei e fiquei o observando.

-eu não podia ir.  —ele tira os sapatos e se senta na cama olhando pra mim.

-Jughead olha...  —ele me interrompe.

-Betty. Eu não vou embora, desiste. Não até você estiver normal!  —ele havia uma expressão séria.

-o que você quer que eu faça então?   —engulo em seco, e as lágrimas continuam caindo. Ele passa os polegares embaixo dos meus olhos.

-eu quero que você pare de chorar e me diga o por que você está chorando. 

-simplesmente porque eu não queria te falar sobre aquilo Jughead. Olha como a gente está agora! Olha que merda que eu fiz.

-você não fez merda nenhuma. E eu to falando sério quanto a gostar de você, eu gosto de você desde que te vi pela primeira vez.  —ele põe as mãos em meu rosto acariciando minha bochecha.

É o que? História da Bughead [ACABADA] (em manutenção)Onde histórias criam vida. Descubra agora