Quarenta minutos depois, Adriane voltou ao quarto.
__ Ainda acordado, Caio?
__ Estou te esperando, não terminamos nossa conversa.
__ Eu já. Me avise o dia do exame e estarei lá com Heitor. - respondeu abrindo a gaveta da cômoda, pegando uma camiseta.
__ Vou marcar para depois do feriado. Desculpa se isso te aborrece, mas quero que entenda o meu lado. Estou criando laços com Heitor e ele sendo ou não meu filho, isso não vai mudar...Eu quero ter certeza Adri. Simples assim!
Ela parou em frente a cama,.
__ Eu entendo e não estou chateada pelo DNA, mas pelo fato de achar que estou tentando tirar proveito! Jamais usaria meu filho pra isso! Eu sei que convive com muita gente desse tipo, mas eu não sou assim!
__ Não acho que seja igual as outras!
__ Não? Só que olha pra nós! Saber sobre Heitor fez você se afastar! - desabafou.
Aquilo estava trancado na garganta desde o último domingo na serra.
__Não considero o fato de não termos mais sexo, um afastamento. Estamos aqui, no seu quarto, na sua cama.
Adriane riu, sarcástica.
__ De amantes passamos a melhores amigos em menos de quatro dias!
__ Considero isso como uma cobrança?
__ Não. Não é uma cobrança. Eu só queria entender o porquê de saber que tem um filho comigo te assustou tanto!
__ Acha mesmo que estamos só como amigos aqui?- Caio mudou o rumo da conversa. __ Acha que quando deito nessa cama não tenho desejo por você?
Levantou indo ao seu encontro e parando a sua frente a encarando.
__ Não sei. O que eu vi na segunda-feira, no escritório foi só desprezo da sua parte. Você muda a todo momento. Estou confusa com tudo isso!
Caio a puxou com força contra seu peito, suas bocas quase coladas. O beijo que se seguiu foi inevitável. Forte e cheio de desejo.
Adriane não ofereceu resistência desta vez, deixou que a língua dele explorasse sua boca .
O desejo explodiu, não aguentavam mais resistir um ao outro; não depois, de tudo que viveram naqueles últimos dias.
Caio desamarrou o roupão que ela usava, deixando à mostra os seios, desceu as mãos até suas nádegas, fazendo com que seu corpo se achegasse mais a ele e sentisse o quanto seu desejo latejava por ela.
O roupão veio abaixo quando ele beijou seu pescoço, descendo os lábios até seus ombros.
__ Acha que não sinto nada por você, Adri? Fico louco em te ter na mesma cama e não poder te tocar ... - a voz rouca, o hálito quente perto do seu ouvido. __ Quero você mais que tudo! Não consigo me afastar ...
__ Estarmos assim foi opção sua, Caio! Não quer mais nada porque não confia totalmente em mim. Me diz porque mudou comigo? Eu quero saber... - pediu, ofegante.
Seu sexo latejava de desejo.
__Me desculpa ... Nunca foi assim com ninguém... Minhas atitudes foram de defesa. Fui pego de surpresa por aquela notícia.
__ Aquele dia, no carro, me disse que nada do meu passado influenciaria no nosso relacionamento, lembra? - ela o encarava agora.
Caio passou a mão pelos cabelos dela, beijando de leve seus lábios.
__ Deita aqui. - pediu, afastando o edredom. __ Não é bom ficar assim nua, está doente.
Ela obedeceu, se enfiando embaixo da coberta.
Caio sentou na cama de frente para ela. Passou as mãos no rosto suspirando.
__ Adri, eu não sou o pai do Heitor! Quero fazer o DNA pra te provar o que digo.
Pretendia só contar a ela depois do exame, mas sabia que isso a fazia sofrer. Decidiu ser sincero. Ela não merecia achar que ele a desprezava
__ Existe uma chance em um milhão de ser o pai dele, Adri! Eu sou estéril! Tenho exames que comprovam!
Caio examinou as reações dela ao receber a notícia. Ela sorriu tranquila.
___ Não é não! Heitor é seu filho!
Ficaram alguns segundos se encarando até que ela fechou o sorriso. O olhar triste. Entendia agora, muito bem, o que ele queria dizer com isso.
___ Vai embora, Caio! - pediu. __ Acabou de me convencer de que você não faria bem a Heitor! Por favor, não quero mais te ver. Não precisamos mais de você! Obrigada por tudo, pela ajuda que me prestou...
__ Adri, para! Estou falando sério!
__ Eu também! Por favor, faça o que pedi.
Ela levantou, vestiu novamente o roupão e alcançou as roupas dele.
__ Deixa a chave comigo, por favor! Nossa relação daqui pra frente, será estritamente profissional!
Caio pegou as roupas da mão dela, se vestindo. A tristeza era visível em seu rosto.
Parou em frente dela, os braços caídos ao lado do corpo em sinal de derrota.
__ Você e eu sabemos a verdade, Adriane! - a voz baixa, quase sussurrada.
__ Sabemos e isso não importa mais; não pra mim!
__ Entendeu tudo errado...
__ Não. Entendi muito bem! Boa noite, até a semana que vem, depois do feriado!
Caio saiu, deixando a chave em cima da cômoda do quarto.
Ela foi atrás, trancando a porta do apartamento atrás dele. Desabou em choro.
Entendeu bem quando ele disse ser estéril.
Toda a conversa do DNA, preparava o terreno para isso. Queria que ela confessasse que Heitor não era seu filho. Um modo de a colocar contra a parede.Caio saiu do prédio e a sensação que a havia perdido tomava conta dele. Ela simplesmente, não queria entender nada.
Entrou no carro indo direto pra casa.
Daria um tempo, mas mesmo assim iria fazer o DNA.
Tinha algo errado. Ela falava com convicção. Não era uma interesseira!
Dar um tempo pra pensar seria a melhor coisa a se fazer.
Deitou na sua enorme cama, porém o sono demorou a chegar. Adormeceu já na madrugada alta.A sexta, amanheceu ensolarada e um ar de início de primavera podia ser sentido.
Adriane abriu a persiana do quarto, deixando que o sol entrasse e aquecesse o ambiente.
Estava se sentindo melhor, apesar de estar triste e magoada com Caio. Os remédios estava fazendo efeito e já não tinha mais febre.
Passou pelo quarto do filho, que dormia e decidiu que não o levaria para a escola. Passou para a cozinha, as lembranças da noite anterior ainda fervilhavam em sua mente. Suspirou em resignação e olhou seu telefone, abrindo algumas mensagens de seu pai e uma outra de Julio, perguntando o seu endereço para uma visita.
Adriane ficou em dúvida se o recebia ou não em sua casa, mas como passaria o final de semana sozinha, resolveu o convidar para o almoço no sábado.
Serviu uma xícara de café, enquanto respondia as mensagens restantes do seu pai, confirmando a sua ida no feriado.
Olhou em volta, o apartamento precisava de uma boa limpeza. Ligou para a firma de diaristas e pediu para aquela tarde uma faxina.
Estava distraída na área de serviço quando sentiu dois bracinhos em volta de suas pernas.
__Olá, o dorminhoco acordou!
__ Oi. Tô com fome. E tio Caio? - indagou o pequeno.
Heitor estava criando laços, bem como Caio havia dito na noite anterior.
Uma coisa era certa, se ele fizesse seu filho sofrer, jamais o perdoaria, mesmo que tivesse o maior amor do mundo por ele.
Adriane se abaixou ficando na altura dos olhos do filho.
__ Hoje você não vai para escola. Tio Caio está ocupado e a mamãe já está melhor. Que tal se a gente fosse à tarde no cinema? Vai vir um pessoal limpar o apartamento e poderíamos nos divertir enquanto isso!
__Oba! - gritou feliz.
Adriane o pegou no colo, dando um beijo estalado na bochecha rosada dele, preparando em seguida o leite com chocolate.
Assim que as funcionárias da firma chegaram após o almoço, ela e Heitor saíram.
__ Hoje, vamos de ônibus. - caminhou com o garoto pela mão em direção ao ponto .
O sol esquentava a tarde. A primavera já se manifestava nos canteiros das avenidas movimentadas.
__ Sério? Yes!!
__ Eu sabia que iria gostar. Hoje nossa tarde vai ser só diversão! Depois do cinema, vamos lanchar e brincar nos brinquedos do shopping!
__ Porque a gente não liga para o Tio Caio. Ele gosta de cinema. Ele me disse!
__ Hoje não. A tarde é só nossa!
__ Mas eu gosto dele... - disse fazendo beiço.
__ Eu sei disso, mas a mamãe já disse, ele está no trabalho!
__ Que chato!
Assim que embarcaram no coletivo, Heitor esqueceu Caio.
Adriane, com ele sentado em seu colo, olhava pela janela pensativa. Queria muito entender tudo, mas não conseguia. Não sabia o que se passava na cabeça dele.
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Palavras Não Ditas 🔞 Proibido Para Menores 🔞.
RomansaAdriane conhece Caio, um homem bonito, charmoso e e extremamente sedutor, numa balada em Madri. Assim que seus olhos se cruzam, o desejo entre eles explode e então transam desvairadamente, sem medir as consequências de seus atos. Ao amanhecer, Caio...