sixty three

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O horário do almoço já havia passado e pode-se dizer que foi um tanto estranho.
Michael não apareceu, por motivos de "eu não quero olhar na cara da Valentina". Karol foi uma das primeiras chegar e consequentemente uma das primeiras a sair, tentou ao máximo não encontrar com Ruggero mas sua agilidade foi toda por água abaixo quando els esbarrou com ele na saída do refeitório, ele até tentou falar com ela mas a mexicana saiu sem nem ao menos olhar na cara dele. Contudo, Ruggero perdeu a fome e nem sequer ficou no refeitório. Valentina se isolou pra comer sozinha, com uma mesa inteira só pra ela, não queria se sentar com seus amigos pra falar sobre a sua viajem desastrosa e o fim do seus relacionamento de duas semanas.
As aulas extracurriculares começariam e esse era o começo do inferno, levando em consideração que estariam todos na mesma sala.
— Boa tarde meu queridos alunos, vocês não sabem a saudade que eu estava sentindo — a Professora Melissa entra animada como sempre, logo percebe que as coisas estão diferentes, cada um em um canto — que clima estranho.
Valentina estava sentada no fundo, sozinha com os pés em cima da cadeira e os braços cruzados. Ruggero estava com os meninos, uma coisa um tanto incomum e estranha, já que o italiano sempre ficou com a melhor amiga. Os irmão Ronda estavam na outra ponta da sala, juntos e afastado dos outro. As meninas ocupavam o meio da sala, todas estavam juntas, menos Chiara, ela estava com Jorge e os meninos.
— Vamos começar essa volta de recesso com uma atividade que vocês já devem estar acostumados — a professora começa animada na intenção de animar os outros, sem sucesso — Valentina, poderia começar? Nos mostre o que fez nas férias.
Valentina se levanta e caminha até o palco, coloca seu pendrive no computador e vai pro meio, acena com a cabeça pra professora e o som de uma guitarra soa. Todos ficam perplexos com a escolha do estilo musical da ex patricinha.
A música falava sobre como ela estava cansada da antiga Valentina, de como ela estava mal com as pessoas e de como ela não é mais a mesma, estava terrivelmente cansada de mentir pra si mesma.

O sorriso no rosto de Valentina era inevitável quando via que todos estavam sem saber como reagir com o final da apresentação da menina.
— Obrigada pela apresentação, Valentina... Vamos conversar sobre esse seu novo estilo, pode ser interessante pro Music Argentina — a professora agradece com um sorriso no rosto, com certeza teriam vantagens com essa nova Valentina — interessante, temos uma banda?
— Sim — Lio responde empolgado e se levanta — eu, Mike e Gaston ensaiamos essa música a umas semanas atrás e acho que seria bom mostrar pra senhora e pra sala...
— Ótimo, subam no palco e façam barulho — Melissa pede e assim os meninos fazem.
Conectam os instrumentos a caixas de som. Gaston faz a contagem batendo as duas baquetas e eles iniciam a música Invisibles. A música falava de como eles se sentiam invisíveis para as garotas.
Michael tentava a todo custo não olhar pra Valentina durante a música, principalmente a parte que a música falava:

Somos tan Invisibles
Amores imposibles
Invisibles
Como una canción
Invisibles
Ellas es irresistible
Insensibles, imposibles, una ilusión

Valentina mantinha os braços cruzados no decorrer da música e não quebrava em momento algum o contado visual.

A música chega ao fim e quase toda turma aplaude.
— Alguém mais tem alguma música? — Melissa pergunta esperançosa e uma pequena levanta a mão — ótimo Karol, pode vir, o palco é todo seu.
— Na verdade, a música não tá completa ainda e falta bastante... — Karol começa a dar explicações mas a professora estende a mão pra que ela pare e suba no palco — tá bom.
Era nítido o nervosismo da pequena mexicana, onde foi parar a confiança que ela tinha?
Karol insere o pendrive no computador e já solta o play, ela caminha lentamente pelo palco e canta pequenas estrofes compostas por ela de Quédate, a música que fez pensando em Ruggero.

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