86. Sentimentos Antigos

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Oi, pessoinhas!

Preparados para enfrentar uma Priya médium?

Boa leitura!

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Minutos depois do porteiro ter avisado a chegada da Priya, a campainha tocou. Corri para atender e assim que abri a porta, a garota morena tirou os olhos do celular e sorriu para mim.

— Olá, muito prazer. — E estendeu a mão em minha direção. A peguei em um cumprimento rápido.

— Oi, Priya, sou Heloise. Entra. — Dei espaço para ela. — Natanael e Maria estão na cozinha, só seguir reto.

Ela seguiu e eu tranquei a porta, chegando na cozinha e vendo Maria abraçar Priya com muita animação.

— Pri, olha, você precisa comer bolo! Está muito bom!

— Ah, seu francês está muito melhor agora, né? — Priya acariciou os cabelos da mais nova com ternura. — Que bom.

— Fica à vontade, Priya, pode se sentar, comer. — Indiquei a cadeira desocupada.

Sem cerimônias, a garota se sentou enquanto eu pegava um prato e um copo para ela. A servi o bolo e Natanael, chá. Maria pediu licença e voltou para a sala, para continuar brincando com os gatos.

— Então... A quantos séculos vocês se conhecem? — Priya perguntou antes de comer um pedaço do bolo, nos olhando.

Se eu estivesse comendo, provavelmente engasgaria. — C-como assim? — Será que ela já...

— Não seja boba. — Natanael sorriu. — Vai acabar assustando ela, se já começar assim.

Priya riu. — É engraçado, poxa. Tudo bem, desculpe. Não precisa fazer essa cara.

Sorri, sem graça. — Poucas semanas — respondi, puxando a cadeira que eu estava usando antes para o lado vazio da mesa, de modo que pudesse olhar tanto para ela quanto para Natanael.

— Engraçado... — comentou ela, me observando por alguns segundos, e fazendo o mesmo com Natanael.

— O que é engraçado? — Ele indagou, pegando um brioche e o rasgando com os dedos. Eu já estava com aquela certa parte do corpo travada, com medo de que ela descobrisse tudo em um piscar de olhos.

— Nada. O bolo está muito bom, parabéns. — Comeu mais um pedaço e bebericou o chá, limpando a garganta. — Então... Teve algum motivo especifico que te fez me chamar até aqui? — Encarou o amigo.

— Você disse que precisava me ver, e eu achei que vocês teriam bastante assunto em comum para discutir. Aliás, por que você queria me ver?

— Não sei exatamente... Eu senti que precisava saber se você estava bem. Sabe, igual aquela vez que você torceu o tornozelo na escola. Não foi tão forte quanto aquele dia, mas foi algo parecido.

— Vocês estudaram juntos? — questionei, interessada em saber mais sobre eles.

— Sim, só dois anos, mas foi o suficiente para que criássemos uma amizade forte — explicou Priya, com um sorriso nostálgico. — Enfim... por que teríamos bastante assunto em comum para discutir?

— Ela também gosta de assuntos de vidas passadas, reencarnações, essas coisas. — Natanael disse por mim, terminando de comer.

— É, eu senti isso em você. — Ela sorriu para mim. — E também senti que você tem um sentimento muito grande e bem antigo... Você sofreu recentemente, não é? — Senti as bochechas esquentando e afirmei levemente.

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora