Capítulo 21

2.7K 332 29
                                    

- Podemos partilhar um banho a dois e deixar o prazer que a jacuzzi poderá oferecer-nos para outra altura?

Ao longo dos anos travava uma luta contra o meu íntimo. Todas às vezes que tinha relação sexual a necessidade de tomar um longo duche após o ato invadia-me. Anos de autoaceitação e estudos sobre a minha sorologia me ensinaram que seria muito mais difícil meu companheiro ser infectado pelo HIV do que com alguém que desconhecia sua sorologia. Tinha a ciência que o uso correto dos comprimidos do meu tratamento eram demasiado importante para manter a contagem do HIV zerada em meu sangue, não apresentando risco de transmissão do vírus para quem estivesse comigo. Entretanto, uma pequena parte de mim revogava para que quebrasse aquele bom momento e corresse para debaixo de uma torrente de água. Não para purificar-me, mas para aquele que estivesse comigo.

- Está tudo bem, Ilídia? - O sobrolho do Romero estava franzido em inquietação.

Mergulhei em um passado não tão longe. Fui inundada pelos parágrafos envenenados de mentiras ao meu respeito. Em um deles Oton tinha narrado: "Ter relações com Ilídia Marques seria um erro brutal. Ela apenas serviria para proporcionar doenças sexualmente transmissíveis, um passe para o inferno. Não serve nem mesmo para fazer um broche.* Sugiro aquele que se porventura estiveram em uma aventura com a deusa da Odontologia, se faz o favor façam análises precisas e consequentemente expurguem com longos banhos qualquer resquícios que ela possa ter deixado em seu corpo, mesmo que isto não livre-te da doença, infelizmente."

O texto continha erros demais para alguém tão estudado como Oton, contudo cria que ele não tinha amaciado nas palavras com o próposito de humilhar-me. E ele conseguiu isto por anos. Até hoje a maldade contida naquela matéria perseguia-me como a sombra da morte. Palavras tem o poder de sentenciar alguém tanto para a morte como para a vida

- Ilídia? - Meus cachos pesados foram postos de lado, delicadamente Romero passou o polegar pelo alto da maça do meu rosto.

Respirei fundo memorizando a mescla de tons claros na irís do homem que estava a olhar-me.

Não é o Oton, Ilídia. Não penses nisso, não hoje.

- Podemos partilhar um banho?

- O que quiseres.

Romero colocou-se em pé demonstrando sua estrutura  gloriosa e imaculadamente nua. Por um segundo desvaneci-me a apreciar aquele plenitude em forma de homem.

- Sua bunda é maior que a minha! - Pensei alto.

Erro meu!

- O que dissestes? - Romero estava a sorrir como um perfeito diabo que sabia o poder que possuía.

- É...bem... Tens uma - Fiz um gesto com as mãos que piorou o fogo que subia-me pelo pescoço. - És de todo avantajado.

Seu sorriso tornou-se maior na medida que apanhava-me em seus braços. Sua boca cedeu contra a minha enquanto tentávamos encontrar a casa de banho.

Água quente correu por nossos corpos acalorados. Minhas mãos foram levadas ao ar, meus pulsos presos por sua mão esquerda. Arfei ao sentir meus seios serem moldados por seus lábios. Meu corpo por inteiro reivindicavam o toque dele. Ansiava novamente por tê-lo dentro de mim. Dedos escorregaram por meu ventre, indo em encontro ao lugar que pulsava por si. Intercaladamente e com lentidão uma, duas, três vezes fui preenchida por dedos habilidosos que tornaram os meus gemidos mais altos. Mordi com um pouco de força seu ombro o impulsionando a acelerar o movimento entre minhas pernas.

- Vou gozar pela segunda vez? - Gritei entredentes. Isto não acontecia com frequência. Nunca, na verdade.

A resposta veio no aumento da velocidade em seus dedos. Queria gritar-lhe, estapeá-lo e beijá-lo por me conceder o auge do prazer.

Sob Juramento [PT-PT]  Disponível Até 24/05 SEM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora