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Capítulo 57

Os dias que seguiram foram os mais tranquilos que Caio e Adriane viveram desde que se reencontraram. A festa da Santelli seria na próximo fim de semana e Matheus já estava em Porto Alegre, de férias, hospedado no apartamento de Caio. Eles já haviam conversado, pois Caio já tratava Julio de outra forma.

Adriane fez sua primeira consulta ao ginecologista, assim que ela e Caio fizeram as pazes.
Chegaram ao consultório e ele procurava controlar sua ansiedade diante da possibilidade de participar da primeira ultrassonografia.
Ao ouvir o coraçãozinho do bebê seus olhos se encheram e emocionado sussurrou em seu ouvido, apertando sua mão com força.
___ Nunca pensei que pudesse, um dia, passar por isso, eu te amo!
Adriane sorriu também emocionada. Quando chegaram em casa, contaram a Heitor sobre a gravidez. Ele reagiu com uma mexida de ombros, os olhos verdes arregalados, tentando assimilar o que aquilo significava e logo, se comparando aos seus coleguinhas que também tinham irmãos.
Caio passou a dormir todas as noites com ela, os enjoos eram frequentes, principalmente, pela manhã. Em meio a esse tempo, procuraram uma casa para morar.
Encontraram uma, num bairro nobre de Porto Alegre e Adriane logo se apaixonou. Era perfeita para as crianças.
Tinha cômodos aconchegantes e uma sala íntima, com a lareira que Caio tanto almejou ter em seu apartamento. O lindo gramado e a piscina eram os destaques da casa. Não ficava muito longe do trabalho e o caminho passava pela escola de Heitor.
Chegaram a conclusão, então, que aquela seria a casa ideal para eles.Talvez, em dois meses pudessem já estar morando nela.

Adriane, aquela tarde não trabalhou, pois Heitor estava com uma virose e sentada no sofá, conversava com Julio pelo WhatsApp:
"Vai querer que te acompanhe na festa como combinado?"
"Adriane, acho que Caio não gostará muito... Eu e Matheus estamos bem. Não quero complicar a sua vida. Nos encontramos lá, tudo bem?"
"Claro, por mim sem problemas, perguntei porque tinha prometido a você..."
Enquanto finalizava sua conversa com Julio, ouviu barulho na fechadura da porta e a figura de Caio, entrando.
Ele depositou as chaves em cima do aparador e foi ao seu encontro, sentando ao seu lado, lhe dando um beijo cheio de saudades na boca.
__ Como passaram a tarde? - indagou passando a mão em seu ventre.
__ Tudo sob controle. - sorriu se aninhando em seu peito.
__Como está Heitor?
__ Agora, bem. A febre passou. Está brincando no quarto, fez uma enorme barraca de edredom. - respondeu o tranquilizando.
__ Não vejo a hora de mudarmos. Com aquele enorme gramado, poderemos brincar de acampar.
__ Sério? Vai fazer isso com ele?
__ Claro. E depois, quando este ou esta nascer, vai ficar ainda mais divertido. Sabia que conto as horas pra chegar em casa quando estou longe de vocês? - confessou acariciando seus cabelos.
__ Lembra que uma vez, me disse que não saberia ser pai? Pois, eu digo que você irá superar minhas expectativas! Às vezes, custo a acreditar que estamos assim... Ao seu lado, me sinto mais segura. Totalmente, diferente gravidez de Heitor. Mesmo não entendendo, o sentimento que tinha era amor. - ergueu a cabeça para lhe encarar.
Caio beijou de leve seus lábios e sorriu.
__Quando poderemos ver se Heitor terá uma irmãzinha ou irmãozinho?
__ Mês que vem, poderemos fazer um exame de sangue. Algo mais moderno.
Heitor entrou na sala e se jogou no pescoço do pai, interrompendo o momento deles. Os dois ficaram ali, assistindo os desenhos preferidos dele, enquanto Adriane preparava alguma coisa para comer.
Algum tempo depois, sentiu dois braços ao redor de sua cintura lhe abraçando pelas costas.
Caio afastou seus cabelos e beijou seu pescoço, roçando a barba, provocando arrepios nela, que se virou para lhe beijar.
Seus lábios se moviam e se encaixavam perfeitamente, arrancando um suspiro dela. Quando se descolaram sorriram um para o outro.
__ Vou tomar banho... - anunciou ele. __ Depois, terminamos na cama o que começamos aqui.
Adriane acariciou seu membro excitado por cima da calça, mordendo de leve seu lábio inferior.
__ Prepare-se, estou derretendo de desejo... Os hormônios da gravidez estão me deixando insaciável. - confessou piscando.
Ele sorriu e se afastou saindo em direção ao quarto.
Entrou no box, ligando o chuveiro, deixou a água escorrer pelos cabelos, enquanto seus pensamentos viajavam no tempo.
Estava vivendo algo extremamente prazeroso, a convivência em família.
Tinha esquecido de como isso era bom. Desde a morte de sua mãe que tudo tinha mudado. As visitas ao seu pai foram rareando tanto que, no final das contas, cada membro da família tocava sua vida sem pensar no outro.
Talvez, por isso, Giovanni Santelli, tenha se casado novamente. Agora o entendia perfeitamente

Adriane e Giovanni se conheceram num almoço, de final de semana e ele logo, ficou encantado com ela, ainda mais quando o tema do assunto era trabalho.
Adriane também gostou dele e então soube o porquê de uma moça, 20 anos mais jovem, ter se apaixonado por Giovanni. Os cabelos um tanto grisalhos não tinham apagado o charme dos olhos verdes e o sorriso sedutor. O amor que existia entre eles era algo notável. Giovanni  tratava Sabrina, como se ela  fosse a única mulher no mundo e em alguns momentos Adriane pode enxergar Caio refletido em seus gestos gentis e cuidadosos para com ela.

Caio sorria, lembrando daquele final de semana, parecia que aquela casa, onde tinha passado a infância, tinha se enchido de vida novamente. Heitor era o principal motivo daquela alegria toda, que agitou o sábado inteiro na piscina.
Desligou o chuveiro e passando uma toalha na cintura foi até ao quarto pegar uma cueca.
Abriu a gaveta e olhou, praticamente, quase que todas suas roupas já estavam ali no roupeiro de Adriane. Ouviu a porta abrindo devagar e virou-se. Adriane encostada nela, o admirava. Ela sorriu.
___ Tô com medo deste sorriso... - brincou ele
Ela se aproximou devagar puxando a toalha que caiu ao chão.
___ Sabia que mulheres grávidas tem desejos insanos de vez em quando? - falou, maliciosa, enquanto deslizava as mãos por suas costas e se esfregava nele, sentindo seu membro crescer contra seu corpo.
Ele a segurou pela nuca, rosto muito próximo do dela.
___Ah, é? E como posso lhe satisfazer?
Ela se desvencilhou dele e trancando a porta, tirou a camiseta que usava, revelando o sutiã rendado e em seguida, a calça de moletom.
Caio emitiu um sorriso de canto e Adriane parou no meio do quarto, com olhar lascivo, para lhe contemplar, assim, nu, com seu membro ereto esperando por ela.
___ Já vi que não posso mexer com a fera. - ele concluiu, sacana.
Ela se aproximou mais e o beijou com desejo, a língua procurando a dele, o deixando sem respiração.
___E não pode mesmo. Lembra? Foi você que disse que iria me ensinar a quebrar todos os tabus, estou praticando. Quero uma rapidinha antes do jantar!
Ele a levantou pelas coxas, fazendo com que elas se enroscassem em sua cintura e lhe empurrando contra a porta do guarda roupas, afastou a calcinha e a penetrou forte. Um gemido involuntário escapou da boca de Adriane, expressando o prazer que sentia ao ser possuída daquela forma. As estocadas continuaram fortes e ritmadas até sentir que ela lhe apertava em contrações de prazer e gemidos sôfregos. Em seguida, ele gozou intenso, contraindo os músculos, beijando Adriane na boca.
Ela ainda tremia, enquanto era carregada até ao banheiro.
Ele a depositou no box, ligando novamente o chuveiro, ensaboando seu corpo, deslizando a mão sobre seu ventre.
___ Quando te conheci naquela boate em Madri, jamais sonhei que acabaríamos assim, dando uma rapidinha e nos escondendo de uma criança. - ela confessou, tentando controlar o riso.
Caio deu uma gargalhada e a abraçou.
__ Daqui a alguns meses ...duas crianças!
Adriane se afastou e encarou aqueles olhos que tanto amava.
__ Sabe que a maternidade nos impedirá de fazermos muitas coisas... principalmente, nos dois primeiros anos...
__ Relacionamentos não podem ser só baseados em sexo, isto foi você que me ensinou... Todos os casais dão um jeito, nos daremos o nosso. - lhe tranquilizou, beijando seu dedo anelar direito, lugar para onde a aliança que ganhara de Caio tinha voltado com a reconciliação.
___ Eu quero casar com você. Não me vejo mais morando sozinho... Vamos fazer dar certo, ok?
Ela sorriu, desligando o chuveiro.
Sabia que ele falava a verdade.
Jantaram e ficaram em frente a TV até Heitor cair no sono e eles irem para o quarto para, mais uma vez, fazerem amor.
Adriane deitada no braço dele exausta, passava o dedo sobre o seu peito desenhando formas invisíveis.
__ Caio...
__ Sim. - respondeu com a voz sonolenta.
__ Como vai ficar seu projeto agora?
__ Conversei com meus advogados. Já está liberado para darmos andamento.
__ Vai precisar viajar?
__ Não como imaginava. Ivan e Bia ficarão um tempo em Brasília depois do casamento e eles vão tocar as coisas por lá. Irei de vez em quando. Depois que o bebê nascer e tudo se ajeitar tenho planos de expandir em outras capitais. E aí sim, teremos trabalho dobrado e pretendo dividi-lo com você. Daremos um jeito de levar as crianças junto, mas se não quiser tudo bem. Só que detestaria te perder com profissional.
___ Se puder levá-los, eu quero. Também detestaria anular minha profissão!
__ Eu sei disso. Quero que você se sinta feliz e realizada comigo, nossos filhos e com o trabalho que sei, é importante pra você.
Adriane levantou a cabeça do ombro dele e o beijou.
___ Eu te amo.
___ Eu também, te amo.
Ficaram ainda um tempo conversando até que o sono os venceu.