65. Timidez

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Olá, pessoinhas!

Ansiosos para saber o que dona Lolo vai aprontar?

Boa leitura!

~~~

— Como assim? — Nathaniel me encarou, sem entender do que eu estava falando.

— Olha. — Movi levemente meu rosto para minha direita. — Está vendo a moça de chapéu com as crianças?

— Sim... — Ele olhava para lá. — Espera... Está me dizendo que ela é...

— Eu, sim. Pelo menos de longe somos bem parecidas.

O psicólogo a observou por uns segundos, mas logo voltou a me encarar.

— Heloise... espero que você não esteja pensando no que eu acho que está.

Abri um sorriso, percebendo como ele me conhecia bem. Ou talvez eu já fosse muito previsível.

— É claro que eu estou pensando nisso! Ela é minha versão do passado, eu quero saber como ela é, o que faz, como é sua vida e...

— Espera, isso não é perigoso de alguma forma? — Ele pareceu preocupado.

— Eu não sei. Acho que não. Só tem um jeito de descobrir. — Me levantei.

— Você não pode ir até ela e dizer que é sua versão do futuro!

— Eu não sou louca, Nathaniel! Eu sei o que eu não posso fazer. — Dei risada.

— Heloise...

Saí andando antes que ele me segurasse. Me aproximei do pequeno grupo sem que a moça notasse.

— Com licença. — Levei as mãos para trás, cruzando os dedos e abri um sorriso simpático. — Olá.

Ela me olhou, ficando com as bochechas coradas, como se temesse que eu fosse dizer algo sobre suas olhadas indiscretas.

— Olá...

Fiquei sem saber o que dizer por um segundo, porém, mais uma vez notei seu leque balançando.

— Onde a senhorita comprou esse leque? Ele é muito bonito.

Louise o olhou rapidamente, parando de mexê-lo. — Eu... ganhei de uma tia que mora na Itália, não sei dizer onde ela o comprou, sinto muito.

— Ah... que pena. Eu preciso muito comprar um, mas até agora não achei um modelo que me agradasse.

— Hm... — Hesitou, como se pensasse em algo e me estendeu o objeto. — Pegue.

— O quê?

— Pegue o leque, eu tenho outros em casa. Já que gostou tanto dele, pode ficar. — Deu um sorriso bondoso. Fiquei sem reação e o peguei timidamente.

— Nossa... Muito obrigada... Eu nem sei o que dizer...

— Tudo bem, eu... vi que você estava se abandando com a mão.

— Mas e você? Vai passar calor?

— Não, o chapéu me protege um pouco e logo voltaremos para casa, não precisa se preocupar.

Analisei seu rosto que, agora de perto, dava para ver alguns traços diferentes dos meus. Seus olhos eram mais arredondados, os lábios mais cheios e as bochechas mais fofinhas, sem falar que ela era um pouco mais baixa e aparentemente, um pouco mais magra.

Ela era fofa de um jeito que eu não era, e eu senti uma vontade imensa de apertar suas bochechas em um ataque de fofura.

— Ah... — Me forcei a pensar em algo para continuar a conversa. — Você mora longe daqui?

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora