thirty nine

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— Valentina, acorde, estamos muito atrasadas — A voz se Male soava longe e alguns pingos de água vinham em meu rosto — Valentina!
— Vai se ferrar Malena — falo abrindo os olhos, a mesma estava com os cabelos molhados.
— Levanta e toma uma banho — ele fala autoritária — já são onze e meia.
— Droga — levanto da cama em um pulo e corro pro banheiro.
Eu tomo banho correndo e me troco dentro do banheiro mesmo, quando saio do banheiro encontro Male passando chapinha no cabelo. A minha sorte foi que meu cabelo estava liso e limpo, não me dou ao trabalho de passar maquiagem, não tinha tempo pra aquilo.
Coloco um sapato de Malena e alguns acessórios, só pro meu pai não reclamar.

Coloco um sapato de Malena e alguns acessórios, só pro meu pai não reclamar

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— Está pronta? — pergunto a olhando.
— Gaston vai vir nos buscar — ela fala sem ao menos responder a minha pergunta.
— Você já está pronta? — pergunto mas dessas vez ela não fala nada — Eu tô falando com você! — grito e ela me olha assustada.
— Que foi sua louca? — ela finalmente me olha.
— Te fiz uma pergunta — cruzo os braços e a encaro.
— E eu te respondi — ela fala me olhando como se eu fosse um animal — você perguntou quem ia vir buscar nós duas.
— Eu perguntei de você estava pronta — Falo e Malena me olha torto — não quero discutir por isso, vamos logo... Jorge vai me matar.
— Esse sei namorinho com ele é sério mesmo? — Male pergunta enquanto saímos do quarto.
— Por que não seria? — falo meio constrangida.
— Você estava toda love com o Mike esses dias... — Antes que Male fale alguma merda eu já corto ela.
— Foi um erro... Sempre é um erro quando tem o Mike — falo sem esboçar nenhuma expressão — e nem pense em tocar no assunto do provador... Ele tentou arruinar o meu namoro com o Jorge.
— Ele fez isso porque gosta de você, todo mundo percebe isso menos vocês dois — Malena fala e aquilo vem como um tapa na minha cara — vocês vão acabar juntos e vão ver que todos esse sofrimento foi atoa.
— Não viaja — falo — meu foco e o Jorge e garanto que será ele por muito tempo.
— Continue se enganando, machuca mais o seu próprio coração que ainda tá pouco — Male fala e aquilo me machuca, algo dentro de mim se mexe quando ele fala — Gaston chegou — ela fala sorrindo, Malena é um monstro que destrói corações.
Não falo nada o caminho todo, será que Malena tinha razão? O Mike fez aquilo por que gosta de mim? Acorda pra vida Valentina, se ele realmente gostasse de você, ele teria ficado com você e não com a escrota e sem sal da Katja.
— Chegamos — me desperto dos meus pensamentos quando escuto a voz de Gaston.
Saio do carro e vou em direção a portaria do condomínio onde Ruggero mora.
— Dona Valentina, quanto tempo — Alfredo tinha uma expressão de felicidade.
— Resolvi aparecer — falo sorrindo — meu pai já chegou?
— Ele entrou ontem mas não o vi sair — Alfredo fala sorrindo
— E o Jorge, já chegou? — pergunto com medo da resposta.
— Sim, ele ficou muito tempo no saguão mas acabou subindo — Alfredo me responde.
— E os irmão Ronda já chegaram? — pergunto por Karol, ou é isso que eu acredito.
— Acabaram de chegar — ele aponta para a rua, onde estava Male, Gaston, Michael, Karol, a mãe da Male e o Sr Ronda.
— Que droga — sussurro — libera aí pra mim, rápido.
— Pode entrar — ele fala sorrindo, eu entro como um furacão, não queria olhar na cara de Mike.
— Obrigado vovó Alfredo! — grito correndo.
Chego no elevador e para minha sorte ele já estava no andar, quando eu entro a porta quase fecha no meu braço. Aperto o botão do número 20, cobertura é pra poucos.
Quando a porta do elevador se abre eu dou de cara com o meu pai, ele não estava com uma cara nada boa.
— Boa tarde — falo sorrindo e saindo do elevador.
— Onde você dormiu? — ele fala me olhando bravo.
— Na casa da Malena — respondo e tento passar mas ele me fecha.
— Você está namorando — ele afirma e eu o olho — e não é com o mesmo garoto que você estava semana passada.
— As coisas mudaram — tento passas mas ele me fecha de novo.
— Pare de agir como uma vagabunda, não se torne uma puta como a sua mãe — ele fala com raiva.
— A única puta é a sua namoradinha, que já deu pra metade do mundo — falo e ele se enfurece — não pense que manda em mim, porque você não manda.
— Você é menor de idade e vive sobre o meu teto — ele fala furioso — me respeite na frente de todos nesse almoço — ele agarra o meu pulso e aperta.
Com a outra mão eu dou um tapa na cara dele, não podia acreditar que o meu pai estava me machucando. Cretino de merda.
— Não pense em encostar em mim de novo — falo e ele aperta mais ainda o meu pulso — me solta ou eu grito.
Mesmo conta vontade, ele me solta.
— Não pense que isso vai ficar barato pra você, mocinha — ele me ameaça e eu dou risada.
— Continue me ameaçando, as câmeras estão vendo tudo — falo e dou um e tchauzinho pra câmera que estava atrás dele — você sabe muito bem que o seu Alfredo viu tudo então se eu fosse você, iria correndo até a portaria agora e imploraria de joelhos pra que ele não chame a polícia...
Caminho até a porta do apartamento de Ruggero e entro batendo a porta, já era de casa.
— Boa tarde família — falo ironicamente e os três me olham.
— Achei que tinha desistido — Ruggero fala me zoando — se você demorasse um pouco mais, garanto que seu pai teria matado o seu namorado.
— Ele quase me matou então está tudo sobre controle — falo e me direciono a Jorge — não vai falar comigo? — ele me olha e abaixa a cabeça — qual é meu amor... Desculpa.
— Não vou falar nada pra não discutir com você — ele fala e eu me sento ao lado dele — isso não significa que as coisas estão boas pro seu lado.
Puxo a bochecha dele e início um beijo, o mesmo sorri com isso e eu, bom, só o beijo.
— Parem de se comer no meio da sala, seus putos — escuto a voz de Karol e me viro pra porta — sentiu minha falta né?
— Não posso viver sem você — falo rindo e ela vem até mim — como você entrou? Não escutei ninguém batendo na porta.
— A porta tava aberta — ela fala e eu me lembro que esqueci de fechar a porta — cadê o Ruggero?
— Acho que na cozinha — eu falo e ela sai correndo igual uma criança — onde estávamos? — pergunto rindo e me virando pra Jorge o mesmo sorri e eu me aproximo dele.
— Pode entrar Marcos, se sintam em casa — meu pai fala e eu reviro os olhos — essa é a minha filha, Valentina e esse é o namorado dela.
Sinto o olhar de Mike em mim mas mesmo assim me viro pra porta e dou tchau para os homens Ronda e a mãe de Malena.
— Onde está Malena? — pergunto sorrindo.
— Ela esqueceu a bolsa dela — a mãe da minha amiga responde sorrindo, sempre fui muito amiga da mãe da Male mas agora parece que somos estranhas.
— Sente com eles dois, Mike — Marcos fala e eu arregalo os olhos e faço que não, disfarçadamente, com a cabeça pra Mike.
— Valentina vai adorar a sua companhia, sente-se — meu pai fala e eu o mato com os olhos o mesmo sorri debochado pra mim.
Mike vem receoso pro sofá e se senta longe de mim.
— Não precisa sentar aí na puta que pariu, garanto que ela não vai te morder — Jorge fala brincalhão.
Eu encaro Jorge com um ponto de interrogação na testa, por que ele estava tentando ser legal com o bosta do Mike que quase acabou com o nosso relacionamento?
— Eu saio daqui por uns minutinhos e as coisas já ficam interessantes nesse nível — Karol fala voltando pra sala, mas agora acompanhada de Ruggero.
— Cadê a sua namorada? — Ruggero pergunta e eu o mato com o olhar.
