Capítulo 4

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Uma semana havia se passado desde o início do julgamento do Renato. Uma semana que não tinha nenhuma notícia ao seu respeito. Uma semana que um misto de choque, decepção e dor subjugava meu coração. Uma semana que tentava encontrar coragem para saber o veredito. Uma semana sem dormir...

- Olá! - Entornei mais um pouco de sumo de pêra no segundo que Teo contornou o sofá sorrindo. Ela vestia apenas uma camisola longa num suave azul celeste, calçava umas pantufas do Darth Vader que clamava para encontrar o contentor de lixo mais próximo. Seus cabelos estavam num emaranhado confuso, senti a dor em meu próprio couro cabeludo ao pensar no momento que ela estivesse a domá-lo. - Não acordamos-te, pois não?

- Não! - Tomando um gole do líquido sem sabor, voltei a atenção para o programa culinário.

Teodora era uma amizade colorida do Gonçalo. Antes brincava dizendo que esta amizade mudaria para algo mais sério, contudo ao passar dos anos aperecebi-me que nenhum dos dois estava interressado em um "relacionamento" mais concreto. Ambos estavam bem com aquele tipo de "trato". Eles funcionavam na perfeição.

- Sabes que podes conversar comigo. Sim? - Teo deu a volta no sofá roubando um biscoito caseiro de cacau. - Não precisas viver este momento sozinha, Ilídia. Há pessoas preocupadas contigo e dispostas a partilhar esta - Sua respiração acelerou ao ditar a próxima palavra. - dor contigo. Estou sempre por aqui. Sabes disso.

Piscou-me um olho e voltou para o quarto do Gonçalo.

Não achava que muita gente gostaria de tomar um pouco da dor que estava a sentir. Ela era demasiadamente afiada e dolorosa.

Eu não sabia como controlar aquele sentimento desvastador que estava a desbravar meu íntimo de uma maneira assustadora.

Não tinha a menor ideia de como venceria mais este obstáculo da vida.

Minha Abuela costuma dizer que as pessoas que passam por mais adversidades na vida são afortunados, de certa forma são sortudos. Afirma que quando a rota de suas vidas foram planeadas alguns empecilhos foram postos nelas para que descobríssem as forças escondidas no recôndito da sua alma. Que as lutas tornava-nos fortes para enfrentar qualquer temporal. "As batalhas moldam-nos, Ilídia."

Já agora, não tinha a certeza do quanto de força ainda restava-me para concluir minha caminhada.

Um vento traiçoeiro perpassava pelos carros enfileirados em uma das zonas mais movimentadas daquela região. A meteorologia prometia uma semana de forte corrente de ar, bem como chuva ao entardecer. Previa então que a semana não decorreria nada bem no trânsito.

Sob Juramento [PT-PT]  Disponível Até 24/05 SEM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora