forty three

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POV MICHAEL

Estava andando pelo colégio durante a madrugada, pensava na Valentina, como ficaria com ela? Como devo agir com ela? Somos amigos ou algo a mais?
O que ela sente por mim?
Me sento em uma mesa do refeitório, coloco as mãos na cabeça e penso no que estou fazendo da minha vida.
Eu fiquei com a minha professora de dança e a menina que eu gosto desde o começo do ano me deu uma chance. Era pra eu estar feliz, certo? Então por que eu sinto que as coisas estão erradas?
— Você tá bem? — alguém pergunta colocando a mão no meu ombro.
Olho pra trás e foi como se uma luz aparecesse, é dele que eu preciso, tenho que deixar a minha consciência limpa.
— Jorge — o chamo e ele me olha como se eu fosse um estranho — será que agora é muito tarde pra nós termos aquele papo de homem pra homem?
— Por mim podemos conversar a noite toda — ele fala se sentando — sou todo ouvidos.
— Eu queria te pedir desculpas e... Te contar algumas coisas — falo apreensivo.
— Quer me contar que você e Valentina ficaram enquanto ela estava comigo? Eu já sei — ele fala como se fosse normal — sempre soube que era um tapa buraco pra ela.
— Sério, desculpa mesmo... Sei que não devia ter feito isso com você, ninguém merece ser traído ainda mais alguém com o coração tão grande como o seu — falo tudo muito rápido.
— Calma irmão, respira — ele fala sorrindo — eu também nunca fui cem por cento sincero com ela... Eu gostava de outra garota e bom, agora eu provavelmente perdi essa garota.
— Eu posso te ajudar com isso — falo animado — se você quiser, é claro.
— Seria uma honra — Jorge fala brincalhão e eu dou risada — amigos? — ele fala me estendendo a mão.
— Amigos — aperto a mão dele e o puxo pra um abraço — é muito bom te ter de volta — falo e ele dá uns tapinhas nas minhas costas.
— Digo o mesmo, amigo — ele fala se separando do meu abraço.
— Acho que temos que dormir, amanhã será um longo dia — falo me levantando.
— Antes de irmos, eu posso te perguntar uma coisa? — Jorge fala se levantando junto comigo.
— Por que não? — falo o olhando.
— Seria loucura eu entrar em um poli-amor? — ele pergunta e eu fico surpreso.
— Com quem seria essa loucura? — pergunto curioso.
— Digamos que a Chiara e a Ana estejam juntas, mais do que amigas, e eu sinto algo pelas duas... Não vejo problema em entra em um poli-amor com elas... Ou isso é uma completa loucura? — ele fala e eu fico impressionado.
— Se você gosta das duas, por que não tentar? — falo e ele sorri — da conta de duas garotas?
— Não seja pervertido, Michael — Jorge me repreende na mesma hora.
— Eu acho que vou pro meu quarto — falo, já estava ficando feliz com esse assunto... Qual é, faz tempo que eu não vou pra cama com alguém — boa noite — falo indo em direção a porta.
— Não se masturbe pensando nas minhas garotas — Jorge fala alto e eu dou uma breve risada — boa noite, amigo.

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POV VALENTINA

Eu estava terrivelmente atrasada pro café da manhã e isso é horrível, pois vou comer menos e por menos tempo.
Saio do quarto correndo e bato com alguém no corredor, o impacto faz com que eu caia no chão.
— Desculpa — olho pra cima e vejo Chiara
— Quer ajuda? — ela estende a mão pra mim e eu sorrio pra mesma, pego a mão dela e me levanto.
Ficamos nos olhando por um bom momento, até que ela toma iniciativa e abre os braços, eu a abraço sorrindo.
— Senti tanto a sua falta — sussurro em meio ao abraço.
— Nunca mais vamos brigar — ela fala me soltando e me olhando nos olhos.
— Não sei como aguentei ficar sem falar com você por tanto tempo, amiga — falo rindo — vamos pro refeitório que eu tô morrendo de fome.
— Você não mudou nada — ela fala rindo.
Entrelaçamos os nossos braços e começamos a andar.
— Como vai a vida? — Chiara pergunta sorrindo.
— Nada fora do comum — falo entediada — bom, sobre a sua vida não podemos dizer o mesmo né.
— Não sei do que você está falando — ela fala olhando pros lados.
— To falando de uma menina ruiva, baixinha, branquinha... — falo a olhando — Conhece?
— Acho que não — ela fala olhando pra frente.
— Como foi que aconteceu? Não sabia que você era bi — falo alto e ela faz um sinal pra que eu fique quieta.
— Não fala alto... Alguém pode falar pra minha mãe — ela fala meio apreensiva.
— Não se assumiu pra sua mãe? — pergunto boquiaberta — agora entendi porque você não fala pra ninguém.
— Não conta pra ninguém, por favor... Se minha mãe souber por outra pessoa ela vai ficar extremamente brava — Chiara fala me olhando nos olhos.
— Tá bom, tá bom — falo sorrindo.
Entramos no refeitório e todos batem palmas, eu apenas olho assustada.
— O que tá acontecendo? — sussurro pra Chiara.
— Não faço a mínima ideia — ela sussurra pra mim.
Caminhamos até a mesa onde estava todos os nossos amigos.
— Oi pessoal, trouxe uma antiga amiga pra sentar conosco hoje — falo me sentando.
— Voltaram a se falar? — Karol pergunta com a cara fechada.
— Sim — eu e Chiara respondemos juntas.
Karol da um sorrisinho forçado e volta prestar atenção no café da manhã. Ciúmenta.
— Vou pegar meu café — Chiara fala se levantando — Você vem?
— Ruggero trouxe o meu — falo puxando a bandeja do meu melhor amigo.
— Isso é meu — ele fala indignado.
— Era seu, agora é meu — falo sorrindo pro mesmo.
— Por que voltou a falar com ela? — Karol pergunta enciumada.
— Karol! — Mike a repreende, só então eu olho pra ele, estava mais lindo que o normal — Oi.
— Oi — respondo sorrindo feito uma boba.
— Aí que preguiça de vocês dois — Katja fala chegando do nada.
— O que você quer aqui? — Karol fala sem paciência alguma.
— Vim atrás do meu namorado — ela fala pegando na mão de Mike.
— Nosso namoro acabou tem quase um mês Katja — Mike fala tirando mão de perto dela — Supera.
— Já te superei, lindinho — ela fala dando uns tapinhas no rosto dele — vim atrás da Chiara.
— Ela vai sentar com a gente hoje — falo sorrindo forçadamente.
— Eu não to nem aí se ela vai sentar com vocês, não perguntei isso — ela fala sorrindo irônica.
— Eu não estava respondendo uma pergunta sua, só te avisando... Ela vai senta aqui hoje — falo cruzando os braços.
— Não comecem por favor — Mike fala entediado.
— Não precisa me defender, amor, eu sei muito bem como lidar com essa aí — Katja fala olhando pra Mike.
— Não tô fazendo isso por você — ele fala e ela o fuzila.
— Katja, você pode por favor se retirar, só queremos comer em paz — Ruggero fala com total paciência.
— É, some logo — Karol fala irritada.
Katja olha pra todos nós e sai batendo o cabelo.
— Escrota — falo olhando ela sair.
— Valentina sempre tão sútil — escuto a voz de Jorge e me viro pra trás — Ainda posso me sentar com vocês ou vão me expulsar como fizeram com Katja? — ele fala em um tom brincalhão.
— Claro que pode sentar, amigo — Mike fala sorrindo pra Jorge.
— Vocês são amigos? — Ruggero pergunta tirando as palavras da minha boca.
