Eles chegam em uma balada que fica em uma rua deserta, sem chances de policiais aparecerem pra estragar a diversão. Valentina, logo de cara, percebe o alto consumo de drogas do lugar, aquilo a deixava enjoada pelo fato de ter tantos jovens usando.
— Bem-vindos a boca do inferno — Agus fala sorrindo e cumprimentando alguns homens da entrada.
— Que fim de mundo — Valentina reclama cruzando os braços.
— Se envolve um pouco Valuzinha, te garanto que você vai viajar — Agustín fala animado indo até o bar.
A música era estrondante e isso irritava Valentina, talvez se ela bebesse algo não ficaria tão na defensiva.
— Vem italiano, vou te apresentar algumas amigas — o cordobes puxa o amigo pelo pulso e some no meio da multidão.
Valentina se senta em um dos banquinhos rodatorios que fica em frente do balcão. Pede um copo com whisky e o garçom logo a serve. Pega o celular e fica mexendo enquanto beberica um pouco da sua bebida.
— Com licença — o mesmo garçom que havia a servido mais cedo coloca uma marguerita no balcão.
— Eu não pedi isso — Valentina fala com um sorriso forçado.
— Foi ele — o garçom aponta pro lado esquerdo de Valentina e a mesma se assusta quando vê Marcos sorrindo pra ela.
— Obrigada — a ex loira fala pro garçom e revira os olhos quando Marcos se senta ao seu lado.
— Quase não te reconheci — Marcos comenta e passa a mão no cabelo de Valentina — Gosto dessa cor em você.
— O que você quer? — Valentina pergunta sem paciência.
— Abaixa a guarda aí, tô em missão de paz — Marcos levanta as mãos em forma de rendimento.
Valentina revira os olhos e bebe mais um pouco do seu whisky.
— Bebe a margarita, é uma delícia — Marcos pede e Valentina nega com a cabeça — você veio aqui pra se divertir, então se diverte caralho.
Valentina mesmo com relutância, pega a taça e vira o líquido de uma vez só.
— Quer dançar? — Marcos pergunta entendendo a mão da argentina.
A mesma, que já não estava mais tão em si por causo do álcool, levanta e vai andando pra pista sendo seguida pelo ex namorado.Nos fundos da balada, Agustin se encontrava com uns amigos que não pareciam muito uma boa influência.
— Esse aqui é o Ruggero — Agus apresenta o amigo com um enorme sorriso no rosto.
— É o menino que o Maxi não gosta? — um moreno alto pergunta cruzando os braços.
— Esse mesmo, mas não faz muita diferença, o Maxi também não gosta de vocês — Agus fala sorrindo debochadamente — Esses são Zed, Hardin e Jace.
Hardin era alto e tinha várias tatuagens pelo corpo, cabelos baixos e puxados pra trás.
Zed era o mais baixo dos três, cabelos longos e pretos, seus braços eram tatuados também.
Jace tinha cabelos loiros espetados pra cima e aparentava ser o mais velho por conta da barba.
— Trouxe o dinheiro? — Jace pergunta pra Agustín.
— Óbvio, não dá pra curtir sem essas belezinhas — Agus pega a carteira no bolso e tira dez reais.
— Seu amiguinhos engomadinho vai querer ou ele e muito fraco pra isso? — Zed pergunta dando risada.
— Ruggero nunca usou — Agustín comenta pegando a seringa com um líquido meio esverdeado dentro.
— isso é heroína? — Ruggero pergunta pasmo.
— Qual é mano, é só uma seringa, seu amigo não vai morrer por isso — Hardin fala com desdém.
— A quanto tempo você tá usando isso? — Ruggero pergunta quando Agus enfia a agulha no braço.
— Desde que eu terminei meu namoro com a Carolina — ele espreme a seringa e sente o líquido entrar — você devia experimentar, os problemas somem e você fica bem mais forte.
