forty two

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Um mês e vinte dias se passaram desde a última vez que eu o beijei, um mês e vinte dias de que eu fiz a única coisa que eu tenho certeza que gosto nessa vida.
Bom, nesses dias que se passaram eu me afastei de Mike, ele disse que não poderia ficar perto de mim se eu não ficasse com ele. Não posso machucar o Jorge de jeito nenhum, ele precisa de mim mais que nunca, a mãe dele morreu no dia da entrevista e eu não estava com ele, vou me culpar eternamente por isso.
Suspeito que Chiara e Ana estejam tendo um caso, Katja e Mike terminaram, Ruggarol se pega em qualquer canto da escola, um dia desses Karol me contou que ela e Ruggero transaram na salinha do zelador, o fogo deles nunca acaba. Eu e Jorge estamos bem, na medida do possível mas estamos tentando. Hoje nós iríamos lançar todos os clipes que faltam pra nossa inscrição no Music Argentina.
Nessa exato momento eu estou sozinha no meu quarto olhando a chuva pela janela e pensando nele. Como alguém consegue ficar por tanto tempo na minha cabeça? Como ele faz isso?
— Podemos conversar? — escuto a voz de Jorge e me viro por mesmo, ele tinha uma feição triste.
— Claro — falo com um sorriso e ele fecha a porta — sobre o que quer falar?
— Nós — ele fala na lata — não existe mais nós a um bom tempo e você sabe disso.
— Eu pensei que você quisesse espaço — falo e abaixo a cabeça — devia ter me esforçado mais pra ser um namorada melhor...
— Você não pode ser uma boa namorada se você não gosta de pessoa — ele fala com um sorriso no rosto — eu não tô bravo e muito menos com raiva de você... Também não fui cem por cento sincero com você
— Você gosta da Chiara né — falo e ele sorri na mesma hora.
— Eu sou louco por ela desde a sétima série — ele fala sorrindo.
— Me sinto péssima por ter entrado no meio de vocês — falo e ele continua sorrindo — vamos continuar sendo amigos né?
— Você não vai se livrar de mim tão fácil assim Zenere — ele fala em um tom divertido e eu dou risada, amava o ter de volta — Vai ir atrás do Mike?
— Devo ir atrás dele? — pergunto insegura.
— Você gosta dele? — ele pergunta e eu aceno com a cabeça — então vai atrás dele agora, antes que alguma piranha o pegue.
— Você não presta — falo sorrindo e me levantando — vai atrás da sua garota também — falo antes de sair do quarto.
Ando (corro) até o quarto do Mike sorrindo feito uma idiota, eu finalmente poderia ficar com ele, seria feliz.
Abro a porta sem ao menos bater e o meu sorriso some na mesma hora. Ele estava deitado na cama dele sem camisa com uma loira do lado. Meu coração se parte em milhões de pedaços, uma lágrima solitária cai e eu saio do lá sem dizer nenhuma palavra, escuto ele chamar o meu nome diversas vezes mas não me atrevo a olha pra trás, não o daria o gosto de me ver chorar por ele.
Paro de andar quando percebo que estou na frente da porta do porão, entro lá e bato a porta, desço as escadas e agradeço por não ter ninguém pra me fazer companhia.
Me sento no sofa e junto as minhas pernas com o corpo, permito que as lágrimas saiam e deixo que meu coração se quebre mais uma vez.
Sinto braços me rodearem e um perfume conhecido entra pelo meu nariz.
— Sai daqui — falo sem olhar nos olhos dele — já me destruiu muito pra um dia só.
— Deixa eu explicar por favor — Mike levantando a minha cabeça fazendo com que eu olhe nos olhos dele.
Só me jogo nos braços dele e me permito chorar como nunca chorei antes.
— Você é um filho da puta, desgraçado e canalha — falo entre lágrimas.
— Concordo com tudo que você falou — ele fala passando a mão pelo meu cabelo.
— Por que você fez isso? Eu fui até lá pra falar que podemos ficar juntos — falo o olhando nos olhos — por que estava com aquela puta?
— Podemos ficar juntos? — ele sussurra mas eu escuto — essa é a melhor notícia que eu recebi hoje.
— Você pode ter estragado isso muito antes de acontecer — falo me afastando dele — quem era aquela puta?
— Não sei, foi a primeira vez que a vi na escola — ele fala tentando se aproximar de mim — ela me agarrou, eu juro por tudo que é mais sagrado nesse mundo.
— Ela te agarrou e você resolveu foder com ela — falo com os braços cruzados.
— Eu não transei com ela — ele fala e eu dou uma risada cínica.
— Você tava pelado na cama com ela, vocês estavam jogando dama ou xadrez? — pergunto ainda cínica.
— Se você me deixar explicar talvez entenda — ele fala sem paciência.
— Então me dê uma explicação plausível para ter uma loira na sua cama e você estar pelado ao lado dela? — falo brava.
— Primeiro, eu não estava pelado, só sem camisa — ele fala abrindo a blusa de frio dele — coloquei só essa jaqueta pra vir atrás de você — continuo olhando pro abdômen malhado — olha nos meus olhos — ele levanta o meu queixo — segundo, eu não fiz nada além dos beijos com aquela menina.
— Então você beija qualquer uma que vê no corredor e acha isso super normal? — pergunta o enciumada.
— Ela me agarrou — ele fala alto fazendo uns gestos com a mão.
— Você podia muito bem ter empurrado ela — falo me levantando — mas não empurrou porque não queria.
— Eu fiquei sem reação — ele fala se levantando — e eu estava carente...
— Carente? Isso é a sua desculpa pra beijar uma desconhecida? — falo com puro deboche.
— Tive que beijar ela né, já que quem eu quero não liga pra mim — ele fala se aproximando.
— Então a culpa é da pessoa que você gosta e não sua? — falo cruzando os braços.
— O único problema é que ela fala demais e age menos — ele fala me puxando pela cintura, automaticamente minha mãos vão pros ombros dele.
— Então faça alguma coisa você — falo olhando pra boca dele — faça agora...
Sem mais demora ele me beija, com vontade, intensidade e malícia. Aproveito que a blusa dele já estava aberta e a jogo longe. Passo a unha de leve em seu corpo enquanto ele desabotoa a minha camisa do uniforme. Antes que ele consiga tira tudo eu começo a beijar o seu pescoço.
— Valentina... — ele sussurra meu nome de um jeito prazeroso e eu sinto a minha calcinha pesar.
Um estrondo na porta faz nós dois nos assustar, me afasto dele e tento fechar a minha blusa mas as minhas mãos vacilavam.
— O que vocês estão fazendo aqui? — escuto a voz de Karol e viro pra mesma — eu não acredito.
— Valentina, eu não te ensinei a ser assim — Ruggero fala aparecendo atrás da pequena.
— Não é o que vocês estão pensando — Mike fala colocando a blusa.
— Eu não to pensando em nada, eu tô vendo — Karol fala rindo — seus pervertidos.
— Falo a que transa no quartinho do zelador — falo terminado de fechar a minha blusa.
— Valentina! — Ruggero grita comigo e só aí percebo a merda que eu tinha falado.
— Você tirou a virgindade da minha irmã, seu desgraçado — Mike fala indo pra cima de Ruggero, o mesmo fugia feito um rato.
— Calma amigo — Ruggero fala com um sorriso forçado.
— Amigo é o caralho — ele pegando na gola da camisa de Rug.
— Não me mata — Ruggero fala com os olhos fechados — uma hora ou outra ela ia deixar de ser virgem...
— Ruggero cala a boca — falo tentando não rir da situação.
— Amor, me ajuda aqui, seu irmão quer me matar — Ruggero fala olhando Karol.
— Mike, não esmaga o amiguinho dele, ele precisa disso pra me foder — Karol fala e Mike puxa mais Ruggero.
— Aí papai eu vou morrer — Ruggero fala olhando pra Mike — amigo, sabe que mora no meu coração né?!
— Ele tirou a virgindade da sua irmã com muita força — falo estigando mais a briga, aquela cena era engraçada.
— Eu vou te matar seu arrombado — Mike fala e Karol vai até ele.
— Chega né, solta meu namorado — ela fala seria — agora Michael.
Mike solta Ruggero e o mesmo agradece aos céus.
— Eu vou te matar Valentina — ele fala me olhando com raiva.
— Você vai fazer o que? — Mike pergunta chegando perto dele mais uma vez.
— Nadinha de nada... Te amo melhor amiga — ele fala com sorriso forçado.

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