Capítulo em atraso, desculpas. 🌼
Dedicado: narachagas75
"Pelo poder à mim conferido, eu vos declaro marido e mulher." - O padre transferiu seu olhar para o noivo e depois para mim.
Os traços fortes do homem que segurava minha mão na sua, começou a desvanecer aos bocados. O brilho no seu olhar foi apagando conforme o nosso toque foi quebrado. A distância entre nós cresceu de modo que já não conseguia enxergar o Renato. Tudo ficara escuro de um momento para outro.
Minha respiração estava em total descontrole quando por fim consegui libertar-me de mais um pesadelo. Apalpei a iluminária na tentativa de livrar-me da escuridão que cercava o quarto. Carreguei ar suficiente nos pulmões para não desmaiar. Os maus sonhos estavam a chegar com frequência. Acordava com uma ligeira dor sobre o peito e por vezes a chorar. Estava tentando colocar um curativo sobre uma ferida dolorosa e de uma profundida imensurável, contudo está não seria tão fácil de ser curada.
O relógio da cabeceira declarava três e quarenta da madrugada. Sentindo o impacto do piso gelado em meus pés, calcei de modo errado umas pantufas perdidas em algures. Precisava de um copo de água e algum paracetamol.
Debruçado quase a dormir sobre a mesa apinhada de uma pilha de papéis estava o Gonçalo.
- Mais uma vez? - Perguntou sonolento. - Precisas de um copo de leite ou um mimo? - Ele estava começando a se habituar aos meus pesadelos.
- De um comprimido, apenas. - Apanhei na nossa farmácia improvisada alguma cápsula para amenizar a dor que se alojava em minhas têmporas após os pesadelos. - Já percebestes que passam das três e que antes das sete começarás a trabalhar?
Meu irmão passou um ficheiro carmesim para outro lado da mesa, as manchas negras abaixos dos seus olhos denotavam o quanto ele estava cansado.
- Preciso acabar com estas simulações de julgamentos, Lili. - Eram tantas as anotações que por um segundo fiquei tonta com as inúmeras letras miúdas nelas descritas.
Gonçalo estava a oferecer tudo de si para o programa de advogados. Cada dia que passava, nossos encontros ficavam mais curtos. Ele estava sempre a tratar de algo para o "senhor meretíssimo Romero". O projeto estava sugando toda sua vida.
- Posso ajudar-te? - Ofereci sentando ao seu lado.
Gonçalo sorriu em forma de agradecimento.
- De que se tratam os casos?
Seu olhar pairou para uma pasta cinzenta com as inicias do magnata que criara o programa.
- O primeiro caso é sobre um Ceo de uma multinacional de beleza que estava a falir. Ele foi acusado de está envolvido em corrupção. Presenciando sua empresa ir a falência, o meu cliente obteve dados sigilosos da sua bancada presidencial para evitar rescisões de contratos. Acreditava que seu império poderia voltar a ser reconstruído se tivesse ao seu lado seus velhos e bons amigos. Por isto usava as cartas, digo, segredos, que tinha em mãos para evitar que estes fossem embora.
- Irias defender um vigarista? - Nestes casos custava acreditar em segundas oportunidades.
- Compete a mim fazer aquilo que é correto diante dos fatos que tenho em mãos, Lili.
Já tinha ouvido isto em algum lugar.
- Não queria trabalhar para este homem, muito mesmo ser uma de suas amigas.
- É apenas um julgamento encenado.
Abanei a cabeça.
- Isto poderia ser real. - Tomei atenção numa segunda pasta com mais folhas que a primeira. - Este é o segundo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sob Juramento [PT-PT] Disponível Até 24/05 SEM REVISÃO
ChickLitA taxista Ilídia Marques tinha tudo planeado na sua vida. Estava prestes a se casar com o homem que acreditava ser o amor da sua vida, contudo ela não estava a espera que o destino mudasse o seu caminho justo no dia do seu casamento. No altar, I...