— Ela tá vindo — Valentina fala quando vê os cabelos pretos e sedosos voando — se esconde direito praga.
— Cala a boca — Ruggero sussurra assim que Lourdes joga sua bolsa no chão e entra no porão.
O plano "infalível" de Valentina era o seguinte: A loira havia criado uma conta fake e a partir dessa conta ela mandou mensagem para o Instagram pessoas da Lourdes falando que sabia que ela era a fofocas Elite. Então, pediu pra que a morena a "encontrasse" no porão, entretanto ela não podia entrar com nada (por isso ela jogou a bolsa no chão). Valentina iria a "prender" no porão enquanto Ruggero vasculhava as coisas dela e pegava o celular emprestado, quando ele acabasse Valentina iria se esconder e o italiano ia fingir estar passando por lá e abrir a porta para a mais nova, se fazendo de bom moço.
Quando Valentina escuta as sapatilhas de Lourdes descendo pelas escadas ela rapidamente corre pra porta e bate com força, fazendo um extremo barulho, logo a morena começa a gritar e bater na porta. Ruggero corre pra bolsa da garota e vasculha, pegando uma agenda, roubando uma caneta e o celular.
— Onde eu vou esconder isso? — Ruggero sussurra com a agenda da mão.
— Me dá — Valentina sussurra e Lourdes começa a bater na porta com mais força — Segura a porta até eu sumir — ela sussurra e Ruggero acena com a cabeça.
Valentina tinha em suas mãos uma agenda de unicórnios e arco-íris e o celular da garota que tornou sua vida um inferno. Agora só faltava encontrar o hacker do primeiro ano e pronto, Lourdes e seu péssimo caráter seriam revelados pra escola toda.
Quando Valentina sumiu no imenso jardim, Lourdes ainda gritava e chutava a porta, o italiano respirou fundo e puxou a porta e a morena caiu pra fora.
— Você tá bem? — Ruggero pergunta fazendo a sua melhor cara de preocupação — quem te prendeu aí, garota? — o italiano tenta não rir de com a sua preocupação falsa com a menina que ele acabou de roubar o celular e prender no porão.
— Eu não sei, me mandaram uma mensagem falando que era pra mim vir aqui que queriam me falar uma coisa importante, mas acho que era um brincadeira de mal gosto — Lourdes comenta de levanta do do chão com uma cara de coitada — obrigado por me ajudar, se você não tivesse aparecido eu ficaria aqui até sei la quando.
— Que nada — Ruggero dá um sorriso simpático — bom eu vou indo, vou encontrar uma pessoa.
— Karol? — a morena pergunta pegando a bolsa no chão e Ruggero só afirma — acho vocês dois muito fofos juntos.
A cabeça de Ruggero giravam em resposta bem mal educadas para a garotinha quase inofensiva, como: " acha mesmo? Então por que postou uma fake news que acabou com meu namoro?" , " acha? Por isso que você ficava falando que eu transei com você sendo que eu nunca nem tinha te visto na vida?"
— Eu gosto muito dela, só dela e sempre vai ser ela — Ruggero fala com a cara fechada mas logo abre um sorriso.
— Eu... vou ir pra colégio que a próxima aula começa daqui a pouco... Até mais tarde no ensaio — Lourdes acena e sai andando.
Ruggero acena de volta com um sorriso forçado até o último enquanto xingava a menina na sua cabeça de nomes horríveis.Lourdes entra no colégio e enquanto caminha até seu armário vê Karol entrando no laboratório de biologia.
— Merda... — Lourdes sussurra e corre até seu armário.
Quando ela abre sua bolsa começa a jogar tudo dentro do armário desesperada em busca do seu celular mas não o acha. Ela dá um chute no armário e começa a chorar, tinha acabado pra ela e ela não tinha como evitar.
Ruggero, ela tinha que ir atrás do drogadinho de merda e o ameaçar até a morte. Mas sua cabeça voa longe quando uma loira entra no banheiro no final do corredor. Com sangue nos olhos, Lourdes caminha até o banheiro.
— Eu quero meu celular! — Lourdes grita quando vê a loira mexendo nos cabelos em frente do espelho.
— Não sei o que você tá falando — Valentina pega um batom no bolso e abre — como é seu nome mesmo?
— Você sabe quem eu sou e se você não me devolver o celular agora eu vou fazer da sua vida um inferno, garota — Lourdes se aproxima de Valentina bufando feito um touro bravo.
— Fica quietinha que quem dita as regras aqui sou eu — Valentina bate o batom na ponta da pia — você é a fofocas e fez a minha vida, e a vida dos meus amigos, um inferno — Valentina de aproxima da garota — então abaixa o tom de voz pra falar comigo... Eu te devolvo quando me falar por quê fez isso.
— Pela Ana, vocês tratavam ela muito mal e isso a machucava — Lourdes encosta na pia — ela chorava por não conseguir se enturmar com vocês, chorava por ter que aguentar as crias de Chernobyl e eu ajudava ela... Eu falei todas aquelas coisas de vocês por isso, falei dela e daquele poli-amor ridículo por ciúmes, separei a Karol e o Ruggero por diversão, me satisfazia ver vocês sofrendo, ver vocês sentindo a dor que ela sentia todos os dias... Foi tudo por ela.
— Você é doente — Valentina olha a garota de cima a baixo — já pensou em se tratar? Isso não é uma brincadeira, você é possessiva pela Ana e isso pode acabar te machucando.
— Me devolve o celular, agora — a morena implora com sangue nos olhos.
— Não tá comigo — a mais velha sorri sádica ao ver o pânico se instalar na morena — em exatos dois minutos o sinal toca e esse é o intervalo mais longo entre as aulas... Acho que se você for bem rápida, consegue se esconder em algum canto escuro do colégio.
