37. Vendedora

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Olá, pessoas!

Será que Heloise conseguirá se aproximar de Adeline? É o que veremos hoje!

Boa leitura!

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Cheguei na pensão e passei direto pela recepção, já que Oliver estava atendendo um casal. Fui para meu quarto e cacei minha bolsinha de dinheiro, voltando enquanto contava a quantia que eu tinha. Desci as escadas correndo, esquecendo do detalhe de que a barra do vestido arrastava no chão. No penúltimo degrau, acabei pisando no tecido, e em um gesto automático, larguei a bolsa para me segurar em algum lugar que me impedisse de cair.

A bolsinha aberta se espatifou no chão, espalhando boa parte do dinheiro, mas pelo menos eu não tinha tido o mesmo fim. Com o coração acelerado, terminei de descer e agachei, recolhendo tudo.

— Senhorita Dumas? — Ouvi meu nome e ergui o olhar, encontrando Armand parando ali. — O que aconteceu?

— Nada, eu só fui desastrada, como sempre.

Ele se abaixou e começou a me ajudar a recolher. — A senhorita está bem?

— Sim, estou. Eu ia cair de cara no chão, mas me segurei. — Dei risada, guardando conforme pegava e ele me entregava.

— Ah, sim, ainda bem. Todos temos dias desastrados — comentou, divertido.

— Para mim, são todos os dias assim. — Terminamos e nos erguemos. — Agradeço a ajuda.

— Por nada. Quando precisar, é só chamar.

Sorri, afirmando e sai andando de novo. Voltei à loja, procurando Adeline entre as pessoas. Parei quando a encontrei e gelei. Ela estava com sua mãe.

Oh, merda... Será que ela vai me reconhecer? Se ela comentar sobre mim para Adeline pode dar ruim... E agora, o que eu faço?

Adeline olhou em minha direção e acenou, e não tive outra alternativa senão ir até ela.

— Conseguiu? — Ela questionou com um sorriso.

— Sim, está aqui. — Mostrei a bolsinha.

— Vou pegar suas roupas, só um momento. — Saiu andando.

Dei uma olhada para a mãe da vendedora simpática e dei um sorrisinho amarelo. Ela devolveu o sorriso, sem dizer nada, e alguém a chamou, a fazendo se afastar.

Pelo jeito ela não me reconheceu... Ainda bem.

Observei o movimento da loja. Os Legrand deviam ser bem conhecidos. Provavelmente aquela era a maior loja de roupas da região, então todas as mulheres deviam vir para fazer suas compras. Não que não tivesse roupas masculinas, tinham, mas não haviam muitos homens andando para lá e para cá. Provavelmente era por ser horário comercial... Grande parte devia estar trabalhando.

Vi dois rapazes próximos de uma arara de casacos, conversando perto, como se discutissem e não quisessem chamar atenção. Um deles parecia envergonhado, pois suas bochechas estavam coradas, já o outro aparentava incentivá-lo a fazer algo.

O que será que está rolando ali?

Fui em direção a eles, fingindo procurar uma roupa para mim e dei uma olhada nos casacos perto deles.

— E-eu não vou pedir. Pede você! — O envergonhado sussurrou.

— Mas ela pediu para você comprar, caramba! — O mais velho falou, contrariado.

Segurei o riso e os olhei. — Será que eu posso ajudar os senhores?

Eles travaram ao me encarar. O mais velho deu uma cotovelada no outro.

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora