seventy

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Karol não sabia mais onde procurar, já havia olhando em todo canto do colégio. Ela estava começando a entrar em pânico. A essa altura, Ruggero já podia estar desmaiado ou, pior, morto por uma overdose muito forte.
— Karol? — Maxi a chama quando vê a mesma encostada no armário. Quando se aproxima, vê os olhos inchados e vermelhos — o que aconteceu? Você tá bem?
— Sai daqui — Karol pede sem o olhar nos olhos — quero ficar sozinha.
— Eu posso te ajudar — Maxi tenta encostar em Karol mas a mesma se afasta — é o Ruggero?
— Eu já falei pra me deixar em paz, Porra — Karol fala um pouco alto.
— Qual é, Karol? Esqueceu que ele te traiu? Ele não vale a pena — Maxi fala calmo.
— Quando você vai entender que eu não quero nada com você? Quando vai entender que se por algum momento eu te dei atenção foi porque eu sentia falta dele? — aquelas palavras de Karol entram como faca no coração de Maxi — Porra Maxi, eu amo o Ruggero e sempre vai ser ele, não importa a merda que ele fizer ou quantas vezes ele vai quebrar meu coração, sempre vai ser ele... Então me deixa em paz — Karol sai andando deixando pra trás um menino com o coração partido.
Karol não queria ser grossa, longe dela, mas também não aguentava mais o idiota do Maxi no seu pé.
Ela pensava onde Ruggero podia estar. Onde um menino de 18 anos chapado e triste se esconderia pra não ser encontrado por ninguém?... Bingo! Porão. Ninguém da escola conhece aquela espelunca.
Karol apressa os passos, chegou a tirar o saltos que ela insistia em usar e começou a correr pelo jardim.
Ela entra no porão desesperada e seu coração para quando vê Ruggero deitado no pequeno sofá com a camisa social a aberta. Havia três seringas vazias no chão e uma das garrafinhas de metal jogada.
— Meu Deus — Karol correr até ele e percebeu que ele havia vomitado no chão, overdose, ele teve uma overdose e agora estava desacordado — Ruggero, acorda, por favor — a mexicana o chamava e sacudia com lágrimas nos olhos — meu amor, por favor acorda.
Karol já via tudo borrado por conta das lágrimas, ela chamava por ele e o sacudia mas ele nem se mexia.
Ela se levanta do chão onde estava ajoelhada e caminha de um lado pro outro passando as mãos pelo cabelo. E se ele nunca mais acordar? Deveria chamar ajuda? Ele tá vivo? Ela definitivamente estava em pânico. Se culparia pelo resto da vida de ele não acordasse.
— Karol? — Ruggero fala com a voz embriagada — Você veio me salvar kkkkkk — ele fala rindo completamente chapado.
— Eu vou te matar seu filho da puta — Karol se ajoelha ao lado dele e o abraça — nunca mais faça isso comigo, nunca mais.
— Eu faço isso pra te esquecer — Ruggero responde a soltando — porque agora você tá com aquele bosta lá e eu sei que nunca vai me perdoar por uma coisa que eu não fiz — Ruggero solta mais uma risada bêbada — sabe por que eu demorei aquele dia? Porque eu ia te pedir em noivado.
— Eu sei — Karol sentia um enorme peso na consciência, ele havia acabado de confirmar que estava naquele ruína por causa dela.
— Eu sou completamente apaixonado por você garota — Ruggero fala passando a mão pela bochecha de Karol — mas eu tenho que te deixar ir, porque não sou o certo pra você.
— Eu te amo Ruggero — Karol fala entre lágrimas, Ruggero seca cada lágrima que sai dos olhos da mesma — eu volto pra você, mas antes você precisa parar de fazer isso com você.
— É tão bom, eu fico voando e voando — Ruggero ri mais uma vez — a primeira vez que eu usei uma morena veio ficar comigo e adivinha — o rosto de Karol se contorce de raiva — eu dei um fora nela, sabe por quê? — Ruggero chega perto do ouvido de Karol e sussurra — porque ela não era você.
— Mentira — Karol tenta conter o sorriso, mas era impossível — levanta, você precisa tomar um banho gelado.
— Eu odeio gelo, me lembra dos seus olhos no dia que você me chutou — Ruggero agarra os braços de Karol pra se levantar.
Karol quase caí em cima dele, mas se mantém firme. Quando em pé, ele agarra a cintura de Karol com força e a mesma sente um arrepio.

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— Oi pessoal — Ruggero fala assim que entra cambaleando no quarto.
Ainda se encontrava lá o Diretor Martínez, a mãe de Ruggero e os dois amigos. Mas não só esses, Agustín estava sentado na cama com os braços que seguravam a cabeça apoiados na perna.
— Meu filho — Carla corre até o filho, que ainda estava com a camisa aberta e fedendo a álcool — você tá bem? Onde você tava?
— Shiu, o monstro não gosta que falem da presença dele — Ruggero sussurra alto apontando pro diretor.
— Olha aqui menino... — o diretor aumenta o tom de voz mas para quando Carla o lança um olhar mortífero.
— Acho melhor colocar ele no banho gelado — Valentina fala indo até o amigo — cê tá fedendo em.
— Quietinha você também — Ruggero fala rindo — sabe o que a Karol me disse? — Ruggero pergunta se esquecendo completamente que haviam outras pessoas lá — que ela ainda me ama — Ruggero sussurra sorrindo — você tava certa esse tempo todo, foi tudo o Mike que quis separar ela de mim.
— Alguém cala a boca dele antes que ele fale mais merda — Mike exclama cruzando os braços.
— Eu sei que o Mike tem fotos da Valentina no celular — Ruggero sussurra rindo — ele ainda é muito louco por ela.
— Chega Ruggero — Valentina exclama vermelha — vem, vou te jogar no chuveiro.
— Você vai dar banho nele? — Karol pergunta incomodada.
— Não — Valentina responde com uma cara de nojo — já vi ele pelado e não tem nada de interessante.
— Meninas, eu vou pedir com toda a paciência que me resta pra vocês saírem — o Sr. Martínez pede com calma.
— Eu vou cuidar do Ruggero, não posso deixar ele sozinho — Karol exclama irritada.
— Eu acho melhor vocês duas saírem, o diretor tá um pouco bravo — Carla fala com calma — eu cuido dele, não precisa se preocupar.
— Michael vai também e o Sr. Bernasconi vai pra minha sala, temos muito o que falar — o diretor ordena.

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