Capítulo 20 Romero - Ilídia

2.7K 375 41
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Romero

- Lili, posso entrar? - A batida suave compactuada com a pergunta feita pelo Carvalho interrompeu o processo de questionamentos que surgiram depois da Ilídia trazer ao de cima o Renato. - Eu pensei que gostaria de partilhar o creme de cenoura...

- Boa noite, Carvalho. - O olhar surpreso no rosto do irmão da mulher que embalava em meus braços não passou despercebido.

- Não sabia que estavas aqui... - Ele deu um passo para trás segurando uma chávena azul com algo quente em mãos.

- Zenon alertou-me que a Ilídia estava mal disposta durante a tarde. Telefonei-lhe ao seu médico que posteriomente aconselhou o uso de uma medicação complementar devido a febre alta.

- Baixa imunidade. - Neste momento a olhava com preocupação. - Devido aos acontecimentos dos últimos dias, provavelmente estará com as defesas baixas. A chance do surgimento de doenças oportunistas aumentam nesse período de fraqueza do organismo. - De imediato, ficou em silêncio. - Não sei por qual razão estou a dizer-te isto. Não fará diferença para ti.

- Talvez esteja na hora de perceber que preocupo-me com a Ilídia.

- Não tenho a certeza disso, Romero. - O jovem sênior transferiu novamente o campo de visão para a irmã. - Ela não precisa de um defensor, muito menos de um salvador pois aprendeu a salvaguardar o que tem de mais precioso que é seu coração. Contudo isto não impedirá de arruinar seu rosto perfeito caso a magoes. Compreendestes?

- Sim, senhor. - Afirmei em sinal de continência.

- Perfeito!

- Tenho consciência disto também. - Sarcasmos tomou meu tom de voz.

- Isto não combina em nada com a reputação imaculada de diabo que possuis. - Apontou para meu braço onde Ilídia aninhou a cabeça, tranquilamente.

- Não acredites em tudo que escutas por aí, Carvalho.

- Isto vem do juíz Romero ou do civil Cassiano?

Um suspiro de reclamação veio da mulher adormecida ao meu lado.

- De ambos.

Passos voltaram a incidir sobre o piso de madeira.

- Ela merece ser feliz. - Carvalho anunciou da porta.

Sim, ela merece.

- Carvalho?

- Sim.

- Fostes muito bem na defesa da Custódia hoje. Estavas numa posição sem privilégios, mas conseguistes ultrapassar. Venceste um caso que tinha tudo para resultar em fracasso. - Elogios não faziam parte da minha rotina, este momento era uma excepção. Todavia, o mérito do advogado Carvalho deveria ser reconhecido. - No dia que encontrei-te no tribunal pensei que serias uma negação, um defensor em ruínas. Contudo, surpreendeste-me. Se continuares a trabalhar assim, poderá ocupar a cadeira de juíz.

Sob Juramento [PT-PT]  Disponível Até 24/05 SEM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora