College

five

Já estava quase pronta pra janta. Estava usando uma cachareu de lã preta, uma saia preta por baixo e um tênis vans.

Karol estava deitada na cama com a camiseta do México, uma calça jeans preta e um tênis branco.

- Vamos logo Valentina, eu tô morta de fome - Karol reclama pela vigésima vez nesse mesmo minuto - você não precisa passar tanta maquiagem pra ficar bonita, o meu irmão já te quer assim.
Eu a encaro e tento ficar seria porém é impossível ficar séria com essa menina.
- Falou a garota que está toda produzida pro meu melhor amigo - zôo com a cara dela e o sorrisinho dela logo some.
- Ruggero?
- Eu nem falei o nome... Acho que você estava pensando nele em - ela fica sem graça - você estava mesmo pensando nele.
- Não viaja - ela levanta da cama - eu tô indo.
- Calma, eu tô pronta.
Nós duas saimos do quarto e fomos até o quarto de Chiara pra chamar ela. Eu bati na porta e quem abriu foi a demônia ruiva.
- O que você quer aqui? - ela faz uma cara de tacho.
- Minha melhor amiga - respondo com um sorriso cínico.
Ela simplesmente sai e deixa a porta aberta.
- Aí que menina louca - Karol fala entrando no quarto - Chiara, vamos logo pra cantina.
- Oi Karol, eu tô bem sim e você? - Chiara levanta da cama e encara Karol com um sorriso amigável.
- Eu tô morrendo de fome, vamos - Karol vira as costas e sai andando.
Chiara passa por mim sussurrando um 'louca' e eu dou risada e fecho a porta do quarto.

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Quando adentramos o refeitório, fomos até a nossa mesa, como de costume os meninos já estavam lá, só que não estavam só eles, tinham várias pessoas em volta.
Eu e as meninas nos olhamos e caminhamos até a mesa as pressas.
Ana, Katja e Candelária estavam lá com um tablet passando um vídeo pra todos. Não era um vídeo qualquer, era aquele vídeo, o vídeo da minha mãe comprando drogas com uma mulher.
Logo que as meninas me vêem elas escondem o tablet e me olham, sendo acompanhadas por todos.
- Podem pergunta a Valentina, a mãe dela era uma drogada e, pior ainda, comprava drogas com a mãe dos gêmeos Ronda - Katja falou alto pra que todos escutassem - não vai negar né Valuzita?
Nesse mesmo momento o diretor adentra o refeitório com Ruggero.
- Vocês três na minha sala - o diretor Martinez fala alto e grosso pra que todos escutem - se eu ouvir alguma piadinha sobre esse assunto, todos ficaram de castigo nesse fim de semana - ele vira as coisas e sai andando, sendo seguido pelas três demônias.
Eu me sento na cadeira e seguro as lágrimas que queriam cair. Respiro fundo e abro os olhos encarando todos os meus amigos que ali estavam.
- Eu vou pegar alguma coisa pra mim comer - me levanto da mesa e vou até a bancada.
Sinto alguém me seguir mas não quero olhar pra trás, não quero fazer nada, só quero sumir nesse momento.
Paro na fila e percebo quem me segue, era ele.
- Eu sei como se sente - Mike fala perto do meu ouvido - também está acontecendo comigo agora... E está sendo difícil segurar as lágrimas mas eu não quero dar mais motivos pra ser o centro das atenções.
- Você está certo - pego um prato de comida e jogo dentro da minha bandeja - não preciso mais de que falem de mim... Nem de que sintam dó de mim - pego uma garrafinha, um copo de suco e saio o deixando pra trás.
Sento na mesma e todos os olhares estão em mim, não só dos meus amigos, mas sim os do colégio inteiro que está jantando agora.
Essas meninas vão me pagar, ah se vão.
Como a comida com brutalidade. Todos já estão na mesa, conversam normalmente, menos eu, Rug e os irmão Ronda.
- Valu e Karol - eu direciono meu olhar pra Male - eu queria falar com as duas... A sós.
Karol se levanta e sai da cantina sendo seguida por mim e Malena.
- Acho que devíamos levar os nossos amigos no porão, seria legal tocar e cantar todos juntos - Male fala empolgada.
- Seria uma boa ideia, mas... - Karol dá uma pausa - acho que Agustín, Carolina e o casal linovanna vão ter que ficar.
- por quê? - Male pergunta intrigada.
- Male, não é por mal não mas eles estão sentados com o Maxi e acho que todos nós já sabemos de que lado o Maxi tá - cruzo os braços.
- Eles não vão contar - Male faz manha.
- Não podemos arriscar perder o único lugar que é "nosso" - Karol faz aspas com os dedos.
- Tá bom né - Male fica tristonha mas logo se alegra de novo - a gente pode ir agora né?
- Eu acho arriscado - respondo com sinceridade - ainda mais com nós duas - aponto pra mim e pra Karol - sendo o centro das atenções.
- Sim - Karol coloca a mão na barriga - e eu ainda tô com fome.
Karol entra de novo na cantina.