— Com licença. — Carvalho solicitou interrompendo Paco que estava a falar sobre o julgamento do Alcaide de Valência que extorquira como pudera milhões de euros que deveria ter sido utilizado em projetos escolares, saúde pública e obras que melhorariam o tráfego de uma das cidades mais populosas da Espanha. A primeira audiência do ex-governador decorreria no ínicio da semana. — Preciso mesmo atender esta chamada.
Fiz um gesto de mão o dispensando. Em menos de dois segundo ele estava de volta com uma expressão que denotava preocupação.
— Senhor Romero, peço desculpas. Não poderia acompanhá-lo até o tribunal esta tarde. — O jovem advogado digitava furtivamente ao mesmo tempo que proferia suas desculpas.
— Passou-se algo, Carvalho?
— É a Ilídia. — Sua afeição tornou-se nublada ao citar o nome da irmã.
Entreolhámos em um silêncio pesado.
— Ela sofreu um acidente.
— Sua irmã?
— Eu preciso ir ter com ela. — Carvalho rejeitou a pergunta feita pelo Paco. Ele não gostava muito do meu sócio.
Em menos tempo que o esperado levantei-me chamando a atenção do meu melhor amigo e do irmão da mulher que estava a desconexar todos os meus pensamentos nos últimos meses.
— Irei contigo.
— Não é necessário...
— Em que hospital a Ilídia está?
Carvalho cerrou o maxilar ao encarar-me por alguns segundos, vendo que não desistiria anunciou de forma nada educada o hospital onde ela estava.
— O que estás tu a fazer, Cassiano? — Paco perguntou curioso no momento que estávamos a sós.
— Não preciso da tua opinião, Paco.
— Deveria escutar-me. — Colocou uma mão em meu ombro o apertando com força. — Acho que o fascínio por vingança deixou-te cego. Talvez ela não mereça uma porcentagem desta raiva, hombre.
Não era mais uma questão de vingança.
— Espero bem que ela esteja bem. — Paco voltou a falar quando não lhe dei atenção. — Diz-me algo mais logo.
⏳
Fui informado na recepção que Ilídia estava passando por um processo de triagem. Enquanto tentava processar os motivos que levaram-me até aquele lugar, fui ligeiramente abarroado por uma voz irritada que soprava aos quatro ventos seu preconceito disfarçado de opinião.
— Foi imprudente da sua parte tocar no garoto. Poderias ter colocado a vida dele em risco.
"Era como estivesse contaminada por um veneno tóxico. Se elas não corressem, morreriam em segundos ao pé de mim." — A lembrança da Ilídia desnundando sua alma veio-me a memória.
— Não tens o direito de falar desta forma com uma paciente. Tenho a certeza que o diretor deste hospital não gostaria de saber que uma de suas enfemeiras está a deixar o lado pessoal passar por cima da ética profissional. Se continuares a tratá-la desta maneira, tomarei medidas cabíveis. — O tom autoritário do Carvalho ressonou por toda a pequena saleta, dei um passo para trás quando apercebi-me que a enfermeira estava a saí do lugar com uma caranca antipática.
— Senhorita? — Chamei-lhe ao passo que ela caminhava pelo corredor movimentado. — A minha esposa sofreu um acidente. Ela está aqui. Poderias, por gentileza informar-me seu quarto?
— Claro. — Um sorriso nada satisfatório surgiu em seu rosto frazino.
— O nome dela é Ilídia Marques.
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Sob Juramento [PT-PT] Disponível Até 24/05 SEM REVISÃO
ChickLitA taxista Ilídia Marques tinha tudo planeado na sua vida. Estava prestes a se casar com o homem que acreditava ser o amor da sua vida, contudo ela não estava a espera que o destino mudasse o seu caminho justo no dia do seu casamento. No altar, I...