Capítulo 38 - Romero

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Três meses mais tarde

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Três meses mais tarde

- Pai, quero que saibas que decidi ficar em Salvaterra. - Melina estava pensativa e confiante. - Estarei a continuar meu curso de arquitetura aqui. A mãe não ficou de acordo com a minha escolha, entretanto sei que esta escolha é apenas minha. Estive a pesquisar alguns apartamentos nesta região, já tenho um pequeno T1 em vista. Sou feliz aqui, quero construir minha vida neste lugar.

- És bem-vinda, Melina. - Apertei sua mão ao de leve. - Tens este apartamento. Podes ficares conosco.

- Eu sei, pai. Contudo, quero mesmo recomeçar. Acho que será uma oportunidade para amadurecer, estou a precisar disto. - Fez um gesto rápido ao colocar as madeixas em tom de ouro para trás dos ombros. - A mãe voltará para o México nas próximas semanas. Ela conseguiu que reabrissem o caso do tio Renato. - Sua voz diminuiu conforme citava meu ex-melhor amigo. - Eu sei o quanto isto soa como uma injustiça para si, porém ele não poderia pagar por um crime que não cometeu, pai. Ele não foi o assassino da tia Estela. - Seus olhos estavam tomados de lágrimas rasas. - Sabes o quanto eu a amava e admirava-lhe, pai. Lembraste que foi a Tia Estela que apresentou-me o violoncelo?

- Como poderia esquecer? Ela amava-te, Melina.

- Serei eternamente grata por ela ter apresentado-me a paixão da minha vida. Tia Estela está em cada nota tocada em meu violoncelo, em cada conserto, em cada aplauso nos finais das apresentações. Acho que ela gostaria de ser lembrada assim, com felicidade. - Ela soluçava baixo, não querendo chamar a atenção das outras pessoas que estavam em nossa sala de jantar. Contudo, estávamos os dois a chorar. - Ela amava-te mais que o próprio violoncelo, tenhas a certeza disto. - Sorriu a tentar desanuviar as recordações que suas palavras trouxeram.

- Cheguei em mau momento? - Paco segurava duas taças com vinho.

Melina negou em silêncio e deixou-nos a sós.

- Carajo! - Bateu a taça contra a minha. - Quem diria que depois dos quarentas teus espermatozóides ainda estariam vivos. É um verdadeiro milagre! - Hostilizou com sacarmos. - Hombre, parabéns. Espero bem que seja outra menina para perderes todos estes invejáveis fios de cabelo. - Paco abraçou-me, cedendo tapas fortes em meu ombro. - Tens uma família lindíssima, Cassiano. Tu mereces cada porção destas vitórias. Sinto-me privilegiado por ter um sócio, amigo e mentor como tu. - Estava quase a se emocionar, mas Paco não permitiria tal coisa. - Conta-me lá, qual foi o método que usastes para conseguir tal proeza. Não conto a ninguém, juro-te a ti.

- Cala-te, Joder!

Meu associado tomou distância quando percebeu que agora minha atenção estava unicamente na morena sorridente que caminhava em minha direção, o vestido amarelo contemplava todos os seus contornos engrandecendo o relevo do seu ventre de três meses. Ilídia estava cada dia mais linda, esvoaçava numa alegria plena jamais vista em seus olhos negros. Cada nova amanhã apaixonava-me por seus sorrisos, sua força e coragem.

Sob Juramento [PT-PT]  Disponível Até 24/05 SEM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora