capítulo 45

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Helena

Chegamos em um lugar bem bonito, a água era verdinha cristalina, o local era cercado por pedras. Fiquei encantada.

Helena: Que coisa mais linda!

Guto: — sorri.— Eu vinha aqui quando eu era pequeno. É um lugar especial pra mim, assim como você.

Sorrio pra ele sem dizer nada e pulo na água.

Chagas

Entro no bar e peço uma lata de skol,sento ali no balcão mesmo e leio a mensagem da Helena.

Chagas: Ué mas como assim, porra? desde quando ela sai assim e com quem?

Sinto alguém sentando do meu lado. Soraya.

Chagas: E ai So.

Soraya: Oi.— Diz seca.

Chagas: Ih, tá com cara de bunda ainda pro meu lado por qual razão?

Soraya: Preciso dizer?

Chagas: Quer?— Ofereço a cerveja a ela.

Soraya: Quero.

Quando ela disse "quero" achei que ela ia pegar a cerveja da minha mão e tomar um gole. Mas não era a cerveja que ela queria.

Ela puxa meu rosto, a força, e ataca meus lábios com um beijo, inicia um beijo acelerado e eu rapidamente me afasto e acabo derrubando a lata de cerveja.

Chagas: Tu tá maluca, Soraya?

Soraya: Eu preciso de você, Chagas. Eu não aguento mais te perder por aquela...

Chagas: Me viro a deixo ela falando sozinha. Subo na moto e saio correndo de lá.

Helena

Depois de quase quatro horas dentro da água, saímos pra comer alguma coisa.Meu celular apita e é uma mensagem de um número desconhecido.

Abro e vejo uma imagem. Uma imagem que dói, dói mas eu sabia.. sabia que isso ia acontecer.

Uma foto de agora, do Gabriel beijando a Soraya. Meus olhos começam a marejar e eu levanto.

Helena: Você pode me levar embora?

Guto: Sim, mas por que? O que aconteceu?

Helena: Ah, nada demais eu só.. só tô passando meio mau, preciso deitar.— Minto.

Ele afirma e juntamos as coisas.Saímos de lá e eu seguro a vontade quase insuportável de chorar.

Começa a me dar do de cabeça e eu começo a passar mal de verdade. Minha tosse volta e eu começo a ficar enjoada.O Guto acelera e entra comigo em casa.

Guto: Tem certeza que não quer que eu te leve pro médico? Você tá pálida.

Helena: Não.—falo deixando as lágrimas escorrem.— Eu vou tomar banho e deitar, já já eu melhoro.

Guto: Tudo bem.

Dou um abraço forte nele, apertado sem vontade de soltar.

Helena: Obrigada por hoje.

Ele sai de casa e eu ajeito o travesseiros, pego o meu celular pra ver o horário e vejo a foto de fundo de tela, eu, o Gabriel e o Pedro na nossa última viagem juntos.Escorre uma lágrima do meu olho e eu taco o celular longe.

Helena: Burra, burra.— Falo nervosa comigo mesma.

Bufo e passo a mão nos cabelos, e sai muitos fios na minha mão.Me sento e vou até a cozinha buscar um copo de água.

Quando me viro, ouço a porta da minha sala sendo aberta com brutalidade.Olho assustada até ver o Gabriel.

Chagas: Que história é essa que tu foi pra praia? E com quem?

Bebo a água sem olhar pra ele e coloco o copo na pia.

Chagas: Que que é? vai me ignorar? Eu fico meses sem te ver e então tu sai pra ir pra praia com outra pessoa!

Vou pro quarto o ignorando.

Chagas: Qual é o teu problema?— Vira meu pulso com força.

Helena: Não toca em mim.—me solto.— Eu tô com nojo de você.

Ele me olha sem entender e eu sigo por quarto já com vontade de chorar.

Chagas: Tá legal, Helena. Vai falar qual é a porra que tá acontecendo contigo ou é só fogo no cu mesmo?

Helena: Eu? quer que eu fale? Eu não tenho nada pra te falar. Nada. Quem devia ter alguma coisa pra me falar é você. Mas já que você tem a consciência tão limpa assim, e não tem nada a me dizer, a única coisa que eu te digo é que eu quero que você suma e não apareça mais na minha frente.

Chagas: Pra que isso, Helena? Qual é o teu problema?

Pego o celular e abro a imagem que recebi.Taco o celular nele que olha a mesma e engole seco olhando,olho pra ele chorando.

Helena: Como.. como teve coragem? Eu não sou nada pra você? Ou melhor, sou apenas a namorada doente que não satisfaz mais as suas vontades...

Chagas: Eu fui fiel a você todos os dias desde quando você ficou doente.

Helena: Para!— grito com ele.— para de fazer isso. Para de mentir e me enganar! Olha aí, está aí! Vai dizer que é mentira?

Ele não diz nada, só me olha. Tiro a aliança do dedo e jogo nele.

Helena: Sai da minha frente.

Ele afirma com a cabeça e sai, apenas sai, sem dizer nada, ele só sai.Ele vira as costas e pega a aliança do chão.

Chagas: Tu amassou.—me mostra o anel.— E eu vou te provar que isso tudo foi a toa.

Helena: a toa? como é que eu vou sair na rua agora com as pessoas me olhando e me chamando de idiota, de corna, de iludida. É, eu fui iludida de achar que, nossa, que eu não ia ganhar um chifre namorando o dono dessa merda, Gabriel Chagas. Agora fala sério, eu entenderia melhor, ou pelo menos tentaria, se você tivesse comido uma vadia, prostituta qualquer. Agora a Soraya, Gabriel? A Soraya?! Tá explicado o motivo por você tanto defender ela.

Chagas: Ela me beijou. Não adianta eu te falar isso mas.. ela me beijou. Eu ofereci a cerveja pra ela e ela me puxou, eu sai na hora e dei um esporro nela. Adianta eu te falar isso? Não adianta por que tu não acredita. Tu saiu hoje a tarde, seja lá com quem mas tu saiu. Eu sofri na saudade tua por quase 6 meses, Helena. Eu nem se quer olhei pra bunda de uma mulher, tu acha que eu ia te trair com a Soraya? Logo ela? —Ele afirma com a cabeça.

Helena: Eu quero acreditar. Eu juro que eu quero. Mas não dá.

Ele se senta na cama.

Chagas: O que? o que que tu quer que eu faça...

Helena: Quero que vá..

A medida que vou falando, vou voltando a tossir, me falta o ar e começo a enjoar, vai começando me dar tontura e minhas pernas ficam fracas, minha vista vai embaçando.

Helena: Quero que vá em..

Não sinto mais minhas pernas, a ultima coisa que sinto é o Gabriel me levantando depois do grande tombo que eu levei.. e apago.

Acordo e olho pra cima, vejo uma forte luz branca e um sinto um cheiro diferente. Hospital.

Olho para os meus braços e vejo agulhas nele, e sinto uma forte dor na cabeça.Olho pro lado e vejo o Gabriel sentado na cadeira fumando.

Enfermeira: Não pode fumar aqui dentro!— Briga com ele.

Chagas: Pelo amor de Deus, eu tô tenso. Minha namorada não liga, ela já tá até acostumada, demorô?

Enfermaria: Ela tem problemas respiratórios. Por favor pare com isso.

Helena: Deixa ele.—falo coçando o olho.— Ele fica calmo assim.

O Gabriel levanta e vem até mim.

Chagas: Tu acordou.— Me dá um selinho.

Helena: Eu acredito em você—falo fraca.— e eu não quero mais ficar longe de você. Nenhum dia.

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