82. História de Gerações

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Oi, pessoas! 

Ansiosos para saber o porquê o nome da Lolo é famoso na família Berger?

Boa leitura!

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Fiquei sentada no banco, ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Sim, era Nathaniel. Ou melhor, Natanael. De cabelos castanhos, longos quase até os ombros, com as pontas levemente douradas. Os olhos, iguais aos do pai, iguais aos de Nathaniel. Era difícil acreditar que aquilo não era ilusão e que eu teria que me internar em um hospital psiquiátrico. 

Eu tenho tantas perguntas... Será que ele é psicólogo também? Será que possui os mesmos costumes e manias? Será que usa óculos para ler e escrever? Eu nem reparei em suas roupas... Obviamente ele não usaria terno, camisa social ou colete.

Olhei para cima quando duas silhuetas pararam na minha frente. Me levantei para ter melhor visão dos dois, notando como eles eram parecidos. Não eram pai e filho e sim uma cópia e outra cópia. Essa genética dos homens Bergers é persistente...

— Você está bem? — Abner questionou. — Meu filho disse que você não parecia se sentir muito bem.

— Eu estou melhor. Acho que foi a pressão que baixou...

— Se você se sentir mal novamente me diga, posso levá-la ao hospital.

Afirmei e não consegui impedir de perguntar algo. — Você é médico?

— Sim. Maria comentou?

Eita... — Talvez, não tenho certeza.

— Ah, tudo bem. Então... Acho que você deve ter achado estranho essa... movimentação — comentou, sorrindo depois de dar uma rápida olhada para o filho.

Eu nem sei se ainda consigo achar alguma coisa estranha. — Bom, ele comentou que meu nome era famoso na família de vocês. Fiquei curiosa sobre isso.

— Imagino que sim — falou Abner, indo se sentar no banco logo à frente. Notei que ele usava roupas sociais. Vi de relance as roupas de Natanael enquanto ele se sentava ao meu lado, que vestia peças comuns, calça jeans escura e uma camiseta cinza. — Agora que chegou o momento eu nem sei como começar. — Ele riu.

— Por que não começa na época em que soube das cartas? — sugeriu Natanael.

Cartas?!

— Isso. Então, Heloise, eu tinha quinze anos quando, pela primeira vez, soube de cartas que passaram pelas gerações da nossa família. Minha mãe, Coline, me apresentou cartas que meu bisavô escreveu para uma moça chamada Heloise Dumas, que não era a esposa dele.

Jesus, eu acho que vou desmaiar... Nathaniel se casou com quem? Louise?

— Eu fui o último da minha geração a conseguir ler essas cartas, minhas irmãs já tinham lido e falavam disso sempre que conseguiam... Essas cartas foram assunto de diversos almoços e jantares, para você ter uma noção.

— Você não vai passar mal de novo, vai? — Natanael perguntou, me observando. — Você está com a mesma cara de quando eu te vi aqui.

Acorda, Heloise. Para de agir assim, é óbvio que eles vão achar estranho! Você precisa agir como se não soubesse de nada disso!

— Não, eu estou bem. Eu só... estou muito entretida com a história. Para quem eram essas cartas? — Voltei a encarar Abner. — Quem era essa moça, se não era a esposa do seu bisavô?

— É aí que está. Não temos como ter certeza. Sempre que discutimos isso, na família, chegamos à conclusão de que meu bisavô era apaixonado por essa moça. Talvez eles tenham tido um relacionamento que não deu certo, talvez a moça fosse de outro lugar e teve que ir embora... Ou eles tinham uma amizade muito forte... O que seria estranho, porque se fosse o caso, provavelmente ele saberia o endereço dessa moça para mandar as cartas, mas ele não escrevia nada além do próprio nome e do nome da moça, no caso, o seu.

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora