3 Semanas depois|
Helena
Três semanas já se passaram e a gente continua nesse lugar horrível. Aprisionados aqui.
Jediel: Olha o que eu achei, no banheiro.—Ele vem com um rádio daquele de comunicação.
Jediel: Tá sem pilha.
Helena: Ou seja?
Jediel: Eu posso concertar.
Helena: Para.— me jogo na cama.— Teria que codificar com os rádios do Gabriel para ter contato com ele.—Ele ri e me olha.
Jediel: Como sabe disso?
Helena: Ele me ensinava algumas coisas.—Ri lembrando.
Jediel: Gosta dele, né?
Respiro fundo e não respondo nada.
Jediel: Se conseguíssemos pilha, eu acho que eu podia dar um jeito.
Helena: Pilhas?
Jediel: E um celular.
Helena: Ele nunca vai me dar um celular.
Jediel: Ele não precisa dar—. Olho pra ele pensativa.
Jediel: Tenta, vai.
Pedro: Lena, olha isso. É do morro do Bié.— Fala olhando fixo pra TV.
Começo a olhar para a televisão que diz que teve uma invasão na favela.
Jediel: Caralho, entraram pela linha vermelha.
Pedro: O que é a linha vermelha?
A porta se abre e um dos capangas me chama,sem dizer nada sigo ele até a sala do Russo.
Russo: Boa tarde, minha filha amada.
Helena: Boa tarde, papai.— Finjo felicidade em vê-lo.
Russo: Sente-se.
Me sento na cadeira e então ele começa com suas ladainhas de valor ao trabalho, que temos que dar nosso suor, nosso sangue, que devemos trabalhar para ser alguém na vida.
Russo: Então arrumei um trabalho pra tu.
Helena: Que? como?
Vejo naquilo uma oportunidade de sair da casa e conseguir algum contato.
Helena: Fico feliz. Trabalhar é uma coisa boa, digna. Não é isso que o senhor me ensinou?
Russo: Com certeza.—Ele me olha.
Russo: Seu trabalho é noturno. Todo o seu dinheiro será passado para mim e tudo o que precisar pode me pedir.
Helena: Hã.. e como é esse trabalho?
Russo: Bem remunerado e super valorizado por aqui. Prostituta.
Olho pra ele tomada pelo susto.
Helena: O que disse?
Russo: Vai gostar, querida.
Helena: Isso..
Russo: Começa no sábado.
Helena: Você não.. não pode..
Russo: Nos vemos no jantar.
Um dos capangas dele me puxa pelo braço e sai me arrastando.
Helena: Não, por favor. Você não pode, não pode fazer isso comigo!
Ele me joga dentro do quarto de novo e eu ainda tomada pelo choque olho pro Jediel.
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𝐇𝐄𝐋𝐄𝐍𝐀
Teen FictionQuando o amor bater à sua porta, não tenha receio de abri-la. Abra a porta e deixe o amor entrar na sua vida e deixe que ele more em seu coração, permita que ele se mostre diante das suas ações e não tenha medo de mostrar que você também sabe amar...