— Sim — Mike responde sorrindo.
— Valu, eu trouxe um... Jorge? — Chiara fala assim que chega na mesa — Oi — ela fala meio sem graça.
— Oi — ele fala sorrindo e Chiara suspira — senta, tem lugar pra todos.
Chiara se senta envergonhada.
— Olá pessoal — Malena fala animada — tô tão feliz hoje.
— Oi gente — Gaston fala chegando atrás dela.
— Malena, o que você fez? — pergunto intrigada — você nunca tá feliz de manhã.
— Vou contar um segredinho pra vocês que tá mudando todos os meus dias  — ela fala se sentando enquanto Gaston sai e vai pegar o café da manhã — são só duas palavrinhas... Sexo matinal.
— Queria saber de onde vem tanto fogo — Karol fala abismada.
— Olha quem fala — Ruggero diz com um sorrisinho safado.
— Como que é? — Mike pergunta olhando pra Ruggero com um olhar mortal.
— Nada não, amigão — Ruggero fala se afastando de Mike.
— Eu sou a menos fogosa daqui, um beijo — falo me exibindo.
— Aham, tá bom — Malena fala rindo.
— Nem parece que tava se comendo com o meu irmão no porão ontem — Karol fala debochada.
— Valentina, eu não te ensinei a ser assim — Chiara fala pela primeira vez na conversa.
— Tá bom, chega de me zoar — falo — eu tenho que ir pra sala já porque eu tenho que arrumar uns materiais meus.
— Eu também vou — Mike fala se levantando e me olhando — se não for incomodo pra você.
— Tá bom — me levanto.
Enquanto nós dois saíamos, nossos dedos se tocaram e eu sorriso instantâneo saiu em meus lábios.
Mike abre a porta da sala pra mim e eu entro ainda com aquele sorriso no rosto.
— Ei — ele fala pegando na minha mão, me vira pra trás — sabe, você é a menina mais linda desse colégio... Na verdade, a mais linda de todo o mundo — ele fala se aproximando e passando a mão pelo meu cabelo.
— Para, eu fico com vergonha — falo baixo abaixando a cabeça.
— Por favor, olhe pra mim — ele fala puxando o meu queixo pra cima — eu amo a cor dos seus olhos, são como diamantes e brilham feito um — ele passa a mão pelo meu rosto.
— Nunca menti sobre estar loucamente apaixonada por você — falo colocando a minha mão sobre a dele.
— Não sei como consegui ficar tanto tempo longe de você — ele fala se aproximando e quando nossos lábios estão prestes a se tocar a porta se abre.
— Boa tarde... Espero não ter atrapalhado nada — Mia fala sorrindo e eu reviro os olhos.
— O que você quer? — Falo colocando a minha mão na coxa de Mike.
— Poderiam me informar onde é a sala de dança, eu ainda tô meio perdida — ela fala sorrindo pra Mike.
— Tenho cara de guia agora? — falo mas Mike me dá uma cotovelada.
— É do lado da quadra — ele responde sorrindo pra ela.
— Obrigado — ela falo com um sorrisinho pervertido — vejo vocês mais tarde — ela sai da sala rebolando.
Saio de perto do Mike e vou pegar meus materiais.
— Valentina — ele me chama e as minha pernas tremem — não me ignore — ele fala me abraçando por trás.
— Vai atrás da Mia — falo brava e me desfazendo do seu abraço.
— Ciúmes? — ele vem atrás de mim.
— De você? Nunca — falo me sentando na minha mesa.
— Imagina se estivesse — ele senta do meu lado.
— Esse lugar é da Karol — falo arruma do as minhas coisas.
— Ela senta com o Ruggero hoje, aposto que ela não vai se importa — ele fala mas não dou atenção e então ele pega as minhas mãos — não fique brava comigo, por favor... Você é a única garota que me importa.
— Então demonstre isso e pare de ficar sorrindo pra qualquer piranha que aparece — falo com raiva e talvez, mas só talvez, ciúmes.
— Não reclame quando eu aparecer na sua porta fazendo serenata — ele fala em um tom brincalhão e eu tento a todo custo segurar a risada — como você disse, esse lugar é da Karol...
— Pode ficar, ela não vai se importar mesmo — falo segurando o braço dele.
— Vou sentar com uma nova dupla hoje — ele fala sorrindo, e que sorriso — prometo que volto pra próxima aula — ele me dá um selinho e vai até outra mesa, o sinal toca.

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