4. Refeição

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Olááá! Como vão, senhoras e senhores? De boa na lagoa?

Mais um capítulo da viagem no tempo da querida e boca aberta Heloise!

Boa leitura!

~~~

— Minha família mora no Sul, não tenho muito contato com eles.

— Por quê?

— Não sei. O tempo foi passando, as cartas diminuindo... Hoje em dia mal nos comunicamos.

— Veio para cá para trabalhar?

— Primeiramente, estudar, depois trabalhar.

— E mora sozinho?

— Sim. Tenho apenas uma governanta para me ajudar em casa.

— Entendi...

— Por falar em casa, a senhorita tem um lugar para dormir?

— Não. Eu só ficaria por aqui em último caso, e mesmo assim não achei que fosse necessário procurar por um hotel ou algo do tipo.

— Por que não?

— Porque achei que poderia resolver tudo em um dia, ou no máximo em alguns.

— Tenho um amigo que é dono de uma pensão, caso queira. Posso conseguir algum desconto, se não tiver muito dinheiro.

— Pode ser. Pelo jeito vou ter que ficar aqui e esperar Adeline voltar. Não compensaria voltar para minha casa e depois vir para cá de novo.

— É realmente tão longe assim?

— Muito longe... — Peguei a taça em um movimento automático, mas lembrei que o vinho tinha acabado.

De longe, vi Castiel atendendo outra mesa, e quando ele se virou, olhou em minha direção, e aproveitei para indicar a taça, tentando fazer uma carinha fofa. Se ele fosse do mesmo jeito que o Castiel que eu conhecia, provavelmente faria uma cara emburrada e me ignoraria. Entretanto, aquele Castiel acenou uma vez com a cabeça e entrou, logo voltando com a mesma garrafa que tinha nos servido.

— Seu vinho, madame — disse com um leve tom irônico, começando a encher a taça.

Eu sorri, percebendo as semelhanças. — Agradeço. — Ele fez menção para encher a taça de Nathaniel, mas ele deu um aceno negativo. Fez menção de sair, mas peguei a garrafa de sua mão. — Pode deixar aqui.

Castiel franziu o cenho levemente, mas riu. — Como quiser. — E saiu de novo.

Tomei um bom gole do vinho e encarei meu companheiro de mesa, que parecia um tanto surpreso pela minha ação. — Eu pago pela garrafa, tenho dinheiro para isso. Eu acho.

Ele sorriu. — Não se preocupe. — Então também encheu sua taça e deu um gole. — Afinal eu que te chamei para comer.

Também sorri. — Bom para quem é rico, não é mesmo?

Com uma risada, deu mais um gole da bebida. — Não sou rico, apenas... posso me dar ao luxo de certas coisas, às vezes.

— Claro.

Só percebi a volta de Castiel quando um prato foi colocado à minha frente.

— Obrigada. — Lancei um sorrisinho a ele, que retribuiu com uma piscadela, que Nathaniel não viu, e logo se retirou. — O que é?

Boeuf Bourguignon. — Pegou os talheres.

Era um prato com carne em pedaços, cozida com cebolas, acompanhado de cenouras e cogumelos. Parecia ótimo. Comecei a comer, saboreando aqueles sabores. Sentia o olhar do loiro sobre mim. Talvez eu não estivesse tendo os modos que deveria ter, mas provavelmente ele estava se acostumando.

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora