thirty five

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— Que merda é essa?! — Male fala alto.
— Male... — falo quando Mike me coloca no chão.
— Não fala pra ninguém por favor, Male — Mike pede.
— Vocês acham isso certo? — Male pergunta indignada.
— Foi só uma recaída — falo com a cabeça baixa — não fala pro Jorge, por favor — quando falo o nome do Jorge sinto um olhar de reprovação vindo de Mike.
— Eu não vou falar nada pra ninguém... — ela fala aquilo e um alívio percorre todo o meu corpo — vocês vão falar.
— Que? — eu e Mike falamos em unísso.
— Eu não vou falar pra Katja — Mike fala com os braços cruzados — eu não posso.
— Male, não posso falar pro Jorge... Não consigo — falo de cabeça baixa — ele nunca iria me perdoar e eu... Eu estou realmente gostando dele.
— Que? — Mike fala me olhando, ele estava triste, pude perceber só pelo seu tom de voz.
— Se ele gostar de você ele vai entender — Male fala, ela parecia estar surpresa.
— Esse é o problema — falo com a voz trêmula, as lágrimas já haviam chegado aos meus olhos — ele já entendeu demais e eu sei que isso machuca ele.
— Valentina — Male me chama e eu levanto a cabeça, uma lágrima solitária desce.
Eu começo a fechar a camisa xadrez com as mãos tremendo.
— Onde você vai? — Mike pergunta encontrando na minha mão.
— Eu vou embora — falo saindo de perto dele.
— Amiga... — Male vem pra perto de mim mas eu me afasto — não queria te deixar triste.
— Fala pro Ruggero pagar pra mim, por favor — jogo uma fantasia nas mãos da Male e saio do provador.
— Valentina! — Malena me grita mas eu continuo andando.
As lágrimas teimosas insistiam em sair, e o meu coração insistia em me alertar que eu estava errada e isso doía muito. Eu tinha certeza que o Mike não era pra mim quando eu saí daquele shopping e ele não veio atrás de mim, eu tinha que persistir no Jorge, pelo menos era isso que eu estava pensando, mas o meu coração não estava nem um pouco de acordo com isso.

********************************

Estava entrando no colégio pela porta da frente, loucura eu sei. Se a vagabunda da Katja me pega aqui, eu já posso me considerar fora da competição.
Caminho rápido até a ala masculina, precisava dele, precisava do toque dele.
Paro em frente a porta dele, não sei se ele está dormindo ou se está com outra garota aí dentro, mas eu não me importo, preciso dele agora.
Abro a porta com brutalidade e vejo o Agustín só de toalha mas nem ligo, ele me xinga de algumas palavras. Ando até a cama de Jorge e não o encontro.
— Cadê ele? — pergunto olhando pra Agus.
— Ele me falou que ia atrás de você — Agus responde e o meu coração aperta.
— AAAAAAAA!! — dou um grito e saio do quarto.
Corro até o meu quarto, tenho certeza que estava parecendo uma louca, toda descabelada com os olhos inchados e a roupa amassada.
Ao entrar no quarto, jogo a minha bolsa na cama e vou em direção ao espelho. Eu estava horrível, não me reconhecia mais. Quem sou eu? O que aconteceu com o ano que eu planejei?
— Quem é você? — falo olhando o meu reflexo no espelho — O que aconteceu com você? Olhe pra si, está no fundo do poço, confusa — começo a chorar mais ainda — quem é você Valentina?
Coloco as mãos no rosto e deixo que as lágrimas que estão escondidas a muito tempo saírem.
— Mãe, me fale o que fazer — falo me olhando no espelho mais uma vez — por favor, volta pra mim.
Mais uma vez desabo em lágrimas, não sabia mais pelo que estava chorando... Só sabia chorar e deixar que as lágrimas fossem embora com toda a dor que eu estava sentindo no coração, com toda a culpa que eu estava sentindo.
— Valentina... — ouço a voz de Karol em um sussurro.
Olho pra ela e é como se meu coração doesse mais, sentia que ela seria o meu refúgio pra essa noite.
— Amiga — falo com a voz trêmula e caminho até ela.
A mesma vem e minha direção e me abraça forte. A partir daí eu não conseguia mais segurar uma lágrima sequer.

 A partir daí eu não conseguia mais segurar uma lágrima sequer

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