Não que eu não goste da companhia da Malena, bem pelo contrário, eu a amo muito, só não sei se é uma boa ideia levar ela pra esse tal lugar que a Karol achou.
Estávamos andando pelo jardim já tinha um bom tempo, estavamos em uma parte mais "abandonada" do jardim. Acho que nem o próprio diretor vem aqui. As folhas não estão aparadas como o resto do jardim que fica atrás de nós.
— Karol, esse lugar é no fim do mundo? — Ruggero reclama pela décima vez.
— Ruggero, cala a boca cacete — Karol repete a mesma coisa pela décima vez.
— Eu vou ter que concordar com ela, cala a boca — Mike fala já irritado.
— Chegamos — Karol exclama.
— A gente andou tudo isso pra ficar no meio do mato? — Malena pergunta — aquilo é uma porta?
— Isso mesmo, lá em baixo tem umas coisas bem legais, acho que vocês vão gostar — Karol fala empolgada.
— Vamos entrar então — Ruggero fala indo em direção na porta e a abrindo.
Todos o seguimos e descemos a escadaria que tinha naquela espécie de porão, não sei bem o que era aquele buraco que a Karol nos enfiou.
Depois da escadaria que descemos, adentramos uma espécie de depósito abandonado, tinha várias caixas lá e alguns instrumentos e caixas de som.
— Uau — foi a única coisa que eu consegui falar.
— Essas caixas funcionam? — Mike vai até uma das várias caixas que tinha lá e liga na tomada.
— Espero que sim — Gaston vai até a guitarra e conecta na caixa — quem quer fazer as honras de testar.
— Eu quero — Ruggero vai até a guitarra e a pega.
— Desde quando você toca guitarra, Ruggero? — eu questiono o meu melhor amigo.
— Eu não sei tocar só vou testar pra ver se a caixa funciona — ele me responde grosso.
Ele toca uma corda, nunca escutei um barulho tão feio, todo desafinado.
— Ruggero, me dá essa guitarra — Mike pega a guitarra da mão do Ruggero — deixa eu afinar essa belezinha.*******************************
Não sei o porquê mas nós ficamos lá arrumando tudo muito tempo, me parecia um lugar legal pra passar um tempo sozinha, aquela espécie de porão era bem afastado ninguém nunca nos acharia lá.
Agora eu estou deitada pronta pra dormir, mas uma pergunta não me deixa em paz 'como Karol achou aquele lugar?' eu estudo aqui a anos e nunca vi ou fiquei sabendo daquele de lá. Eu até iria perguntar mas ela já estava capotada e eu não conseguia dormir, meus olhos simplesmente não fechavam. Que legal Valentina, você super precisa de uma noite de insônia.
Estava olhando por teto quando escuto umas batidas na janela de vidro. Esse menino não tem o que fazer?
Me levanto e abro a janela, um vento frio entra me fazendo bater os queixos.
— O que você quer? — cruzo os braços tentando me aquecer.
Não me julguem, eu estava com um shortinho de pijama fino e uma camiseta que eu roubei do Ruggero durante as férias.
— Vamos lá no porão, quero te mostrar uma coisa — ele sorria, quase me contagiou mas eu lembrei do frio absurdo que eu estava sentindo.
— Ruggero, você já viu que horas são? Você viu o frio que tá? — eu o encaro e ele solta uma gargalhada me deixando mais brava ainda.
— Meu Deus, Valu, você nunca dorme cedo e nem se recusa a quebrar umas regras, o que está acontecendo com você irmãzinha? — ele tem um sorriso cínico no rosto.
— Ruggero vai se ferrar e cala a boca, eu quero dormir — Karol resmunga no meio da nossa conversa.
— Você ouviu ela, se eu fosse você, eu iria embora antes que ela se irrite e levante — agora foi a minha vez de ter um sorriso sarcástico.
— Eu vou, mas amanhã cedo nós dois vamos lá no porão pra eu poder te mostrar um negócio — ele vira de costas pra e sai andando — boa noite irmãzinha — ele fala um pouco mais alto.
— Boa noite irmãozinho — respondo no mesmo tom, ele se vira e sorri pra mim.
Eu não sei o que seria sem o Ruggero, não sei mesmo. Durante todos esses anos que eu estive sem minha mãe ele esteve comigo, foi como um irmão que eu nunca tive a chance de ter, fizemos as melhores viagens que alguém pode fazer, fomos pra Itália, Grécia, Portugal, Brasil e muitos outros. Esse ano nós queremos ir pra Espanha no meio do ano e pra Índia no fim.
Deixo os meus pensamentos de lado, fecho a janela e volto pra minha cama. Acho que eu precisava sorrir um pouco pra conseguir dormir. Obrigada Ruggero por me trazer o sono.
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College
FanfictionLoira, olhos azuis, rica, tudo pra ser uma patricinha perfeita, mas isso não entra no currículum dela. Valu , como os seus amigos a chamam, tem tudo pra ser a garota perfeita, mas não se intitula assim, sim como uma garota normal como qualquer outra...