— Ruggero é muito certinho pra usar qualquer tipo de drogas — Jace comenta rindo — não aguenta nada.
— Quanto é? — Ruggero pergunta cruzando os braços. Sua masculinidade havia sido desafiada e ele não deixaria barato.
— Dez — Jace fala — tem certeza que aguenta? Ninguém aqui vai se importar se você sofrer uma overdose.
— Me dá uma — Ruggero pega dez reais no bolso e entrega pra Jace.
— Você que manda engomadinho — Jace pega uma seringa e entrega pra Ruggero.
— Tem certeza que vai mesmo fazer isso? — Agustín pergunta enquanto a droga não faz efeito.
— Tá duvidando da minha capacidade Agus? Eu vou sim fazer isso — Ruggero fala encorajado — também quero esquecer as coisas.
Ruggero procura a veia no braço e logo enfia a agulha.
— Quero ver o engomadinho quando a droga fizer efeito — Hardin comenta rindo e sendo acompanhado pelos amigos.
Ruggero espreme a seringa e quase geme quando o líquido entrar. Era como se estivesse tendo um orgasmo. Ele nunca havia tido aquela sensação na vida, era ruim mas bom ao mesmo tempo.
— Feito — Ruggero tira a seringa do braço e joga no chão.
— Corajoso — Zed comenta sorrindo — agora é só esperar fazer efeito, vai ver que o que te causa é melhor que a sensação da droga entrando.
— Vamos entrar — Agus puxa Ruggero, que dá um aceno prós três badboys.
Quando Ruggero se dá conta, o seu corpo tá todo elétrico mas ao mesmo tempo morto, a boca dele formigava e ele estava dançando feito um louco no meio da pista com duas morenas.
Agustín havia sumido e Valentina estava bêbada demais pra se lembrar do mal que Marcos já havia feito a ela.
No amanhecer do dia o três se encontraram na porta da balada. Ruggero e Agustín ainda estavam sobre o efeito da droga e Valentina não raciocinava bem, estava tudo girando.
— Chamaram o uber? — Valentina pergunta enquanto observa o nascer do sol.
— Dois minutos pra chegar — Agus responde sorrindo — tô cheio de energia pra ir pra aula.
— Eu quero morrer na minha cama — Ruggero comenta coçando os olhos — caralho mano, a mina derrubou bebida em mim e manchou minha camisa.
— O seu amigo de quarto vai querer te matar por ter passado a noite fora — Agus zoa o amigo.
— Não quebra minha brisa falando desse babaca — Ruggero pede coçando os olhos mais uma vez.
— O que vocês usaram pra estarem assim? — Valentina pergunta com os braços cruzados.
— Você não vai querer saber — Agustín comenta com um sorriso danado.
Um carro cinza buzina e os três tomam um susto mas logo se lembram do uber que haviam chamado.
A viajem até o colégio foi calma, tirando as vezes que Agustín começava a rir do nada. Eles pularam o muro com facilidade e cada um seguiu seu caminho até o quarto.
Valentina entra no quarto pela janela e derruba algumas coisas da mesinha que tinha perto, dá um risada e depois olha pra porta do banheiro e vê a amiga com uma expressão furiosa.
— Onde você tava? — Karol pergunta furiosa — eu tô sentindo o cheiro de álcool daqui Valentina, é o primeiro dia de aula, você não pode tá bêbada.
— Relaxa Karol, só fui em uma balada com uns amigos — Valu fala como se fosse normal ir em uma balada em plena terça-feira de madrugada — eu tô até bem perto do Ruggero.
A feição de Karol vai de brava pra preocupada.
— O que aconteceu com Ruggero? — a mexicana pergunta se sentando na cama.
— Ele e o Agustín sumiram por um tempo e depois ele voltou muito louco — a ex loira fala rindo feito uma hiena.
— Vai tomar um banho gelado pra não se atrasar pra aula — Karol ordena e Valentina se joga na própria cama — eu tô mandando Valentina.
