Capítulo 18

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Camila havia limpado sua geladeira e tirado dali qualquer resquício de comida que não poderia ser ingerida enquanto Lauren tirava as compras das caixas e as dispunha na mesa da cozinha. Então Camila passou a guardar os mantimentos em seus respectivos lugares.

— Eu não vi você pegar vinho. – Lauren disse enquanto bebia um pouco de água.

— Eu costumo fazer estoque de vinho. A garrafa de meu vinho que consumo é um pouco cara e quando compro com meu fornecedor, compro vinte garrafas e consigo pagar um preço um pouco menos amargo por unidade.

— Eu nunca perguntei qual sua marca de vinho favorita.

— É uma escolha difícil. – Camila se virou para encarar a outra – Mas de todos os vinhos sofisticados que já provei, acho que ficaria com o Petrus.

— Produzido com a uva Merlot, um clássico francês. É uma ótima escolha, é sem dúvidas um dos melhores vinhos do mundo. Imponente e elegante. Você sabe que esse vinho foi servido no casamento e na coroação da rainha Elizabeth II?

— Sim, em minha primeira viagem a França foi um dos fatos que mais me chamou a atenção sobre ele. – Camila respondeu. – Sua família produz vinho, não é mesmo?

— Sim, meu bisavô ganhou uma bolada em apostas de cavalo e comprou uma vinícola. Esse se tornou o negócio da família, hoje estamos dominando aos poucos o mercado. Talvez você já tenha degustado algum vinho produzido por nós. A Jauregui Cooperativa comprou muitas marcas nos últimos vinte anos. – Lauren respondeu com modéstia, se orgulhava muito dos negócios de sua família.

— Qual é o vinho mais vendido por vocês?

— Old Vine Zinfadel, é um dos mais requisitados em restaurantes. Vendemos a garrafa por um pouco mais de cem dólares e os restaurantes obviamente aumentam o preço de maneira absurda. Já me venderam o vinho da minha família por mais de trezentos dólares.

— Como o capitalismo é doce e gentil. – Camila riu.

— Há alguns anos, meu pai conseguiu comprar doze garrafas da safra de 1964 do vinho Petrus por apenas quarenta e duas mil libras. Ainda há oito garrafas em nossa casa, são os grandes amores da vida de meu pai.

— Depois me passe o contato de seu pai. – Camila pediu.

— Você pensa em negociar por uma garrafa? Acho impossível que ele venda a alguém. Ele as guarda para ocasiões muito especiais.

— Tentar comprar o vinho está fora de cogitação. Queria me tornar especial para poder degustar uma taça ao menos. – Camila zombou.

— Justo. – concordou.

As duas terminaram de guardar os mantimentos e Camila tirou seu sobretudo para começar a lavar as louças.

— Hoje é um péssimo dia para lavar as louças acumuladas. – Camila reclamou antes de abrir a torneira e sentir a temperatura da água.

— Você deveria ter investido em água quente para as torneiras, é muito útil em dias como esse.

— Investi para os banheiros, não pensei que falar louça com água gelada seria um problema. – Camila respondeu enquanto seu sorriso nascia em sua expressão de derrota.

— Você quer que eu lave?

— De forma alguma, você pode facilmente me processar por isso.

— Eu adoro lavar louças, faço bem rápido. – Lauren disse se colocando ao lado de Camila.

— Não irei reclamar, você pode fazer. Mas saiba que isso pode e será usado contra você no tribunal, caso se arrependa e entre com uma ação trabalhista – Camila brincou – Passarei o aspirador de pó na casa enquanto isso. – disse antes de deixar Laura ali.

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