Capítulo 13

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Perpétua. O que você tem a dizer sobre isso, o repórter pergunta. Camila detestava lidar com os flashes e com o assédio do público. Queriam uma resposta. Camila estava feliz? Não seria errado dizer que estava feliz, mas uma melancolia ainda orbitava seu ser.

— Eu tenho certeza que o júri tomou a decisão correta. Contudo, uma vida é pouco para pagar pelas atrocidades julgadas. – Camila respondeu desviando seu olhar sensível da luz intensa que a grande câmera lançava em seu rosto. Continuou sua caminhada em direção ao seu carro. Não havia mais nada que pudesse ser dito. Mais uma vitória.

Camila entrou em seu carro e ligou a rádio. Precisava relaxar. Foram quatro meses envolvida no caso atual e seu próximo caso já estava a sua espera, nunca parava de trabalhar. Mesmo durante suas férias prestava consultoria a colegas de trabalho menos talentosos. Só havia uma coisa que ela amava mais que seu trabalho. Amava Sofia acima de qualquer coisa, mas esse fato é óbvio. Agora Camila dirigiria até sua casa, para os braços da garota que amava.

— Kaki! – Sofia gritou ao ver a irmã cruzar a porta. – Eu vi você na televisão. – continuou – Você estava tão bonita.

— Não estou mais? – Camila disse enquanto deixava sua bolsa no sofá.

— Você está. A Laura ligou. – Sofia disse.

— Como? O que a Laura queria? – Camila estranhou a fala da irmã.

— Ela estava procurando por você, mas disse que você estava trabalhando. Ela disse que vai passar aqui mais tarde. – Sofia disse empolgada. – Laura é uma namorada melhor que Coleman, não é?

— Laura não é minha namorada. – Camila disse cansada, se sentando em seu sofá. – Laura é uma amiga muito insiste.

— Laura quer namorar com você?

— Definitivamente não. Ela só gosta de mim por causa de minha profissão.

— Igual aquele estagiário que vazou informações secretas?

— Não, Laura não faria isso. Você é jovem para entender, mas ela e eu não somos namoradas. Não diga mais isso, ok?

— Ok. Já que a Laura vem, nós podemos pedir pizza?

— Sofia, você comeu pizza há tão pouco tempo, não quero acabar com sua alimentação. Eu ao menos chamei a para vir até aqui. Vou ligar para ela e pedir que não venha.

— Mas Laura é tão legal.

— Eu sei, mas eu estou cansada. Não quero receber visitas hoje. Entende? Preciso descansar.

— Mas você pode descansar com Laura aqui. – Sofia disse.

— Eu posso fazer uma pergunta?

— Claro, Kaki.

— O que você acharia de uma irmãzinha? – Camila perguntou.

— O que? Coleman colocou um bebê em você? O bebê também pode ser de Laura. Eu gostaria de uma irmãzinha.

— Sofia, eu e Coleman rompemos o noivado há mais de dois anos. E não, não estou grávida de Laura. Em primeiro lugar, não temos nada. Em segundo lugar, uma mulher não pode engravidar outra mulher em condições comuns. A ciência está avançando nisso, mas por enquanto é impossível eu estar grávida de uma garota. Eu estou falando de outra criança aqui, morando conosco. Ela não seria ao certo sua irmã, você seria tia dela, mesmo sendo mais nova.

— O que eu acho de outra criança aqui? – a garota se concentrou em seus pensamentos por um instante.

— Sim. – Camila ficou apreensiva pela resposta da irmã. Não tomaria nenhuma decisão que não deixasse Sofia confortável.

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