87. Mudança

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Olá, povo!

Conseguiram pensar em algum motivo para o Nate ter aparecido na casa da Lolo? Se sim ou se não, agora vão descobrir!

Boa leitura :3

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— Ah... Não. Eu já estava acordada. Estava corrigindo algumas atividades e... — Alisei os cabelos para trás das orelhas, rezando para que eu não estivesse muito descabelada. — Espera, como você subiu? Eu não ouvi meu interfone tocar...

— Bom, na realidade eu vim mostrar uma coisa. — Natanael mostrou um chaveiro.

— Uma chave? — perguntei confusa, e ele sorriu.

— Eu achei que você poderia me ajudar a decidir algumas coisas... — E ele deu alguns passos para o lado, indicando a porta do meu vizinho. — Ou você está ocupada?

Neguei, ainda sem entender muito bem e fechei a porta, indo para perto enquanto ele destrancava a porta do vizinho. Entramos em um apartamento semelhante ao meu, só que invertido.

— Você está com cara de quem ainda não entendeu — comentou ele, indo na frente para a sala e cozinha, que ali, não havia uma parede dividindo os cômodos. Era tudo aberto.

— Espera... Você vai morar aqui? — perguntei, observando o ambiente com pouquíssimas caixas de papelão, uma geladeira ainda embrulhada na cozinha, uma televisão no chão do outro lado do cômodo e dois pufes.

— Isso aí. Eu queria uma ajuda para decidir a cor das paredes. Eu gostei do azul do seu apartamento, mas acho que quero um tom um pouco mais escuro.

— Calma aí — pedi, erguendo as mãos espalmadas, tentando pensar. — Eu nem sabia que esse apartamento estava para vender... Quando você o comprou?

— Há três semanas, talvez. Depois liberei a obra para tirar a parede e uma das portas da varanda... Você não ouviu a barulheira?

— Eu estava viajando...

— Ah, verdade.

Meu Deus... Mesmo que eu não conhecesse Maria, cedo ou tarde eu conheceria o Natanael de qualquer forma... Eu não sei mais no que acreditar, isso é loucura...

— ... E aí quando meu pai decidiu voltar para cá, comecei a procurar um apartamento para mim, nada muito grande. Acabei passando nessa rua porque fiquei perdido e vi o anúncio, e uns dias depois vim visitar e gostei. Quando a Maria me deu seu endereço fiquei bem... surpreso, é muita coincidência. Ou não, como diz a Priya.

O olhei, imaginando se Priya tinha contado para ele todas as coisas que descobriu sobre mim. Seria um pouco vergonhoso. Fiquei sem graça por encará-lo por mais de três segundos e dei mais uma observada no ambiente.

— Eu devia ter pensado nisso. Tirar a parede. Dá muito mais espaço.

— Foi a primeira coisa que eu pensei quando vim. Bom, eu preciso pintar tudo primeiro para trazer os móveis e preciso fazer isso logo, ou a minha madrasta vai puxar minha orelha.

— Por quê?

— Porque meus móveis estão todos na casa dela e do meu pai. Não sei se você reparou nas milhões de caixas que estavam espalhadas no térreo, mas oitenta por cento delas são minhas.

Acabei rindo. — Qualquer coisa posso te ajudar a trazer.

— Não precisa, eu pago alguém para trazer, é bastante coisa. Isso porque eu deixei muita coisa para trás, doei, dei para amigos e resolvi comprar alguns móveis novos, como a geladeira, o fogão que ainda não chegou, os armários...

À Procura de Adeline LegrandOnde histórias criam vida. Descubra agora