capítulo 37

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3 Semanas depois|

Helena

Três semanas já se passaram e a gente continua nesse lugar horrível. Aprisionados aqui.

Jediel: Olha o que eu achei, no banheiro.—Ele vem com um rádio daquele de comunicação.

Jediel: Tá sem pilha.

Helena: Ou seja?

Jediel: Eu posso concertar.

Helena: Para.— me jogo na cama.— Teria que codificar com os rádios do Gabriel para ter contato com ele.—Ele ri e me olha.

Jediel: Como sabe disso?

Helena: Ele me ensinava algumas coisas.—Ri lembrando.

Jediel: Gosta dele, né?

Respiro fundo e não respondo nada.

Jediel: Se conseguíssemos pilha, eu acho que eu podia dar um jeito.

Helena: Pilhas?

Jediel: E um celular.

Helena: Ele nunca vai me dar um celular.

Jediel: Ele não precisa dar—. Olho pra ele pensativa.

Jediel: Tenta, vai.

Pedro: Lena, olha isso. É do morro do Bié.— Fala olhando fixo pra TV.

Começo a olhar para a televisão que diz que teve uma invasão na favela.

Jediel: Caralho, entraram pela linha vermelha.

Pedro: O que é a linha vermelha?

A porta se abre e um dos capangas me chama,sem dizer nada sigo ele até a sala do Russo.

Russo: Boa tarde, minha filha amada.

Helena: Boa tarde, papai.— Finjo felicidade em vê-lo.

Russo: Sente-se.

Me sento na cadeira e então ele começa com suas ladainhas de valor ao trabalho, que temos que dar nosso suor, nosso sangue, que devemos trabalhar para ser alguém na vida.

Russo: Então arrumei um trabalho pra tu.

Helena: Que? como?

Vejo naquilo uma oportunidade de sair da casa e conseguir algum contato.

Helena: Fico feliz. Trabalhar é uma coisa boa, digna. Não é isso que o senhor me ensinou?

Russo: Com certeza.—Ele me olha.

Russo: Seu trabalho é noturno. Todo o seu dinheiro será passado para mim e tudo o que precisar pode me pedir.

Helena: Hã.. e como é esse trabalho?

Russo: Bem remunerado e super valorizado por aqui. Prostituta.

Olho pra ele tomada pelo susto.

Helena: O que disse?

Russo: Vai gostar, querida.

Helena: Isso..

Russo: Começa no sábado.

Helena: Você não.. não pode..

Russo: Nos vemos no jantar.

Um dos capangas dele me puxa pelo braço e sai me arrastando.

Helena: Não, por favor. Você não pode, não pode fazer isso comigo!

Ele me joga dentro do quarto de novo e eu ainda tomada pelo choque olho pro Jediel.

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