thirty

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— Bom dia amigaa — Karol fala assim que eu me sento na mesa do refeitório.
— Sem felicidade por favor Karol — falo — hoje é segunda e ainda é cedo, sem felicidade.
— Aí que mau humor — a voz enjoada de Katja soa atrás de mim.
— Vai infernizar outro, demônia — falo sem ao menos me virar pra trás — sei que você não consegue viver sem me atormentar mas hoje não, vai atrás do seu namorado vai.
— Ele tá aqui comigo, linda — ela fala e meu corpo gela — ele pediu pra mim me enturmar com os amigos dele e, bom, você faz parte do ciclo social dele então vai ter que me aturar.
— Não vou não, porque nessa mesa você não senta — falo olhando pra trás a encarando — nem por cima do meu cadáver.
— Valentina, não precisa fazer uma tempestade no copo d'água — Mike fala ganhado a minha atenção.
— Eu já tenho que aturar ela a semana inteira por pelo menos doze horas por dia... Acho que eu mereço ter as minha refeições em paz — falo com um sorriso irônico.
— Eu vou começar a sentar com vocês nas três refeições do dia, então é melhor se acostumar lindinha — Katja fala com um olhar de convicção.
— Tenta pra você ver o que te acontece — Me levanto e fico de frente pra ela.
— O que você vai fazer? Puxar a minha cadeira pra outra mesa? Aí que medo — ela me responde ironicamente.
— Se você quiser, eu posso fazer uma demonstração do que você vai passar se tentar sentar na minha mesa com os meus amigos — um sorrisinho malefício se constrói nos meus lábios.
Minhas mãos perversas caminham pela minha bandeja e pegam uma garrafa de suco e um bolinho sem que Katja perceba.
Quando Katja está presentes a me responder, eu jogo o suco na cara dela e logo após esfrego o bolinho no cabelo dela.
— Acha que consegue se limpar três vezes ao dia? — falo a encarando com um sorriso vitorioso.
— Eu vou te matar — ela tenta avançar nas Mike a detém.
— Vem — o sorriso some dos meu lábios — eu to louca pra acabar com você.
— Valentina! — Mike me repreende.
— Você vai defender ela? — falo alto o encarando incrédula.
— Você está passando dos limites! — ele grita comigo.
— Eu não to ouvindo isso — solto uma risada irônica — quem você acha que é pra gritar comigo? — Avanço pra cima de Mike.
— Quer saber Valentina, você é só mais uma garotinha mimada que acha que tem o rei na barriga — ele fala me olhando com ódio.
— Desculpa, não sabia que estava falando com o Senhor Perfeição — o respondo irônica — se olha no espelho, você é só mais um rostinho bonito e vazio .
— Pelo menos eu tenho alguém que goste de mim, já você tá sozinha — aquelas palavras me machucam mais do que deviam — sozinha.
Engulo seco, ele me deixou sem resposta. Passo meu olhar pelo refeitório procurando alguma saída e avisto quem eu queria ver, aqueles cachinhos iriam me salvar hoje.
— É aí que você se engana — dou um sorriso.
Saio trombando em Mike e ando em direção ao dono dos cachinhos pretos. Sinto o seu olhar em mim o que me dá mais confiança no que eu tenho que fazer, se ele acha que está no comando do jogo, ele está enganado.
— Valu, bom... — ele começa a falar e eu o interrompo.
Puxo a gola do blazer de Jorge e junto os meus lábios com os seus em um selinho demorado. Eu juro que ia me separar dele mas o mesmo puxou a minha cintura pra mais perto e pediu passagem pra língua, eu, que não sou idiota, concedo na mesma hora.
Olha, eu sabia que o Jorge beijava bem, só não sabia que era tão bem assim, gente que boca é essa? Por que eu não beijei ele antes?
Me despeço do seu beijo com três selinhos, fico o encarando por uns dez segundos antes de conseguir falar alguma coisa.
— Uau, isso foi... — tento achar palavras pra descrever aquele beijo — fantástico.
— Foi muito bom — ele continua me olhando.
Acho que eu fiquei olhando pro Jorge por uma eternidade, não é possível.
— Eu shippo — ouço Karol.
— Com que você não shippa a Valentina? — Ruggero fala.
— É uma pergunta difícil, ela fica bonita com qualquer menino — Karol fala mais uma vez — Ei garota, desgruda do Jorge antes que o diretor chegue.
Me solto dos braços de Jorge sem dizer nenhuma palavra, ele continuava né olhando e isso tava começando a me assustar. Olho pra onde o Mike estava antes e ele não se encontrava mais lá. Ufa, não ia conseguir o encarar depois disso.
— Eu vou ir pra sala — saio andando rápido do refeitório.
Onde você estava com a cabeça quando beijou o Jorge, em louca? Que merda, Valentina. Dá pra parar de fazer cagada pelo menos uma vez?

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