— Tá vindo — Mike responde sorrindo e o celular dele toca — acho que ela acabou de chegar.
— Vai lá buscar ela — Ruggero fala sorrindo — vou deixar a porta aberta.
Mike sai só apartamento parecendo um furacão e eu reviro os olhos.
— Por que você tava sendo legal com ele? — pergunto intrigada pra Jorge.
— Você sabe que eu nunca fui de ficar brigado com as pessoas, até porque eu não gosto de brigar com ninguém — Jorge me responde calmo.
— Vocês são tão diferentes — Karol fala e eu a olho torto — ele é todo da paz e a Valentina é toda rebelde.
— Vai toma na cu, Karol — falo irritada.
— Valentina, modos — escuto a voz enjoada e Carla e me viro pra porta da cozinha.
— Vai cuidar da sua vida — falo grossa e Ruggero me olha feio.
— Valentina, se comporte — meu pai fala, imagino que ele tenha voltado.
— Crianças são assim Miguel — Marcos Ronda fala e eu reviro os olhos sendo acompanhada de Karol.
— Quantas vezes eu vou ter que repetir que eu não sou criança? — Karol fala irritada — eu vou fazer dezoito daqui uns meses.
— Você sempre vai ser o meu bebê — Marcos fala e Karol fica vermelha.
— Valentina deixou de ser bebê muito cedo — meu pai fala na intenção de me provocar.
— Um de nós dois tinha que ter a cabeça no lugar né — falo retribuído a provocação dele.
— Vocês parecem duas crianças brigando — Luana, mãe de Male, fala incrédula.
— Quem tá ultrapassado aqui é o meu pai — falo com os braços cruzados.
— Valentina... — Jorge fala me olhando pedindo pra mim pedir desculpas.
— Não vou pedir desculpas, ele tá velho mesmo  — falo com os braços ainda cruzados.
— Garanto que ele não está tão velho e quanto parece — Carla fala e eu a olho querendo a matar.
— Mãe! — Ruggero grita e a mesma da uma risada safada.
— Gente velha falando safadeza é estranho — Karol fala — nem pense em começar em, eu sei que você ama uma deixa pra se exibir, mas hoje não — Karol fala olhando diretamente pro pai — não preciso e nem quero saber da sua vida sexual.
— Chegamos! — Malena enquanto entra no ap de Ruggero acompanhada de Gaston, Mike e Katja.
— Pensei que tinha mudado de casa e não sabia — Luana fala brava — não sei o porquê dessa demora toda.
Malena estava meio avermelhada, não acredito que ela fez isso antes de vir pra cá.
— Lu, você pode me ajudar aqui na cozinha? — Carla pede e Luana vai com ela.
Meu pai e o Sr Ronda já haviam saído, não vi quando mas eles não estavam mais na sala.
— Malena sua safada — falo e a mesma me olha torto — você não foi pegar porra de bolsa nenhuma, foi aliviar a sua tensão sentando no Gaston.
— Fala mais alto, acho que a minha mãe ainda não escutou — Male me responde brava.
— Malena sua pervertida — Karol fala boquiaberta — eu sou a única virgem desse lugar?
— Você e o Ruggero ainda não transaram? — Katja pergunta e Mike flita Ruggero com um olhar mortífero.
— Não — Ruggero responde meio envergonhado.
— Aí credo — Katja fala — ainda bem que meu namorado é muito bom de cama e olha, me deixa até sem ar — Katja fala aquilo e eu olho pra Mike, o mesmo está com a cabeça baixa.
— Não vejo problema em não transar em um relacionamento — Jorge fala dando ombros — sexo é só sexo.
— Não me fale que você vive sem sexo — Gaston fala se sentando no chão — nenhum homem vive sem sexo.
— Eu tô sem transar com ninguém a um bom tempo — Ruggero fala sorrindo — e eu to vivasso.
— Mas vai me falar que não tem hora que o bagulho fica estralando — Mike fala se juntando aos meninos — aliviar com a mão não é a mesma coisa.
— Parem de falar de sexo — falo já cansada daquele assunto — só sabem falar disso.
— É que pra vocês é fácil ficar sem sexo — Gaston fala — nós, homens, quase todo dia o corpo pede.
