twenty nine

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— Ora, ora, o que temos aqui — Katja fala assim que eu e Mike descemos do palco — meu namorado é tão maravilhoso — ela pula no pescoço de Mike.
— Katja — ele tenta afastar ela com o braço — sem grude, por favor.
Eu só a olhava com nenhuma expressão, ela não merece que eu gaste as minhas expressões faciais com ela.
— Não vai falar nada? — A voz enjoada de Candelária soa como uma nota desafinada.
— Você acha mesmo que eu vou perder o meu precioso tempo com vocês? — falo olhando pras duas — ai, da licença — saio esbarrando nas duas propositalmente e vou em direção a mesa onde estão meus amigos.
— O que estava divertido, agora tá parecendo um show de horrores com esse dois demônios — Escuto a voz de Karol.
— Concordo com você amiguinha — falo me sentando — Olá Jorgito — dou um beijo na bochecha dele — Oi — comprimento Chiara que estava ao lado dele.
— Meninas, não deixem que elas estraguem a noite de vocês — Ruggero fala passando o braço pelo ombro de Karol — mandem elas duas pra merda e pronto.
— Fica difícil quando uma delas não para de secar o seu... Sei lá o que você é meu — Karol fala olhando pra Ruggero com um olhar triste.
— Pode ir parando mocinha — falo alto e Karol me olha como se eu fosse uma estranha — coloca um sorriso nesse rosto, sobe naquele palco e mostra a estrela que você é... — passo a mão no cabelo dela e falo — viemos aqui pra nos divertir, então não deixe que essa coisa, ou sei lá que tipo de bicho é esse, atrapalhe a sua felicidade... Elas não merecem nadinha dessa sua carinha triste então levanta a bunda da cadeira e vai.
Karol sorri pra mim e se levanta. Ela caminha até o palco decidida.
— Boa noite — ela fala no microfone chamando a atenção de todos — eu me chamo Karol e... Vou arriscar cantar alguma coisinha aqui hoje — ela continua a sorrir — moço pode colocar a música...
— Qual música Senhorita? — o cara que está na mesa de som pergunta arrancando algumas risadas do público.
— A thousand years — Karol fala meio constrangida.

