eighteen

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POV Michael

Mais um dia que começava naquela droga de colégio. Meu dia já não começou bem, pulei o café da manhã pois não estava com cabeça pra aguentar Katja reclamando no meu ouvido e também não queria ver a Valentina nos braços de Jorge, me incomodava. Preferi ir direto pra sala de aula, queria ficar sozinho um tempo e nada melhor do que uma sala vazia.
Entro na sala pela porta de trás e logo de cara já vejo os cabelos loiros encaracolados. Com o barulho da porta fechando ela se vira me encarando, aqueles diamantes pareciam estar mais brilhantes e mais claros, se é que isso é possível.
- Que bom que está aqui, quero conversar com você - falo tentando não me perder nos olhos que me encaravam com intensidade.
Ela olha de um lado para o outro procurando alguém, quando os seus olhos voltam pra mim ela aponta pra ela mesma com uma expressão de deboche e ao mesmo tempo de dúvida.

Ela olha de um lado para o outro procurando alguém, quando os seus olhos voltam pra mim ela aponta pra ela mesma com uma expressão de deboche e ao mesmo tempo de dúvida

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- Você mesma, Valentina - falo com um sorriso cínico.
- O que você tem pra falar comigo? - ela pergunta apoiando o cotovelo na mesa e colocando o seu queixo por cima da mão.
- Sobre nós dois - falo me aproximando da mesa onde ela estava apoiada.
- Não existe nós dois - ela me responde debochada - supera.
- Você acha que eu não te superei? - solto uma gargalhada fingida - nós nem tivemos nada, como que se supera o que nem aconteceu?
A expressão dela muda completamente, talvez eu tenha sido um pouco rude com as minhas palavras mas quem se importa? Agora ela tinha uma expressão que misturava tristeza com raiva.
- Acho que Jorge está me ligando, com licença - ela fala pegando o celular - Oi meu amor...
Meu sangue ferve quando escuto ela o chamar de amor, não consigo evitar de revirar os olhos. Como ela tem coragem de ficar com o Jorge? Não que ele seja feio, só que eu sou mais bonito... Não sou?
- Já parou de falar com seu amor?- falo quando vejo ela tirar o celular da orelha.
- Ciúmes? - ela tem mais uma vez o sorriso debochado.
- De você? Não, não - logo que fala o sorrisinho dela some.
- falando em ciúmes, sua namorada deve estar louca atrás de você - ela fala com o tom de deboche - sabe, eu já tinha imaginado tudo de você, tudo mesmo, mas namorar com a Katja.... Tenho que confessar, você me surpreendeu.
- Ela é legal, bem diferente de tudo que todos pensam - eu falo sem intenção de provoca-la, Katja não é o monstro que todos acreditam.
- Dane-se, pra mim ela foi e sempre vai ser a garota que espalhou pra escola que minha mãe morreu de overdose - ela fala com raiva.
- Acho que alguém tem que aprender a perdoar - falo tentando descontrair.
- Ela não me pediu desculpas - Valentina fala debochada.
- Se ela pedisse você aceitaria? - pergunto me sentando na cadeira da mesa que Valentina estava escorada.
- Claro que não - ela fala rindo.
Sua risada é contagiante não tive como não rir. Ela para de rir e nós dois nos encaramos, só Deus sabe a falta que eu senti desses olhos azuis.
Eu me aproximo dela, sei muito bem que não devia porém era inevitável. Cada vez mais próximos, vozes na minha cabeça gritavam para que eu parasse mas meu coração e meus músculos não estavam nem ligando pra vozes.
A porta se abre e quem eu menos queria ver entra na sala.

A porta se abre e quem eu menos queria ver entra na sala

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