— Você acha que as mulheres não sentem vontade de transar a cada segundo? — falo cruzando os braços.
— Não foi isso que eu disse — ele fala se defendendo — até porque eu tenho uma namorada que tem um fogo impagável.
— Gaston! — Malena grita com o mesmo.
— Fica quietinha que todo mundo aqui já te conhece muito bem — Karol fala pra Malena — chega de falar sobre sexo.
— Daqui a pouca a minha mãe chega aqui e começa a falar da vida sexual ativa dela — Ruggero fala arrancando risadas.
— Nem me fale, minha mãe é a pessoa mais empolgada do mundo quando o assunto é sexo — Male fala envergonhada.
— Venham comer, crianças! — a mãe de Ruggero grita da sala de jantar.
— Pelo menos isso vai acabar logo — falo me levantando do sofá e indo até a sala de jantar sendo acompanhada por todos.
— Sentem-se — Carla fala empolgada — podem se servir, sem medo de comer porque eu fiz comida pra um batalhão.
Me sento na mesa e Jorge se senta ao meu lado, quando olho pra frente não gosto nada do que vejo. Katja estava a minha frente e Mike a frente de Jorge.
— Sem dar show — Ruggero sussurra no meu ouvido.
— É só ela não me provocar — Sussurro pra ele.
O almoço corria bem, ninguém discutiu ainda o que é um milagre.
— Vejo que todos estão terminando de comer então eu acho que é a hora — Marcos, pai dos irmãos Ronda, fala se levantando.
— Hora de que? — Mike pergunta o olhando.
— Eu e a minha namorada Luana temos uma notícia muito boa pra todos — Ele anuncia e Luana se levanta — faça as honras meu amor.
— Eu tô grávida — Ela fala aquilo e ninguém fala nada.
Olho por meu lado, Ruggero pega na mão de Karol quando percebe que a mesma está tensa. Do outro lado da mesa, Malena estava furiosa, olhava pra própria mãe como se fosse a matar.
— Não vou dizer nada? — Marcos fala olhando pros filhos.
— Agradeça por nós dois estarmos quietos — Mike fala em um tom grosso.
— Minha filha... — Luana vai até Male mas a mesma desvia do toque da mãe.
— Me da um tempo mãe — Malena fala e a mãe vai pra longe da mesma.
— Acho que essa é uma ótima hora pra nós dois — Carla fala puxando meu pai.
— Eu não to afim de ter um irmão, então se você estiver grávida é melhor ficar sentadinha — Falo olhando pra Carla, meu pai me lança um olhar maldoso.
— Eu não estou grávida — Carla fala e eu e Ruggero suspiramos aliviados.
Eu pego uma taça de suco que estava na minha frente bebo.
— Nós vamos nos casar — Meu pai fala e eu engasgo na mesma hora — Meu Deus, ajuda ela garoto — meu grita pra Jorge.
O mesmo levanta os meus braços e Ruggero da leves batidas nas minhas costas.
— Que? — falo assim que recupero o ar — você vai casar de novo?
— Sim — meu pai responde feliz — finge que tá feliz pelo menos.
Eu me levanto da mesa, bebo mais um pouco de suco e vou até a sala.
— Valentina, volte aqui — meu pai soa bravo.
— Eu tenho uma hora marcada no salão, tenho que ir — invento a primeira desculpa que vem na minha cabeça.
— Você não vai a lugar nenhum! — meu pai grita da cozinha.
— Me deixa em paz! — grito da sala, já estava muito brava — você não pode me obrigar a ficar aqui, quer comemorar o seu noivado, comemora mas eu não vou ficar — falo e me dirijo a porta.
— Eu vou com você — ouço a voz de Jorge e meu coração dói — te levo onde você quiser.
— Não precisa, pode ficar ai com os nossos amigos — falo.
— Eu quero ir com você — ele fala pegando na minha mão — não vou te deixar sozinha.
— Então vamos que eu não quero ficar mais nenhum segundo nessa casa — falo alto pra que meu pai escute — Espero vocês no salão, meninas.
Saio do apartamento do Ruggero batendo a porta, não vou negar que adoro fazer uma cena.

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