72. Anúncio e Considerações

693 106 44
                                    

Oi, pessoinhas!

Hoje teremos alguns momentos bons e outros nem tanto. Preparem um pouquinho de lágrimas.

Boa leitura!

~~~

Adeline foi me contando os acontecimentos do jantar aos picados, conforme tínhamos um tempinho entre um cliente e outro. Ela só conseguiu contar tudo de uma forma mais detalhada no almoço.

Contou que à princípio, Jean estava muito tímido e falou pouco. Começou a conversar um pouco mais depois de uma taça de vinho branco que ela mesma oferecera e bebera também. Ela disse que ficou impressionada com a torta de amoras que ele tinha feito e que conseguiu comer três pedaços, enquanto era observada por Jean, muito feliz por ter acertado no doce. Após o jantar, enquanto os "adultos" conversavam, Jean se ofereceu para arrumar a bagunça da mesa e Adeline o ajudou. Explicou que ele juntou todos os pratos, talhares e taças e foi lavá-los, enquanto conversavam e riam de diversos assuntos.

Eu nem estava feliz por ver os olhos daquela garota brilhando enquanto falava animadamente de cada coisa que ele fez ou falou.

— E, bom... no final, os acompanhamos até a porta e ele beijou minha mão... — contou Adeline, segurando a própria mão em cima da mesa, com um ar sonhador.

Sorri, toda contente por ouvir a história. — Que bom, Adeline... Eu sabia que esse jantar seria ótimo para vocês dois.

Adeline mordeu o lábio inferior, ficando pensativa de repente. — Heloise... Eu... Tenho medo de acabar sendo decepcionada novamente... Tem certeza de que ele... é um homem bom? O senhor Fabre também era falante, divertido e atencioso...

— Eu sei que ele é um bom homem — falei firme, segurando suas mãos no tampo de madeira. — E também sei que ele se esforçou para fazer a melhor torta de amoras de sua vida para impressioná-la. Eu te dou minha palavra de que ele não irá te decepcionar, muito pelo contrário.

Ela acenou afirmativamente, de forma leve. Deu um sorrisinho. — Minha mãe gostou dele.

— Isso sim que é uma coisa boa! — brinquei, rindo. — O que ela disse?

— Que ele cozinha bem e que é muito educado...

— Ai, que maravilha! Está vendo? Uma mãe tem um pressentimento muito forte. Ela sabe quando algo vai dar certo e quando não vai.

— É, acho que você tem razão. — Deu uma risadinha.

Meu coração estava até mais leve depois de ouvir aquilo, então trabalhei com muito ânimo e disposição, mais do que o normal, até. Pelo menos Viviane pareceu gostar. Assim que cheguei na pensão, vi Denise na recepção, falando no telefone. Acenei e ela sorriu, e encostei no balcão para esperar ela terminar o que estava fazendo. Na mesa, havia um calendário de papel, que resolvi pegar para olhar. Já era dia treze de maio. Era minha última semana ali.

Com certeza eu não posso ir embora sem me despedir de todos. Será que seria uma boa ideia fazer uma festa de despedida? Onde eu faria?

Denise se despediu e deixou o telefone no canto e se levantou, dando a volta no balcão para me abraçar. Eu não tinha percebido, mas estava morrendo de saudade daquela garota, então a abracei com força até que ela resmungou.

— Calma, não tente me matar sufocada! — Ela deu risada enquanto nos soltávamos.

— Desculpe, estava matando a saudade. Como vão as coisas?

— Muito bem, eu acho. Minha mãe está planejando um almoço para anunciar os casamentos para a família... E você tem que ir.

— Hm... E já tem data?

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora