Capítulo 26

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Caio entrou no seu apartamento depois, de ter deixado Heitor na escola.
Procurou uma roupa no closet, separando em cima da sua cama e entrou no chuveiro quente, a água relaxando seus músculos. 
Pensou no quanto sua vida tinha mudado desde o dia, em que reencontrou Adriane. Por mais que fizesse esforço para se manter longe, não conseguia.
Precisava dela. Dormir uma noite inteira, ao seu lado, sem tocá-la era uma tortura. A lembrança do cheiro, do gosto do seu beijo atiçava seu desejo.
A pele morena  clara, os seios com auréolas rosadas ficando excitados sob o seu toque... a maciez do seu sexo úmido e quente, seus gemidos de prazer...
Fazia muito tempo que não se masturbava, mas só de pensar neles dois fazendo amor o deixava extremamente excitado.
Gozou forte debaixo do chuveiro, imaginando ela gemer sendo penetrada por ele.
A mulher o tinha transformado, novamente, num adolescente bobo.
Desligou o chuveiro, saindo enrolado na toalha, as gotas de água escorrendo pelo corpo.. Olhou as horas. Quase duas e trinta.
Pegou seu celular que estava em cima do painel  da televisão e procurou o nome de seu irmão no contatos, tinha que falar com ele, não iria conseguir esperar sua ida a São Paulo.
Seu irmão, Matheus, atendeu.
__ Boa tarde, quanto tempo, achei que tinha perdido meu número, Caio!
__ Como vai? Trabalhando muito?
__ Sabe como é a vida de um médico... Me dividindo entre plantões e consultório! E você, como vai?
__ Estou bem. A  construtora está indo muito bem...Estou multiplicando nossas heranças. - Caio riu.
__ Quando vem a São Paulo? - indagou o irmão.
__ Agora, no metade do mês, estou indo a trabalho. Quero muito conversar contigo.
__ Algum problema?- perguntou preocupado.
__ Na verdade, não chega a ser um problema ...Tem tempo pra falar comigo agora?
__ Sim, tenho. Acredite, estou parando agora para o almoço! Ainda tenho duas horas de intervalo.
Caio contou tudo ao irmão, suas dúvidas, seu amor por Adriane...
__ Meu irmão, você se apaixonou mesmo, hein? Mas sim, pode fazer outro exame  de esterelidade e nem precisa esperar por mim. Tira logo suas dúvidas... mas alerto, não cria expectativas, certo? As chances desse exame ter dado errado são mínimas!
__ Não estou criando... mas confesso que gostaria muito de ser pai dele... Ele é muito parecido comigo, tem os  olhos da nossa família! É esperto, aprende tudo muito rápido.
Não disse nada a ela, mas é meu xerox! Estive olhando algumas fotos de quando era criança, não sei se são meus olhos que desejam muito ser pai dele ou se ele é mesmo meu filho. Às vezes acho que ela possa estar falando a verdade, mas depois as dúvidas me assombram. Tenho medo que ela só esteja interessada no meu dinheiro, sabe que pode obter vantagens com isso...Ela é uma administradora competente...ama o que faz... talvez seja só interesse em arranjar um cargo lá, você conhece bem as mulheres!
__ Caio, pelo que me disse, ela não demonstra ser assim... Talvez ela mesma esteja enganada em relação ao tempo de gravidez. Muitas se enganam e eu como ginecologista sei bem disso! E depois, hoje em dia, não dá mais para mentir sobre paternidade! O melhor é refazer mesmo esse exame, pois pode ter dado algo errado!
__ Quero ela demais!Talvez não esteja enxergando as coisas como elas realmente são...Estou me sentido inseguro, não quero perdê-la. Já fiz algumas bobagens depois que ela me contou sobre o menino; detesto magoá-la, mas fiz isso.
__ Quem diria, hein, Caio Santelli,  provando do seu próprio veneno! - riu da cara de seu irmão.
__ Matheus, por favor, o assunto é sério!
__ Eu sei, mano, eu sei! Quer esperar para fazer o exame aqui em São Paulo ou quer fazer aí?
__ O que você me aconselha?
__ Posso te indicar alguns médicos e laboratórios idôneos aí mesmo. Na verdade o melhor mesmo seria fazer um DNA com o menino. É mais rápido e em menos de quinze dias, tudo se resolveria. Já conversou com ela sobre essa possibilidade?
__ Já toquei no assunto, não me disse nem que sim nem não! Somente afirma que o menino é meu.
__ Então faça isso, meu irmão, se ela não se opor é porque ela tem certeza do que diz. Se der negativo, conte o porquê de não ter acreditado nela. Como te disse, até ela pode ter se enganado, Caio! O fato do DNA dar negativo, não a transforma numa golpista! Não é igual aquele caso do passado!
 Caio suspirou e passou a mão no cabelo molhado.
__ Vou pensar sobre isso e te ligo outra hora, assim que decidir o que vou fazer.
__Tudo bem a decisão é sua. E maninho, se valer a pena ...não luta contra... Pode vir a se arrepender. Um amor é sempre um amor! - a voz de Matheus transmitia um misto de arrependimento e tristeza. 
Caio  conversou um pouco mais com o irmão, se despedindo logo em seguida.
Sentia-se mais aliviado.
Matheus mandaria a lista dos médicos e onde poderia fazer o exame de esterilidade e o de DNA na grande Porto Alegre.
Terminou de se arrumar, pegou a mochila com suas coisas e saiu, rumando ao escritório. Tinha que ver como as coisas andavam por lá sem a sua presença.
 
Caio entrou na sala cumprimentando Cíntia, que sorriu sedutoramente, ao vê-lo.
__ Boa tarde, Caio! Que surpresa! Não me avisou que viria à tarde, então cancelei todos os seus compromissos!
Ele parou em frente a sua mesa, as mãos no bolso, observou o decote exagerado dela.
Cíntia notou.
__ Gosta do que vê, Caio? - a voz insinuante.
__ São lindos, mas não costumo misturar trabalho com diversão. Não aqui, no escritório!
Ela sorriu. A ponta da caneta na boca sedutoramente. 
__ Podemos nos divertir fora do horário de trabalho. Minha colega faz isso ...
__ Não entendi aonde você quer chegar, Cíntia! - franziu a testa diante da insinuação dela.
__ Primeiro falo de mim. Adoraria me divertir com você! Segundo falo de Adriane...
__ Adriane...?
__ Caio, acabaram de me contar que ela e um funcionário da contabilidade estão ... você sabe... as pessoas percebem os olhares ... as conversas no elevador...
Caio levantou uma sobrancelha curioso
__ E....
__ E...claro...só pra você saber dos fatos. - suspirou, se atirando para trás na cadeira. 
__ E o que eu tenho a ver com isso?
__ Nada. Só quis mostrar que tudo pode ser conciliado, amor, trabalho, sexo. Desde que não interfira na empresa e nas relações de patrão e empregada ou de colegas e colegas, como no caso  de Adriane... E eu sei que não sou indiferente a você! 
Caio sorriu.
__ Você é muito bonita, Cíntia, já saímos pra jantar ... mas não rolou... digamos que não existe  química entre nós. Quanto a vida particular dos meus funcionários, isso não me interessa nem um pouco. - disse contrariado.
O ciúme fervia dentro dele.
__Ok, desculpa, só achei que seria interessante você saber que ela também está a fim dele, pois parece que você tem uma queda por Adriane.Só queria avisar mesmo. Nada pessoal!
__ Obrigada, mas acho que sou bem crescido para lidar com decepções, caso isso aconteça! -  cortou o assunto. __ Pode me levar um café na minha sala, por favor?
__ Claro. - concordou.
Caio saiu e entrando no escritório, sentou. As mãos cruzadas atrás da nuca, os olhos fechados.
Era só o que faltava agora, esse tal de Julio começar a dar em cima de Adriane! - pensou. 
Notou bem, como ela ficou alegre quando conversou com ele ontem no telefone. Já tinham se encontrado uma vez e até combinado de saírem juntos novamente pra almoçar!
Ouviu a porta se abrindo.
Cíntia caminhou até ele com o café.
__ Obrigado e pode deixar aí,  na ponta da mesa.
__ Espero que você não comente nada com Adriane essa conversa que tivemos, não quero criar um clima no trabalho por causa disso!
__ Espero que as fofocas cessem também. Não gosto desse tipo de coisa aqui dentro. O que meus funcionários fazem fora do horário de expediente não é problema da empresa.
__ Claro, entendo bem, desculpa!
__ Vamos ao trabalho Cíntia! Algum documento que deva assinar?
__ Sim, alguns. Já vou buscar!
Saiu rebolando mais do que o normal.
Era muito bonita, mas notou que não tinha caráter.
Conhecia bem, mulheres como ela. Faziam de tudo pra tirar uma adversária do caminho.
Pousou os olhos no computador e se concentrou no trabalho que havia acumulado devido a sua ausência.
Não costumava faltar trabalho por nada, mas em se tratando de Adriane, jamais a deixaria sozinha numa situação como a que estava passando. 

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