A melodia doce da música começa e Karol respira fundo. Cadê a confiança que essa menina tem 24 horas por dia?
Ela nem começou a cantar e Ruggero já me cutuca.
— Se for pra falar o quando a Karol é linda e os caralha quatro eu já sei — falo na lata.
— Deixa de ser grossa, eu vou te pedir um favor — ele fala rindo — pega um microfone com o cara do som pra mim.
— Pra que você quer um microfone? — pergunto.
— Pega lá — ele fala me empurrando pra fora da mesa — você vai me agradecer, eu garanto.
O encaro por mais um cinco segundos e me levanto indo em direção a mesa de som.
— Moço, com licença — peço fazendo uma voz sexy — você poderia me dar um microfone?
— Gatinha, isso vai contra a minha norma — ele fala tentando me cantar, que cara nojento.
— Ah por favorzinho — peço me apoiando no balcão e o flitando com os meus olhos azuis — eu não falo pra ninguém — sussurro.
— Eu te dou... Mas você tem que me dar alguma coisa em troca — ele vem pra perto de mim e eu recuo — me espere na porta as dez — ele me entrega um microfone sem fio e eu o lanço um sorriso.
Idiota por achar que eu ia o esperar. Nunca eu iria ficar com ele, nojento, parece que não toma banho a uma semana.
— Tá aqui seu microfone — entrego pra Ruggero.
— Valeu, agora senta aí que é a minha vez de fazer a coisa certa pra pessoa certa — ele liga o microfone e levanta.
Uma luz banca foca no Ruggero e ele começa a cantar junto com Karol.
— One step closer — Ele canta e Karol o olha surpresa.
Ele começa a caminhar lentamente em direção a ela e a mesma continua cantando nervosa.
— I have died everyday waiting for you
Darling, don't be afraid I have loved you
For a thousand years
I'll love you for a thousand years — Ela canta com os olhos cheio de lágrimas, nunca a vi tão insegura.
— Time stand still
Beauty in all she is — Ele sobe no palco e pega na mão dela — I will be brave
I will not let anything take away — Karol canta essa parte junto com Ruggero, nunca a vi tão feliz — What's standing in front of me
Every breath
Every hour has come to this
One step closer — eles cantam se olhando, vejo um brilho no olhar de Ruggero. Aí que droga, ele está a apaixonado.
Olho pro lado e lá estava ele junto com a namorada dele, ela estava no colo dele e ele estava com a mão na coxa dela. Reviro os meus olhos ao ver aquela cena. Eu sei que devia estar feliz e prestando atenção no meus melhores amigos mas é impossível enquanto aquela vagabunda está rebolando no colo no meu homem.
— Controla a raiva — Jorge coloca a mão dele sobre a minha — isso é tudo um joguinho dela, ela sabe que o seu ciúmes é descontrolado por isso ela te provoca.
— E ele deixa — falo alto, quase um grito.
— Aí ja não é comigo — Jorge fala e acaricia mais a minha mão — to te estranhando, você não está entrando em um jogo?
— Eu não estou entrando no jogo — falo e um sorriso perverso brota nos meus lábios — eu sou o jogo, Jorgito.
Coloco a minha mão sobre a dele e o lanço um sorriso malefício. Logo o meu olhar volta pra Mike e o mesmo me olhava com raiva e ciúmes, dou uma piscada pra ele e me volto pra Jorge. Se a vagabunda pode rebolar no colo dele então eu posso flertar com o gostosão do Jorge.
— Então... Você e a Chiara... — falo ao me dar conta que ela não estava mais lá.
— Ela tá tentando se aproximar de mim de novo — ele fala sorrindo.
— Não esquece que eu sou sua namorada em — falo rindo e ele me acompanha.
— Nunca iria esquecer isso — ele fala se aproximando mais — não tem nenhuma possibilidade de isso acontecer um dia.
Ótimo, ele estava flertando comigo, isso era tudo que eu precisava. Solto um risinho e volto a minha atenção pro palco. A música havia acabado e eu todos aplaudiram.
— Karol — Ruggero a puxa levemente — quero que todos escutem o que eu vou dizer, quero que sejam testemunhas dessa decisão que eu vou tomar hoje.
Karol fala alguma coisa no ouvido de Ruggero e o mesmo sorri ainda mais.
— Quero que todos sejam testemunha do quanto eu gosto dessa garota, o quanto ela me faz bem e o quão feliz eu fico só de vê-la — ele pega na mão dela e sorri — eu sei o quanto você espera por esse momento e o quanto você ficou brava por eu ser lerdo — Karol dá uma risada — mas eu estou aqui em cima desse palco e, talvez, passando vergonha mas eu não me importo porque essa é a única decisão na minha vida que eu tenha convicção de que estou fazendo o certo... Karol — ele se ajoelha e tira uma aliança prato do bolso — você quer ser minha namorada?
Um sorriso se instala no rosto de Karol, cheguei a achar que as bochechas dela iriam rasgar.
— Sim, sim, claro que sim! — ela fala e puxa Ruggero pra um abraço e todos do restaurante aplaudem.
Ruggero coloca a aliança no dedo dela e a puxa pra um beijo. Eles são tão lindos.
— Eles são tão lindos — falo olhando pra Jorge — queria ter a sorte dos dois de achar alguém.
— Queríamos — Jorge me olha — mas é o que falam né, enquanto eu não acho a pessoa certa me divirto com as erradas .
Coloco um sorrisinho safado no rosto recebendo a indireta que ele tinha me mandado.
— Amigaaaa! — Karol chega me abraçando.
— me deixe ver essa belezura — pego a mão dela e vejo o anel delicado e simples — tô tão feliz por você.
— Aí eu também tô muito feliz por mim — ela fala sorrindo — por que não está com o meu irmão e com o resto do pessoal naquela mesa?
— Porque eu tô com o Jorge — falo pegando na mão do mesmo — e também não quero ficar perto de certas pessoas.
— Vai começar de novo esse joguinho idiota de vocês dois — Karol fala revirando os olhos.
— Não sou eu que estou no colo do Jorge — dou um sorriso irônico — se quiser ficar com o seu namorado na outra mesa, pode ir, eu não vou me sentir trocada.
— Eu vou... Mas eu volto — ela se levanta e sai.
— Tem certeza que não quer ir pra lá? — Jorge pergunta.
— Sim, prefiro ficar longe de certas pessoas pra evitar confusão, se é que você me entende — falo — mas se quiser ir, fique a vontade.
— Não, prefiro ficar aqui com você — ele fala e pisca pra mim.
— Pra falar a verdade, eu quero ir pra casa — falo me levantando — ainda não arrumei a minha mala pra voltar pro inferno.
— Eu te levo — ele levanta — se não for incomodo pra você, é claro.
— Te ter por perto nunca será um incomodo — pego na mão dele e caminho até a mesa onde estavam todos.
— Resolveu vir sentar aqui? — Karol fala alto trazendo toda a atenção pra mim.
— Não — olho pra Mike e Katja que estavam abraçados — credo, nunca — falo olhando aquela cena nojenta — vim avisar vocês que eu estou indo embora.
— Embora com quem? — Mike pergunta flitando a minha mão que estava dada com a de Jorgito.
— Com o Jorge — falo encostando a cabeça no peito do mesmo.
Mike me olha com raiva, ele dá um selinho em Katja na minha frente. Reviro os olhos e puxo Jorge pra saída.
— Arruma minhas coisas! — Ruggero grita.
Respondo com um lindo e delicado dedo do meio. Menino folgado.

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