— Não faz isso — Os olhos de Lourdes lacrimejam — ela vai achar que eu sou louca mas eu fiz tudo isso por amor.
— Isso não é amor, Lourdes — Valentina fala e olha o relógio no pulso — um minuto e trinta segundos.
— Você vai se arrepender... Eu vou acabar com você! — Lourdes grita e lágrimas escorrem pelas bochechas — sua cretina de merda.
— Um minuto — Valentina tentava se manter intacta, ela sabia que isso ia acabar com a reputação e a vida da garota, mas Valentina não tinha culpa da garota se meter com as pessoas que ela mais amava.
— Eu te odeio — Lourdes caminha em passos lentos pra pra saída do banheiro.
— Quarenta segundo — Valentina vê a morena saindo desesperada pela porta do banheiro e suspira aliviada — ela saiu.
Michael sai de dentro de uma das cabines de boca aberta, completamente surpreso.
— Essa garota é louca — Mike fala tentando assimilar os fatos.
— Gravou tudo? — Valentina se vira pro espelho e termina de passar o batom.
— Tudinho — o mexicano entrega o gravador pra loira e recebe um selinho em troca — a gente pode sair desse banheiro? Já tô me sentindo mais afeminado que o normal, miga.
— Você é péssimo — Valentina sai do banheiro e vê o corredor se encher.
— Ele é o hacker — Michael aponta pra um menino albino de touca de caveira.
Valentina atravessa o corredor determinada e quando chega ao armário do menino fecha a cara e bate a porta vermelha.
— Preciso da sua ajuda — Valentina força um sorriso e o menino a olha de cima a baixo.
— Valentina Zenere pedindo ajuda pra mim? Eu só posso estar sonhando — o menino baixo fala em um tom extremamente debochado.
— Preciso que você desbloqueie o celular pra mim — Valentina fala em um tom grosseiro demais.
— Por que eu faria isso pra você? — o menino pergunta se encostando no armário.
— Porque eu tô pedindo com educação, ainda — Valentina sorri forçadamente — e eu vou te pagar.
— Você me consegue o número daquele garoto ali? — o loiro pergunta apontando pra um menino que usava um daqueles casacos do time de futebol — Eu gosto dele e sei que ele também é gay.
— Consigo — Valentina fala e um pequeno sorriso surge no menino — mas eu preciso da sua ajuda agora.
— O que eu tenho que fazer? — o menino pergunta entediado — descobrir a senha do Facebook do seu namorado pra ver se ele não tá flertando com alguém? Ou desbloquear o computador dele?
— Quero que você desbloqueie esse celular — Valentina mostra o iPhone com uma capinha transparente e sem querer a tela acende — e que você descubra a senha de uma conta pra mim.
— Esse celular é da Lourdes? Onde ela tá? Por que você tá com o celular dela? — o menino loiro tenta pegar o celular mas Valentina se esquiva e guarda dentro do sutiã.
— Quer o número do moreno bonito do time de futebol ou não? — Valentina pergunta com um sorriso cínico e o loiro acena com a cabeça — então faz o que eu tô pedindo sem perguntar nada.
— Eu tenho aula agora — o menino abre o armário novamente e pega um livro.
— Eu não tô nem aí, preciso disso pra agora — Valentina bate a porta do armário de novo.
— Não posso matar aula, o Sr. Martínez tá no meu pé — ele começa a andar e Valentina o segue.
— Eu consigo alguém pra distrair ele — Valentina puxa o menino pela camisa — eu preciso que você desbloqueie esse celular, por favor.
— Ok — o loiro responde depois de um breve silêncio — te espero no meu quarto, 142
— Chego lá em um minuto — Valentina responde e da um aceno com a mão enquanto o menino some no corredor já bem mais vazio.
Valentina respira fundo, se encosta no armário e respira fundo. Ela estava a pouco tempo de estragar a vida de uma garota.
— Vamos pra aula? — Karol pergunta batendo a mão no armário ao lado do de onde a amiga estava. A pequena olhava Valentina com fogo nos olhos.
— Não posso — Valentina abre os olhos e encontra a amiga revoltada.
— Vai sumir com o Ruggero de novo? Ou vai perseguir uma garota inocente? — Karol estava morrendo de ciúmes, sabia que os dois eram só amigos mas mesmo assim ela não gostava nada de que os sumisse do nada.
— Sem ciúmes Karol — Valentina começa a andar pelo corredor quase vazio — e ela não é inocente e eu tenho como provar.
— Para de perseguir a menina — Karol puxa o braço da argentina e a mesma estranha o ato da amiga — desculpa.
— Para de me falar o que fazer e vai cuidar da sua vidinha — Valentina fala extremamente irritada — to farta de você sempre querer ter razão, que saco garota.
Valentina continua andando em direção ao corredor masculino enquanto Karol fica parada observando a amiga.
— Você tá bem? — a voz de Ruggero faz com que Karol acorde do transe — não tem que ir pra aula?
— Me deixa em paz — Karol fala baixo demais mas na altura suficiente pra que Ruggero escute.
— O que aconteceu? — O italiano tenta colocar a mão no ombro da garota mas ela se esquiva do seu toque.
— Só me dá um tempo — Karol fala e sai andando em direção a sala de aula.
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College
FanfictionLoira, olhos azuis, rica, tudo pra ser uma patricinha perfeita, mas isso não entra no currículum dela. Valu , como os seus amigos a chamam, tem tudo pra ser a garota perfeita, mas não se intitula assim, sim como uma garota normal como qualquer outra...