— Já tô indo mamãe — Valentina pega uma toalha e vai pra dentro do banheiro rindo.
Karol estava extremamente irritada com a irresponsabilidade da amiga e ainda mais brava porque Ruggero saiu, usou alguma coisa e, provavelmente, ficou com alguma menina.
— Cadê ela? — Mike entra no quarto como um furacão, todo vermelho.
— Tá no banho — Karol responde e Mike passa a mão no rosto — não me mata por perguntar isso mas...
— Ele tá meio estranho, fedendo a bebida e todo sujo — Mike fala visivelmente bravo.
Odiava Ruggero pelo que fez com a irmã, mas odiava mais ainda o ver em um estado desprezível.
— Sai antes da Valentina terminar o banho — Karol fala e o irmão a olha bravo — não tô afim de vocês dois brigando, e você sabe que quando ela tá bebada não contém palavras nem ofensas.
— Eu tô indo pro refeitório então — Mike fala triste — te espero lá.
Karol espera a ex loira sair o banho pra ajudar a mesma a se arrumar e dar remédio. Os cabelos de Valentina ficaram molhados pois estavam atrasadas pro café.
Valentina vai pro refeitório sozinha. Já Karol tinha contas pra acertar com alguém.
— O que você usou? — Karol pergunta batendo a porta do armário de Ruggero. O italiano ainda tinha os olhos coçando, o que causava vermelhidão, e estava com enormes olheiras.
— Tá louca? Você podia ter prendido meu dedo aí — Ruggero reclama assustado.
— Não foge do assunto, Ruggero — Karol estava soltando fumaça pelo nariz — resolveu se drogar agora?
— E você resolveu se importar comigo? Que foi? Maxi te magoou de novo e você quer um consolo? — Ruggero fala sem olhar na cara dela.
— Maxi não tem nada a ver com você se drogando — Karol defende o ex namorado e recebe um olhar de desgosto do italiano — por que isso agora? Por que as drogas?
— Desencana Karol, não vou te falar nada... Você não se importa mesmo com o que eu sinto ou tenho a dizer — Ruggero fala com os braços cruzados.
— Me fala — Karol implora — eu só quero te ver bem e eu sei que se não fizer nada você vai acabar se matando nessa merda.
— Você não se importa, então para! — Ruggero tenta conter o grito mas a heroína o deixa ligado — se eu tô me afundando é por sua causa, se você tivesse me ouvido naquele maldito dia eu não estaria na merda agora.
Karol sabe que não é Ruggero que tá falando, mas sim a coisa que ele usou, só que isso não deixa que ela não se machuque com as palavras.
— Tá tudo bem aqui? — Maxi pergunta chegando ao lado de Karol.
— Tá sim — Karol responde com um sorriso forçado. Maxi passa um braço pelo ombro de Karol e Ruggero revira os olhos.
— Por que você não vai cuidar da sua vida seu babaca de merda? — Ruggero explode.
— Eu sou o babaca? Olha como você tá agindo — Maxi fala calmo ainda abraçando Karol.
— Você tentou estrupar ela quando ela tava bêbada — Ruggero fala rindo e Karol abaixa a cabeça — acho que a pequena e indefesa Karol podia começar a rever algumas atitudes dela pra não se foder de novo.
— Tá supondo que ela fiquei com você? — Maxi da uma risada sarcástica.
— Não, até porque ela não é um prêmio pra gente ficar competindo por ela, mas eu só quero ela bem e com alguém que ame ela... — Ruggero dá um passo pra trás — como eu amo ela, como sempre vou amar.
Ruggero vira de costas e sai andando deixando pra trás Karol com um enorme peso na consciência.
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College
FanfictionLoira, olhos azuis, rica, tudo pra ser uma patricinha perfeita, mas isso não entra no currículum dela. Valu , como os seus amigos a chamam, tem tudo pra ser a garota perfeita, mas não se intitula assim, sim como uma garota normal como qualquer outra...