52. Indecente

953 122 123
                                    

Olá, pessoas!

Veremos o desfecho da perseguição à Adeline!

Boa leitura!

~~~

— O que faremos agora? — Nathaniel cochichou, ainda agachado.

Olhei para o lado, notando que o rapaz nos olhava com certa curiosidade, e virou o rosto, ficando corado. Disfarcei, voltando a encarar Nathaniel e me aproximei para conseguir falar baixo.

— Esse homem é irmão de Armin... Talvez seja o tal Alexander.

— E o que pretende? Falar com ele?

— Eu não sei. — Guardei o cartão no bolso do vestido. Observei o homem, que estava lendo daquela vez, e sem pensar muito, me arrastei para um pouco mais perto, recebendo um olhar curioso dele.

— Me perdoe, mas... — comecei. — Eu acabei ouvindo a conversa com seu... parente, e não pude conter uma certa surpresa do senhor conhecer Edmund Rostand. — Dei meu melhor sorriso meigo.

— A senhorita o conhece? — perguntou, devolvendo um sorriso simpático.

— Não pessoalmente, conheço suas novelas. São esplêndidas.

— Sim, são maravilhosas mesmo — comentou, como se tivesse orgulho. — Eu o conheci quando tinha doze anos... Por causa de um primo. O senhor Rostand o ajudou a conquistar uma moça pelo qual era apaixonado, e como eu sempre gostei de escrever, meu primo nos apresentou. Desde então, nos encontramos de tempos em tempos, pois ele me tomou como seu aprendiz.

— Uau... É inacreditável — falei, pasma.

— Com certeza. Eu mesmo quando paro para pensar, tenho a impressão de ser apenas invenção de minha mente. Mas sempre que o vejo, percebo que é real.

Concordei, tentando raciocinar. — Então... O senhor também é escritor, suponho.

— Eu tento, não sei se sou tão bom assim.

— Me pareceu que o rapaz que esteve aqui há pouco o acha um bom escritor, pela forma que falou.

— Ele é meu irmão, então não sei se conta tanto. Para ele, eu sou tão bom quanto o senhor Rostand — disse rindo. — Família quase sempre acredita em seu potencial.

— Isso é verdade. Então... o senhor tem algum livro publicado?

— Não, não tenho. Ainda não... escrevi nada que valesse a pena publicar.

— É uma pena... Fiquei curiosa para ler algo seu.

Ele sorriu. — Sinto muito, não tenho nada aqui para mostrar.

— Tudo bem, não tem problema. O senhor puxou de alguém da família essa paixão por escrita?

— Não. Quer dizer, apenas a leitura. Minha mãe sempre fora uma consumidora nata de livros, então tomei gosto por conta dela. Mas escrever, acabei adquirindo o gosto por vontade própria.

— Entendo. Então o senhor é o único que escreve? Nem seu irmão gosta?

— Sim, sou o único. Meu irmão prefere mexer com soluções e frascos. Para escrever, apenas as anotações dele sobre o trabalho, nada mais do que isso. Acho que se ele pudesse contratar alguém apenas para escrever, o faria.

— Isso que é não gostar de escrever... — comentei, pensativa.

Seria possível Armin ter pedido para seu irmão escrever aqueles poemas para Adeline? Já que ele detesta escrever... É algo bem possível.

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora